Capítulo 02

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— EU NÃO QUERO IR COM VOCÊS! ME LARGA!  — Uma mulher, para ser mais precisa, uma sereia se debatia nas mãos de dois homens grandes, com olhos castanhos e gordos

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— EU NÃO QUERO IR COM VOCÊS! ME LARGA!  — Uma mulher, para ser mais precisa, uma sereia se debatia nas mãos de dois homens grandes, com olhos castanhos e gordos. O cheiro de alcool era forte, e algumas latinhas se encontravam jogadas naquele beco. A moça era encantadoramente linda, com sua pele negra e lisa, sem manchas ou sequer marcas, em um tom chocolate. Ela não usava qualquer tipo de maquiagem, e mesmo sem isso, era impressionante. Seus olhos brilhavam como a mais pura das safiras, em um verde quase ofuscante. 

— Qual é, você é um peixe! Deveria estar contente! — Disse o velho ruivo, com a barba desbotando entre ruivo e branco.

—  Pensei que sereias fossem emotivas demais para negar uma noitinha.

— Sabemos que você quer isso, mais do que nós. Só estamos te dando o que...

— Ou! Soltem ela! — Benjamin gritou em uma voz de trovão, que me deixou surpresa por ve-lo tão diferente de antes. — Para trás! Agora! 

Talvez fosse grassas ao tamanho do rapaz, mas por algum motivo os homens se assustaram e soltaram a sereia, que bateu o corpo na parede depois de puxar tanto. Ela olhou para Benjamin e para mim, correndo para ficar ao meu lado. A mulher estava tremendo dos pés a cabeça e parecia muito assustada. Até eu ficaria, em uma situação daquelas. 

— Obrigado, obrigado, obrigado. — Ela não parava de dizer, com um sotaque diferente, puxado, como se estivesse com algo preso entre os dentes. Seus braços me cercaram e me deparei sem reação diante de sua atitude. Ela nem me conhecia e simplesmente me abraçou.

— Oh...eu...de nada?  — Olhei para Benjamin que apenas sinalizou com a boca "Eles são assim". Me contentei naquele momento com a resposta e retribui o abraço da sereia, a vendo sair correndo para longe, após alguns minutos. 

Não pude esquecer a sensação daquela pele macia, muito menos das escamas que estavam em seus braços, roçando minha pele. Eu senti agonia. Mas depois de se separar, a garota continha uma pequena expressão de dor, como se eu tivesse lhe feito mal ao toca-la. Depois perguntaria a Benjamin.

— O que vocês  estavam fazendo?! Não conhecem as leis?! Nada de tocar na sereias contra a vontade delas!

— Contra outra, moleque! Todos sabem que esses peixes amam contato!

— Isso não te dá direito de simplesmente toca-los! Nem todos são iguais!

 — Turistas...odeio quando esses caras vem pra cá. — O velho ruivo saiu, esbarrando em Benjamin propositalmente, sendo acompanhado por seu outro amigo que apenas abaixou a cabeça para me cumprimentar e o seguiu. 

— Tivemos sorte.  — Eu disse ao ve-los se retirarem. 

— Sorte?

— É! Eles saíram de boa, sem brigar. 

— Mas estavam errados! Era o mínimo que podiam fazer.  — Benjamin pegou nossas malas, que havia deixado no chão para tirar satisfação com os homens.

Um Amor Em Águas SalgadasWhere stories live. Discover now