você é homofóbica?

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Point of view: Chloe Mcvey

Eu já estava ciente de que havia provocado a irritação de Jade. Compreendia que minha atitude assemelhava-se à de uma pessoa mimada em busca de atenção, mas sentia a necessidade de retaliar.

Decidi irritar Jade como resposta à sua provocação, buscando uma forma de vingança. Enquanto esses pensamentos permeavam minha mente, percebia, a cada segundo, o olhar furioso da morena do outro lado da sala, embora me recusasse a encará-la.

A aula transcorria enquanto minha mente estava em outro lugar, apesar dos esforços para prestar atenção.

— MCVEY!

O professor Sikowitz me chamou com seriedade, solicitando minha presença no palco. Inicialmente, surpreendi-me com seu grito, mas não tive alternativa senão subir ao palco.

— Droga, que susto, Sikowitz! — Exclamei, quase saltando da minha mesa.

— Suba aqui no palco, faremos uma rápida cena de atuação.

Suspirei discretamente para esconder minha irritação, dirigindo-me ao palco onde Tori apresentava sua peça, da qual eu mal havia prestado atenção devido aos meus pensamentos anteriores.

— Chloe parece um pouco perdida, Sikowitz. Ela conseguirá realizar a cena? — Vega questionou, à minha frente, e interrompi prontamente.

— Claro que consigo. — Afirmei com determinação, preparando-me para a cena.

— Então, vamos lá... A cena é a seguinte: sua personagem está secretamente apaixonada por Tori, mas infelizmente, sua paixão namora e não gosta de mulheres.

Minha expressão caiu rapidamente, olhando para Sikowitz com um olhar repreensivo e confuso.

— O que foi? Você é homofóbica?

— Não! É que... por que essa cena?

— É uma cena como todas que fazemos, McVey. Agora, atue.

Inicialmente, não compreendi a intenção dele. Não que tivesse algo contra ser a parceira romântica de Tori na cena, mas fiquei desconcertada ao saber que teria que interpretar uma mulher lésbica, algo que nunca experimentei, pelo menos, acho que não.

Precautelosamente, virei-me para a plateia, todos atentos, especialmente Jade, focada em mim no palco.

Com os diálogos em mãos, iniciei minha primeira cena com um toque de drama, incluindo lágrimas instantâneas, minha especialidade.

— Eu não entendo... por que ele e não eu!?

Ao prosseguir com a cena, me dei conta de que as falas se assemelhavam estranhamente à nossa última discussão, embora não quisesse admitir secretamente apaixonada por Jade.

— Mas ele não te ama! — Coloquei todas as emoções nessa frase, sentindo o olhar orgulhoso de meu professor ao meu lado. — Eu... — As primeiras palavras de minha fala foram soltas, tentando incorporar charme à cena, mas fiquei travada ao ver o que meu personagem diria em seguida.

Aquela cena, destinada a ser comum, estranhamente refletia minha situação com minha melhor amiga. Mesmo tendo afirmado não nutrir sentimentos românticos por ela, questionei se minha personagem poderia sentir algo assim.

Não, Chloe! Concentre-se na cena.

— Eu poderia ser uma namorada melhor que ele. — Pronunciei minhas últimas falas, provocando suspiros chocados dos colegas que logo se transformaram em aplausos ao final da cena.

No meio dos aplausos, observei Jade, a única que não aplaudia. Seu olhar enigmático deixava-me intrigada, mas estava imersa na cena. Jade levantou-se e saiu apressadamente da sala, sem entender por quê. Decidi não segui-la, dado o conflito entre nós.

— Você foi muito bem, parabéns. — Tori elogiou, fazendo um gesto gentil em meu ombro.

Apenas sorri timidamente, retornando ao meu lugar.

( . . . )

Enquanto organizava os livros no armário, ansiava pelo fim de semana. Após quinze minutos na aula de Sikowitz, o sinal tocou. Eu e Cat procuramos Jade, que sumira após minha apresentação. Valentine insistia que algo acontecera, mas não a encontramos. Preocupada, considerava a possibilidade de algo ter ocorrido com Jade.

— Chloezinha! — Ouvi a voz de Tori e a vi se aproximar sorrindo. — Quer fazer algo esta noite?

Revirei os olhos e bufei cansada.

— Honestamente, eu adoraria, mas estou exausta. Não sei se consigo lidar com pessoas ou problemas agora. — Trancava o armário.

— Ah, vamos lá! Você anda meio afastada, especialmente de mim. Vamos nos divertir um pouco; prometo que será leve, sem pessoas ou problemas insuportáveis. — Vega balançava meus ombros tentando me convencer, apesar de eu querer descansar. — Você vai e pronto, nos vemos no karaokê às oito! — Ela saiu, não me dando chance de argumentar.

— Karaokê? — Sussurrei para mim mesma, tentando reconhecer o lugar. Peguei meu celular para pesquisar sobre o local, um novo karaokê perto de Hollywood Arts.

Ansiosa por nuggets de búfalo no cardápio, decidi ir. Afinal, o que poderia dar errado naquela noite?

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outro curtinho novamente, acho que tenho um problema em fazer capítulos grandes 😞

contagem de palavras: 1201

𝘊𝘳𝘢𝘻𝘺 𝘗𝘢𝘴𝘴𝘪𝘰𝘯 - Jade WestWhere stories live. Discover now