26 | Davina Campbell

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Abri a porta do passageiro e entrei na camionete. Diego sentou ao meu lado e o seu cheiro forte de perfume inundou a cabine fechada. Suspirei. Ele tem o mesmo cheiro de Matt.

Ficamos em um silêncio constrangedor até ele quebrá-lo.

— Como vai o mauricinho? — Tinha que começar pelo Matt.

— Diego...

— Eu só perguntei.

Reviro os olhos.

— Ele vai bem.

Hum!

Não sei lidar com gente ciumenta.

— E por que você está aqui?

— Eu preciso de um favor.

— E por que você acha que eu vou te ajudar depois do que aconteceu?

Suspiro, fechando os olhos.

Ultimamente só estou fazendo isso. Suspirar.

— Porque além dos acontecimentos, Di. Somos amigos, você é um irmão para mim e eu te amo muito. E você sabe que se não fosse realmente muito importante eu não estaria aqui, não é? Mas sempre viria se você me ligasse.

Seu olhar em mim, analisa cada feição do meu rosto. Cada detalhe com lentidão, como se estivesse lembrando de cada parte minha. Seus olhos estão brilhando e eu estou me sentindo uma estúpida do caralho por vim atrás dele. Eu não queria mexer com seus sentimentos.

Burra, Davina, burra.

Uma batida no vidro do carro me faz quebrar o seu olhar do meu. Nik estava do lado de fora segurando seu megafone.

— Di, está na última em cinco minutos. — Nik sai.

Os lábios de Diego se curvam em um sorriso, ele abra a porta da camionete olhando para mim.

— Vem! — E fecha a porta.

Desço da camionete, caminhando ao seu lado como antigamente e como antes os olhares em nós. É uma nostalgia sentir a sensação de liberdade. Na linha de largada havia dois carros: um Porsche 911 preta e uma Ferrari F8 vermelha. Os dois são lindos.

— Aqui — ele joga a chave para mim e eu a pego no ar.

O chaveiro com o símbolo da Ferrari desliza na minha mão e uma adrenalina adormecida resolver acordar. Vi Diego da a volta no carro vermelho e abrir a porta.

— Entra!

Sem discutir e sentindo a necessidade de sentir o volante entre meus dedos entro sem discussão. O banco com cheiro de couro me arrepia.

— Di...

— Um favor por outro favor — ele diz, colocando o cinto. — Você ganha essa corrida para mim e eu te ajudo com o seu favor.

— E se eu não ganhar?

— Qual é? Você é a Davina Campbell. A única capaz de me ganhar em uma corrida.

— Certo, só me diz uma coisa — olho para ele. — Essa corrida, se ganhar, você ganha o quê?

— O de sempre.

— Quanto?

— 10.

— Bom, isso já paga a outra metade da merda que você fez com Steven — ele me olha, surpreso. — Pois é, eu sei, seu idiota. E espero que se eu ganhar essa porra aqui, você pare de fazer coisas por impulso.

— Foi só uma vez.

— E olha onde essa uma vez te trouxe. Sem sua camionete e devendo para o escroto do Galli. Eu quero meter tanta porrada em você agora, Diego. Você não tem noção.

POR TRÁS DAS CORRIDASDonde viven las historias. Descúbrelo ahora