Capítulo Onze - A confissão de Jake.

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"O meu pai biológico faleceu em um acidente de carro quando eu tinha apenas cinco anos de idade. Eu e minha mãe ficamos arrasados, é lógico. E por causa disso, ela entrou em depressão.

Só que, três anos depois, ela queria viver uma nova vida, ser feliz e encontrar um novo amor que pudesse tirá-la dessa depressão... mas não foi o caso.

Ághata conheceu o Ben, de início ele era um cara legal, romântico e engraçado, porém, ao longo dos meses, ele foi se revelando. Minha mãe, além de estar muito apaixonada por ele, queria também sair do aluguel, então nós dois fomos morar juntos com o Ben. A casa não era lá essas coisas mas dava para o gasto.

Ághata descobriu no terceiro mês de namoro que ele usava e vendia drogas, além de ter assaltado pessoas algumas vezes. Ele chegava em casa bêbado e drogado quase todos os dias, e então descontava toda sua raiva e frustração em minha mãe... E as vezes em mim também.

É claro que ela tentou se separar dele diversas vezes, contudo, ele nos ameaçava de morte caso tentássemos fugir ou contar para alguém.
Sofremos com isso durante oito meses... oito miseráveis meses! Até que um dia eu decidi vasculhar o quarto do meu padrasto depois que ele havia saído de casa, e por consequência, eu encontrei uma arma. Eu peguei e escondi ela...

Sim, eu vou fazer essa loucura que você está pensando.

Minha mãe estava começando a fazer o jantar quando de repente, meu padrasto chegou em casa bêbado e bateu nela novamente. Eu fiquei na escada da casa, parado, observando os dois na cozinha e minha mãe gritando e chorando, pedindo para ele parar.

Eu não sabia usar a arma, eu era apenas uma criança com oito anos de idade na época e era inocente, só que vendo minha mãe sofrer nas mãos daquele cara me fazia tremer de ódio. Então eu desci as escadas apontando a arma para o Ben, que me olhou assustado:

"Você não tem coragem! É uma criança medrosa, um menino burro e ingênuo. Coloca essa arma aonde você pegou!"

"Não". Essa foi minha resposta para ele.

No momento em que ele avançou contra mim para me retirar a arma, eu fechei os meus olhos e só escutei apenas um barulho...

"POW"

Ben caiu no chão com as mãos apoiadas no peito. Sim, eu havia atirado. Foi um misto de emoções: raiva, culpa, arrependimento, tristeza, fúria e sede de vingança.

"Seu merdinha desgraçado, você e sua mãe pagarão por isso, eu vou t--"

"POW"

Pois um tiro não foi o suficiente, então decidi dar outro, só que dessa vez, na cabeça.

Minha mãe surtou, literalmente. E com razão. Me xingou, me empurrou, quebrou coisas que havia por perto e ainda chorou em cima do corpo do Ben.

"Porque você fez isso? Você é louco? VOCE É UM MONSTRO!"

Eu soltei a arma e disse: "Mamãe, me desculpa".

Caminhei até ela para lhe dar uma abraço, o que foi a pior decisão. Ela estava tão frustada que simplesmente pegou a panela que estava cheio de óleo quente e jogou em mim... no meu rosto.

Naquele momento, parecia que eu era outra pessoa

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Naquele momento, parecia que eu era outra pessoa. Era como se algo ruim ‐ um espírito ou seja lá o que - tivesse entrado no meu corpo e na minha mente... Essa tal coisa tomou conta de mim. Eu estava descontrolado e tomado pela raiva, até mesmo com minha mãe...

Então eu atirei nela também.

Mas não era eu... não podia ser eu. Um garoto brincalhão, alegre, estudioso e que amava sua própria mãe. Um garoto que matou uma pessoa justamente para defender a sua própria mãe... E no final, ele a matou.

Com meus gritos, surtos e choros, o meu vizinho ficou preocupado e decidiu averiguar. Eu abri a porta e contei toda a situação... eu estava com tanto medo... não sabia o que fazer... então meu vizinho decidiu me ajudar:

"Eu te ajudo agora, limpo a cena do crime e inventamos algo para polícia"

Porque ele estava me ajudando a esconder um crime? Dois corpos mortos? Mentir pra polícia e me defender? Porquê?

Ele pegou a arma e jogou em um rio que havia perto de casa e ligou para a polícia. Então eu disse que:

"Três pessoas armadas entraram dentro de casa, mataram os meus pais e ficaram com dó de me matar. Eu tentei impedir que eles atirasse na minha família e então eles jogaram óleo quente no meu rosto, porque ficaram com raiva. Logo depois eles fugiram"

Os policiais investigaram por um bom tempo e não encontraram os supostos assassinos.

Robert, o vizinho que me ajudou, disse que quando eu crescesse, era para eu me entregar. Ele me ajudou naquela vez porque eu era apenas uma criança. Mas no futuro, eu teria de me entregar... e sem citar o nome dele no meio dessa confusão.

Voltando ao presente☆

- Então eu aceitei a proposta dele e fui morar com o meu tio por 15 anos. E agora estou aqui, tentando viver uma nova vida e esquecer o passado. Mas Robert me encontrou novamente e ainda me cobra por isso. Infelizmente, eu não consigo me entregar, mesmo que não haja provas o suficiente... Eu tenho medo, Ashley! - Jake terminou de contar sua trágica história e a cada palavra que ele dizia, ficava ainda mais devastado.

Ashley não sabia o que dizer e nem o que fazer. Estava incrédula com aquela confissão. Não sabia se afastava dele ou o ajudava.

A garota olhava no fundo dos olhos de Jackson, assustada, e com lágrimas que se recusavam a sair. Mas ele também estava da mesma forma, pois nunca havia contado o seu segredo para ninguém.

- Se você quiser se afastar de mim ou me entregar, fica à vontade. Eu irei te entender. - Jackson se levantou do banco afastando-se da garota.

- Eu não vou te entregar - Ela também se levantou do banco e segurou o braço de Jake - Você fez o acordo, então você que tem que se entregar e não eu. Se você se arrepende mesmo de tudo, então faça o que é certo. - Agora os dois ficaram frente a frente um do outro.

- Eu me arrependo profundamente... não de ter matado o Ben, mas sim a minha mãe. Na hora da raiva eu agi por impulso - ele ainda tentava esconder suas lágrimas e segurar sua ansiedade.

- Eu não estou acreditando que você realmente fez aquilo. Você era só uma criança e - Ash falava com a voz trêmula - Aí eu não sei nem o que dizer...

- Não diga nada garotinha. - Um homem surgiu por detrás dos dois jovens.

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Esse capítulo foi bem curto mesmo :). Espero que a história esteja interessante. Obrigada e até o próximo pessoal.

Créditos da Foto da capa: linneart

INSEGURANÇAS NOS ATRAEMWhere stories live. Discover now