23 | Matthew Collins

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O jogo estava 3x2 para eles.

Os filhos-da-puta dos Heckles.

Jackson, o atacante e o capitão, era o mais marcado por isso como o defensor do time, meu papel ali, era defendê-lo, e não deixar ninguém do outro time se aproximar. Tinha que ficar atento a cada passo, cada respirada dos adversários para cima do capitão.

Tudo ali dependia de estratégias e eu tinha que fica atento em todos.

E o problema dessa noite? Era que os Heckles tinha trocado a porra do marcador do time. E o idiota que estava em cima do capitão era o filho-da-puta que mexeu com Davina da primeira vez, eu não ia com a cara do cara e nem ele com a minha. Mas eu não me importava com isso, o problema era que eu já tinha uma advertência pela falta sem querer que causei nele no primeiro jogo. Não comentaria isso para ninguém e se alguém perguntar nego até a morte, mas o pau no cu é muito bom no que faz.

Nosso time era bom, só que, o problema era que hoje eles estavam agressivos como se tivessem com ódio. Eles estavam indo para cima dos nossos sem piedade. Que porra! Eu já tinha uma advertência e o idiota do Heckles sabe, como vou partir para agressão sem levar outra?

Eu me senti fraca. Porque naquele segundo, ódio era a última coisa que eu sentia por ele. Eu o desejava. Desejava muito. Era como se eu estivesse com sede de algo que nunca tinha provado: ele. A boca dele, para ser mais específica.

- DEFESA! - gritou o nosso treinador do outro lado do campo, puto.

Corri entre o gramado verde vendo o idiota correndo até o gol e o defensor do outro time estava colado no meu encalço.

Ah, mas não vão mesmo.

Olhei para trás de mim e vi o cara do tamanho de um guarda-roupa planejado correndo. Preciso dá um jeito nisso. Vi o Camisa oito do time rival correndo com a bola, o que estava atrás de mim foi colocado estrategicamente para me marcar. Olha o tamanho desse cara.

Eu preciso driblar ele. Olhei para o lado, vi Tyler poucos metro de mim, fiz um sinal para ele que também era o defensor da lateral. Fiz um movimento em zigue-zague com a mão para ele. Comecei a correr novamente para o outro lado onde o Camisa oito ainda corria, desviei entre os nossos com o adversário ainda atrás de mim. De canto de olho consegui ver Trevino ao meu lado e nesse momento Tyler e eu corremos um ao lado do outro desviando e passando um na frente do outro, e quando consegui chegar a tempo no gol, bati com o meu taco na base do idiota oito fazendo a bola voar, ela foi para cima passai o meu taco atrás de mim trocado de mão e pegando a bola assim que caiu na minha rede. Sorri olhando para o babaca. Joguei a bola novamente para o capitão que pegou e saiu correndo para o outro lado sem o seu marcador. Olhei para o babaca e dei uma piscada para ele.

Ele ficou puto e saiu xingando, mas eu nem dei bola. Voltei para a minha posição. Direcionei meus olhos para os torcedores que nos assistia na arquibancada através da grade. Foquei naquela que me interessava. A morena dos olhos cinza sentada conversando com sua amiga ao seu lado.

É automático, sempre a olhei durante os jogos. Era como se eu não a olhasse, eu não teria foco no jogo. Hoje ela não estava com as líderes, estávamos na cidade vizinha, o time veio no ônibus e a minha menina-mulher veio no carro com Victoria. Como se soubesse meus olhos nela, ela vira, focando os seus em mim. Seu sorriso estava lindo, a boca pintada de vermelho-vivo, o cabelo castanho em ondas caído em cascatas, vestia uma calça preta rasgada no joelho, um topo branco e minha jaqueta do time.

A minha jaqueta. Com o meu nome. Com o meu número.

Ela estava linda.

Ela é linda.

POR TRÁS DAS CORRIDASWhere stories live. Discover now