CAPÍTULO 19 - Debate

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Brethen não se orgulhava de estar de ressaca em uma reunião para discutir a segurança de Arian durante o baile de noivado. E, ainda assim, lá estava ela.

Naquela manhã ela tinha acordado ao som de risadas vindo do lado de fora. Quando saiu para a antessala que dividia com Arian, encontrou o príncipe junto de Belinda compartilhando a mesa do café da manhã.

– Bom dia! – ele disse, levantando a xícara de café.

–Vem comer com a gente, tem pra você também – Belina convidou, com um sorriso simpático.

É claro que tem para mim, Brethen pensou, essa é a minha mesa de café da manhã. Mas não disse nada e apenas sorriu, se juntando os dois à mesa. Mas ela sabia que Belinda não tinha dito por mal. Ela sempre tinha sido simpática e gentil com Brethen, apesar de que, depois de ficar sabendo que ela queria mais espaço, era difícil se sentir confortável durante aquela refeição.

Brethen comeu em silêncio, enquanto a cabeça latejava e Belinda e Arian continuavam o assunto que ela tinha interrompido. Logo o príncipe teve que se retirar para suas aulas de Galiano, deixando Brethen e Belinda sozinhas pela primeira vez desde... Desde sempre, na verdade.

– Eu queria te perguntar uma coisa, se não se importar – Belinda disse, para a surpresa de Brethen – Eu notei que Arian está sempre de luvas. E me disseram que é por causa de algum tipo de alergia, mas eu sei que existem... boatos.

Brethen quase engasgou com um pedaço de torrada.

– Olha, eu não me importo se os boatos forem verdade. Eu só queria saber se...

– Acho melhor você conversar sobre isso com ele, não comigo – Brethen interrompeu.

– Eu sei – Belinda deu um sorriso envergonhado. – Eu... Me perdoe. Eu não devia ter perguntado.

As duas passaram o resto da refeição em silêncio, o que Brethen apreciou, já que a dor de cabeça dela só piorava.

E foi assim que, duas horas depois, ela se encontrava em uma reunião na sala do trono, na companhia das principais lideranças de Pratória, e com a cabeça latejando como se estivesse prestes a explodir.

–Vamos realizar uma revista completa antes da entrada de todos os convidados – Capitã Alma estava de pé, repassando as orientações para o baile de noivado. –, será expressamente proibido a entrada no palácio com qualquer tipo de arma, incluindo certos tipos de grampos de cabelo e bengalas. Com o número reduzido de convidados, será mais fácil garantir a execução do protocolo.

Toda a família real estava presente ali, sentados em seus habituais tronos, com Brethen e Fausto à postos ao lado de seus respectivos protegidos. Porém, diferente dos dias de audições públicas, haviam oito cadeiras posicionadas diante da plataforma, onde estava sentados os outros participantes da reunião.

– Obrigado, Alma – o rei agradeceu e a Capitã se sentou – Lorde Syfas, quais as atualizações.

O Lorde limpou a garganta e ficou de pé, esticando o colete.

– Majestade, altezas, como foi solicitado na nossa última reunião, fiquei responsável por monitorar a repercussão do retorno da Maré Sombria por Pratória. Tenho acompanhado os jornais, e tenho olhos e ouvidos espalhados por tavernas e templos, e eles me trouxeram informações preocupantes.

Um burburinho se espalhou pela sala, mas Lorde Syfas continuou:

– Muitas pessoas têm associado a Maré Sombria com... – os olhos de Syfas escaparam para Arian por um breve segundo antes de voltarem para o rei – Magia Negra. E os antigos boatos sobre o príncipe estão voltando à superfície. E, devo dizer, alguns comportamentos de vossa Alteza têm alimentado tais boatos. Eu mesmo já notei certas atitudes suspeitas, como as luvas, por exemplo.

A Maré SombriaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang