Capítulo 21

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Cristian

O domingo com Betina foi perfeito. Fizemos um passeio divertido por Poços de Caldas e por mais que eu fosse acostumado a andar por cidades europeias famosas, aquela ali, no Brasil, foi uma boa surpresa. Além disso, senti que Betina me deixou penetrar um pouco naquela couraça que ela insistia em usar quando estava comigo.

Eu conseguia me enxergar formando uma família com ela e a imagem que surgia na minha mente era agradável. Claro que haveria algum estranhamento das pessoas próximas por ela ser minha ex-cunhada, mas se Betina estivesse disposta a tentar, acho que faríamos isso dar certo.

Na manhã seguinte, eu acordei sozinho na cama. Chequei o celular e vi a mensagem da Betina avisando que foi trabalhar. Me recriminei em silêncio por ter adormecido tão profundamente, pois eu a teria levado ao trabalho, com certeza.

Me levantei, coloquei uma bermuda e rumei para a cozinha. Como Betina podia estar tão apegada com aquele barraco feio que ela chamava de casa? Era difícil encontrar qualquer coisa em bom estado.

Estava abrindo o armário da cozinha em busca de uma caneca quando escutei a porta abrir. Me virei achando que fosse Betina que talvez tivesse esquecido alguma coisa, então ensaiei meu melhor sorriso.

Mas não.

Era um brutamontes de cara fechada, usando uma camisa barata e tênis. Minha primeira reação foi pensar que era um bandido.

Deus, quem ia querer roubar aquela casa horrível?

O outro homem também me encarou desconfiado e o vi colocando a mão no bolso de trás das calças como se tivesse uma arma com ele. Fiquei em alerta. O que fazer? Se ele estivesse realmente com uma arma eu não poderia partir para cima dele como era minha vontade.

- Olha campeão, não precisamos de violência, certo? - Comecei falando.

- Mãos ao alto!

- Certo. Eu vou me levantar. - Eu estava apenas de bermuda e sem camisa, me sentia totalmente exposto - Não é preciso puxar a arma, ok? Não tem nada de valor aqui.

- Exatamente! - O outro disse, me medindo de cima a baixo. - Não tem cara de assaltante, mas hoje em dia bandido não tem cara, não é mesmo?

- Bandido, eu? Do que você está falando? - Perguntei incrédulo.

Até aquele momento eu julguei que o outro homem era um assaltante, mas agora percebi que ele pensava o mesmo de mim.

Eu baixei as mãos e caminhei em sua direção, tentando dialogar.

- Está acontecendo um engano...

Não pude concluir minha fala, pois o estranho se sentiu ameaçado e partiu para cima de mim. Quando percebi que ele iria tentar me derrubar, eu desviei o mais rápido possível.

O homem levou a mão novamente para o bolso de trás e percebi que poderia levar um tiro daquele louco, então o ataquei. Ele era forte e truculento, mas eu era mais alto e estava corajoso demais para recuar. Meu soco atingiu seu maxilar, mas não forte o suficiente e ele se aproveitou do movimento para se livrar de mim e me empurrou contra a parede.

Muito rapidamente o outro homem sacou a arma e apontou para meu rosto.

Nunca tive uma arma apontada para mim antes, e a sensação foi horrível.

- Você está preso por tentativa de furto a residência e por agredir um policial.

- Você é policial? Cadê o uniforme?

- Engraçadinho! - Ele limpou o sangue da boca com a mão livre - Vai me acompanhar até a viatura.

- Tem um equívoco acontecendo aqui...

INABALAVEL: Me Rendendo ao Ex-cunhado Where stories live. Discover now