A Visita Inesperada

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Larissa buzinou na porteira da Fazenda Rio da morte
- Cassandra já avisou que eu vinha?
O empregado consentiu e abriu a porteira, deixando-a entrar.
Larissa respirou fundo parando diante do Casarão.
Nair saiu olhando-a tirar o capacete e os cães vieram correndo brincar com ela.
-Meus amores! - Larissa exclamou acariciando-os.
- Menina, Cassandra já me avisou ,mas por favor se ele não quiser recebê-la não deixa sobrar para mim, preciso desse trabalho. - Nair falava enquanto ela entrava na sala.
- Não se preocupe, Cassandra e seu patrão se entendem bem, eu vou subir e por favor preciso que essa minha visita fique entre nós, não conta para sua irmã e meu pai, tudo bem?
- Desde que me deixa fora, se ele não gostar dessa surpresa.
- Fica tranquila - Larissa disse, segurou-lhe as mãos com carinho e riu deixando o capacete no móvel de entrada .
Balançou a cabeça para ajeitar os cabelos.
- Corajosa! - Nair exclamou e sorriu ainda tensa.
Larissa tocou à porta de leve.
- Dona Nair, o que quer? - Ele falou com a voz cansada.
- Cubra o rosto que estou entrando - Larissa disse sem abrí-la.
- O que faz aqui?
- Já posso entrar?
- Entra .
Ela entrou olhando-o coberto e encostado na cama com chapéu cobrindo o rosto.
- O que quer? Os gatos da Cassandra estão na sua casa.
- Nem boas-vindas me dá, doentinho ? vim cuidar do gato maior, você no caso. - Ela falou indo para janela.
- O que está fazendo?
- Fechando-a para ficar escuro, assim você não precisa ter medo de mim - Ela disse e fechou janela.
- Quero que vá embora.
- Não me expulsa assim que doi , porque ficou doente? a Cassandra me disse que é emocional, então pensei que foi por causa de ontém, mas continua grosso e estúpido comigo - Ela falou dando-lhe as costas
- O que veio fazer? Você não é médica- Ele falou suspirando .
- Não sei ,você tem razão, melhor eu ir para casa da Cassandra
-Larissa espera. - Ele pediu em voz baixa ao vê-la mexer na porta.
- O que quer? - Ela perguntou, sem virar-se.
- Você pode tentar me curar? Afinal tem seus dons .
Ela virou-se olhando-o na penumbra.
-Posso sim, só não sei do que precisa ser curado - Ela disse se aproximando da cama.
- Eu sinto um peso no corpo e na alma como se estivesse afundando para dentro da terra, como se algo me puxasse para baixo. - Lorenzo sussurrou com a voz melancólica.
- Eu poderia abraçá-lo, mas você não quer que o toque - Ela disse, segurando se para não chorar.
- E um abraço cura algo?
- Claro que sim, se deixar te dou um abraço milagroso e ainda uns beijos na bochecha.
- Beijos não. - Ele sussurrou, negando num gesto de cabeça
- Então abraço pode ? - Ela perguntou tocando seu braço de leve.
- Tenho dúvidas - Ele disse coçando a barba.
Larissa pegou um lenço preto na escrivaninha.
- Já sei, tapa meus olhos, assim não precisa ter receio de que veja seu rosto - Ela falou dobrando lenço e o entregou e sentou na cama de costas para ele.
Lorenzo colocou-o ajeitando seus cabelos com cuidado e amarrou.
- Confira se está cobrindo bem meus olhos - Ela falou, levando as suas mãos em seu rosto e ele deslizou os dedos por sua face em torno de seus olhos e suspirou forte.
- Está certo?
- Sim, menina - Ele disse, olhando-a virar-se para ele, colocando o joelho sobre sua perna
-Desculpa, não estou vendo nada - Ela falou rindo, segurando em seu braço.
Ele tirou o chapéu olhando-a dos pés à cabeça.
- E agora posso abraçá-lo ?
Lorenzo inclinou-se para frente encostando seu ombro no dela.
- Pode.- E sussurrou, respirando alternamente.
Larissa deslizou as mãos por seus braços envolvendo-lhe o pescoço e abraçou-o forte
-Você não vai me corresponder? - Ela sussurrou, acariciando suas costas.
Ele tremia levemente e com vagar abraçou-a pela cintura apertando a forte.
- Que abraço gostoso! - Larissa exclamou sorrindo.
- Lorenzo suspirou profundamente, sem soltá-la.
Ela passou a mão na sua cabeça.
- E cheiroso também. - E falou cheirando o seu pescoço.
- E então como se sente? Não é como o abraço de sua amiga Cassandra, Mas é com todo carinho.
- Cassandra não me abraça .
-Sério? Mas vocês são tão amigos .
- Não sou afetuoso assim, me incomoda que me toque.
Ela riu.
- E eu pensando que estava gostando, está incomodado, né?
Lorenzo apertou-a um pouco mais.
- Pareço não estar gostando? - E perguntou .
Ela suspirou apertando-o também.
- Não, senão você tinha me soltado.
- Exatamente, Pequena, ou quer que a solte?
- Não quero, por mim podemos ficar assim por horas, eu amo abraços, Grandão.

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