𝐄𝐜𝐡𝐨𝐞𝐬 𝐨𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐃𝐫𝐚𝐠𝐨𝐧 - 𝐏𝐫𝐢𝐧𝐜𝐞𝐬𝐚 𝐕𝐢𝐬𝐞𝐧𝐲𝐚

𝟚𝟝. 𝕃𝕦𝕥𝕠

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Não houve celebração para o primeiro aniversário da princesa Aedrya, nem o casamento de Visenya e Viserys. O reino estava mergulhado no luto pela perda de Harry, e a Casa do Dragão parecia dividida mais uma vez. Os mais experientes viam um claro reflexo do passado nas figuras da princesa Rhaenyra e da princesa Baela, um eco do prelúdio da Dança dos Dragões. Uma segunda guerra civil Targaryen seria devastadora, ultrapassando em muito a primeira. O temor pairava sobre o reino, obscurecendo qualquer alegria que pudesse surgir naquele momento sombrio.

Rhaenyra fechou-se para todos após a morte de Harry e nem mesmo conseguiu comparecer ao funeral. O corpo de Harry foi sepultado nas criptas de Harrenhal, seu lugar de nascimento e crescimento. Lorde Harwin estava devastado pela perda do filho e exigiu a cabeça de Doris, a serva, como pagamento pela vida de seu filho. Harwin, pessoalmente, decapitou a serva, usando uma adaga cega para tornar o processo lento e doloroso, uma manifestação brutal de sua dor e raiva. O luto pesava sobre Harrenhal, que já não era conhecido por sua boa fama.

Em Driftmark, as coisas pareciam mais calmas do que no resto do reino; a ilha permanecia serena. Apesar de Lucerys ainda estar imerso no luto por Harry e se isolar no topo das colinas com seu dragão Arrax, o lugar mantinha uma atmosfera tranquila. O som das ondas batendo suavemente nas costas de Driftmark era a única trilha sonora para a solidão do lorde. O pesar pairava sobre a ilha, mas o isolamento de Lucerys ecoava a intensidade da sua perda.

— Luke? – Ele foi tirado de seus pensamentos e olhou para trás, vendo Rhaena se aproximar com um suave sorriso – te procurei a manhã toda e então vi Arrax, soube que estaria aqui.

— Estava pensando – Ele deixou um espaço para ela se sentar na pedra ao lado dele. Arrax estava aninhado próximo aos dois, adormecido. Rhaena sentou-se e observou a vista do mar ensolarado, porém com uma forte tempestade se aproximando ao sul – deve começar a chover em três ou quatro horas.

— Bem, então diga ao Joffrey para deixar o treino de natação para amanhã – Ela riu e olhou para ele – ele me disse que você prometeu ensiná-lo a nadar.

— Meu pai também me ensinou a nadar nessas praias, está na hora dele aprender também – Lucerys olhou pela costa de Driftmark – eu penso como meu pai está se sentindo... ele perdeu dois filhos.

— Harwin é, literalmente, forte – Rhaena segurou a mão do marido e deixou um leve carinho – e você também – ele olhou para ela com as sobrancelhas erguidas – no bom sentido, você me entendeu!

— Está insinuando minha bastardia, senhora? Eu poderia arrancar sua língua! – Ele brincou e ela gargalhou, revirando os olhos – eu ensinarei Joffrey amanhã e hoje não estou num bom dia...

— Eu direi a ele – Rhaena apoiou o queixo no ombro do marido – ele é muito parecido com nosso irmão... Joffrey teria adorado conhecê-lo.

— Joffrey teria adorado viver – Lucerys perdeu seu momento de sorriso e alegria, seu rosto ficou frio e quase sem vida – Joffrey teria adorado saber o gosto do vinho, como é ser adulto, como é amar, como é ser pai... mas isso foi tirado dele, a vida foi tirada dele.