41. Visita

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Quando Minho chegou no quarto que dividia com o marido se assustou, saindo e entrando novamente somente para ter a certeza de que estava no lugar certo.

Encarou a enorme bagunça que o cômodo estava, estranhando tudo aquilo. Havia roupas, cobertas e almofadas espalhados pelo chão de todo o quarto.
Caminhou até o outro cômodo vendo o menor revirar o guarda-roupa, rindo soprado completamente incrédulo.

— O que está fazendo? — Questionou, atraindo a atenção do menor.

— Meu Deus você não sabe o que aconteceu! — Jisung correu até ele enquanto dava alguns pulinhos,  não conseguia esconder o quão feliz estava.

Minho deu um passo para a frente preocupado ao vê-lo saltitar, olhando o mais novo de maneira repreensiva.

— Olha, olha!

Jisung mostrou para ele algumas das roupinhas que havia ganhado, completamente entusiasmado.  O moreno pegou a peça com cuidado,  dedilhando o tecido completamente surpreso e encantado. Agora entendia a felicidade repentina do marido.

— O marido de Jack fez, eu amei todos. — Comentou encantado, suspirando. — Como fiquei eufórico passei no mercado e comprei mais algumas, agora estou tentando guardar tudo na sua parte do roupeiro.

— Por que na minha parte?

— Você não tem muita coisa. — Jisung respondeu e deu de ombros, ouvindo o riso do Lee. — Talvez não caiba tudo...

— Você comprou muita coisa... — Minho segurou o riso, rodando uma touca entre os dedos. — Precisamos de um berçário. 

— Certeza que precisamos? — Jisung questionou e então o puxou de maneira apressada até onde estava a cama deles, mostrando o pequeno berçário que estava próximo da cabeceira de pedras. — Obriguei Jack a montar antes dele partir. — Soltou um risinho.

Minho o olhou e também sorriu, completamente feliz e satisfeito ao ver o menor de bom humor. Depois daquele acontecimento a situação complicou, mesmo quando conversaram e visitaram o curandeiro ainda assim o Han não havia voltado cem por cento ao que era e o moreno imaginou que com o tempo ele voltaria ao normal.

Se sentiu burro por não ter pensado na hipótese deles irem juntos procurar no mercado coisas para o bebê, talvez se tivesse tido a ideia antes aquele bom humor de Jisung teria chegado bem antes.

— Comprei isso também.  — O Han suspendeu um livro que tinha escrito na capa "Como ser pai?", Minho gargalhou.

— Acredito que não vamos precisar de um guia para sermos os melhores pais do mundo. — O Lee falou, sorrindo enquanto beijava o rosto do menor.

— Eu acho que nunca me senti tão bem como estou me sentindo hoje. — Jisung admitiu, entrelaçando os braços no pescoço do Lee. — E ainda ganhei outro presente mais cedo enquanto Jack pregava o berçário.

— É mesmo? Qual?

Minho perguntou com um sorriso,  roubando alguns selinhos de menor enquanto ele tentava falar, vendo-o bufar e virar o rosto para conseguir lhe contar o que tanto queria.

— Senti mover de novo, depois daquele dia não aconteceu e eu até me assustei porque foi mais rápido. — Disparou contando a novidade, voltando a olhar o Lee. — E ele praticamente se moveu o dia inteiro.

— Mesmo? — Minho murmurou, levando as mãos até a barriga grandinha.  — Ele deve estar procurando um lugar confortável para dormir.

— Que bobo... — Jisung riu.

Os dois se olharam enquanto ria fracamente,  esfregando levemente seus narizes antes de juntarem as bocas em um beijo casto. Minho alisou os braços expostos do outro em um breve carinho, antes de puxar um pouco mais o corpo pequeno para si.

Jisung segurou a nuca do mais velho, soltando um arfar abafado ao sentir o Lee mordiscar e puxar levemente seu lábio inferior com os dentes, antes de colar novamente as bocas e intensificar inconscientemente o ósculo.

Se separaram com pesar somente para respirarem um pouco, mas sequer afastaram seus corpos. Minho esfregou levemente o nariz pela bochecha do Han, traçando uma rota imaginaria até o pescoço bronzeado enquanto beijava o local com carinho.

O comandante enfiou os dedos dentro das madeixas escuras as puxando levemente,  mordendo os lábios com força tentando evitar arfar com os beijos molhados na região sensível de seu pescoço. Jisung se afastou um pouco somente para juntar seus lábios novamente,  mas logo ele parou, encarando assustado algo atrás do Lee.

Minho o olhou preocupado, assustando-se ainda mais quando o menor gritou desesperado. O Lee girou o corpo de imediato, travando ao ver o corpo de Jackson debruçado no pedregulho da sacada com uma poça de sangue que rapidamente se formou no chão.

Antes que se movessem ou conseguissem falar algo duas pessoas pularam a sacada, invadindo o quarto deles. Hendery os olhou com um sorriso presunçoso,  enquanto Felix apenas se encostava no pedregulho da sacada sentando para se apoiar.

— Uau. — Foi a primeira coisa que soou da boca do líder, ele girou o corpo para o Lee mais novo. — Você passou meses preocupado com seu irmão e todo esse tempo ele estava comendo o comandante dos terráqueos.  — Riu, divertindo-se com a situação.  — É bom vê-lo, Minho.

Por puro instinto o Lee se colocou na frente do menor, suspendendo um pouco o braço para impedir que qualquer coisa o atingisse ou que ele se afastasse de si.

— Irmão? Não somos irmãos. — Felix respondeu baixo, encarando os outros dois com mágoa e um ódio nítido.

— Pode ficar tranquilo que isso não é um ataque, não se estresse tanto. — O homem voltou a falar, observando o quarto de maneira distraída. — Passamos apenas para cumprimentar vocês nessa rápida visita. 

Jisung sentia seu corpo tremer de raiva, intercalando o olhar dos outros dois para o corpo morto de Jackson sem conseguir acreditar naquilo. 

— Agora que já cumprimentaram podem se retirar pelo mesmo lugar que vieram. — Minho respondeu com a voz firme.

Os outros dois se olharam e sorriram de modo presunçoso, subindo no pedregulho e se jogando da sacada logo depois. Alguns segundos depois Minho se aproximou da sacada apressado, vendo eles fugirem para o fundo do mercado e sumirem dentre as árvores logo depois. 

Minho moveu as mãos para o gancho preso no meio das pedras da torre, sentindo sua cabeça doer ao perceber que haviam conseguido aquilo na estação.  Bateu as mãos com força na pedra completamente irritado, virando para o menor que permanecia no mesmo lugar olhando fixamente para o corpo morto.

— Jisung...

— Você consegue tira-lo daqui? — Perguntou,  desviando o olhar.

O Lee fitou o menor e então se aproximou dele somente para checar se ele estava bem, indo até o corpo e o arrastando para fora do quarto, causando alvoroço nos guardas e alguns serventes que estavam do lado de fora.

Deixou Daesung cuidando do corpo morto e voltou correndo para o quarto, encontrando o menor ajoelhado próximo da poça de sangue enquanto a esfregava freneticamente com um pano.

— Ei, Jisung... — Se ajoelhou ao lado dele, percebendo que havia sido ignorado.

Jisung continuou o que fazia completamente focado, sequer piscava.  O Lee se alarmou com o silêncio e expressão seria do comandante, tocando de maneira receosa as mãos sujas dele o vendo parar e o olhar.

— Se eles acham que vou perder a cabeça estão enganados. — Riu, amargurado.

— Você não vai fazer nada? Eles ousaram matar o Jack e-

— E eles vão pagar por isso, mas não agora. — O cortou rude, apertando o pano em suas mãos com força. — Não vou lhes dar o gosto de iniciar um ataque, querem que eu utilize toda a nossa força para atacar e deixe alguma brecha de contra-ataque.

— E o que pretende fazer?

— Agora mais do que nunca continuar com o plano que tracei com Jackson hoje mais cedo. — Jisung falou, suspirando. — Eles estão com pressa, se não estivessem desesperados não seriam tão ousados. — Riu.

Jisung iria os fazer pagar por aquilo,  não queria mais saber se estava ou não em condições de lutar, seu repouso acabou. Não se afobaria, mas iria se prepara.

Tears [MINSUNG]Onde histórias criam vida. Descubra agora