Estou Sem Palavras

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- O que foi aquilo? - Cassandra falou olhando-a sentar-se na cama do lado.
- Ele me deixou ver seu rosto, estou sem palavras. - Larissa falou meio fora de si.
- E o que achou? Pode ser sincera, não lhe contarei nada.
Larissa sorriu balançando a cabeça.
- Eu não vi nada horrível, como imaginava, ele tem cicatrizes e são bem marcantes.
- Sim, um dia ele contará em detalhes, mas foi por um acidente nos Estados Unidos, sobreviveu por milagre.

- Eu imaginei que foi um acidente, pelos cortes, mas por que não fez plástica? afinal tem tanto dinheiro. - Ela falou pensativa.

- Ele não quis, depois saberá através dele mesmo, mas tem muitas coisas por trás disso, traumas, sentimentos de culpa e essas perseguições espirituais, minha amiga eu estou tão feliz que vocês estão se aproximando, eu o amo como se fosse um irmão e me dói tanto vê-lo preso a tanta dor, medo e solidão.

- Ele é grosso e explosivo, mas tem um lado tão protetor que me passa segurança.
- Larissa, e o rosto?
- Eu achei lindo, é isso que quer saber? Achei muito lindo, os olhos, os cabelos, a barba e as marcas, tudo lindo.
Cassandra deu risada.
- Está apaixonada pelo bruxo!
- Claro que não, sua boba, eu o acho lindo, mas é admiração de uma amiga por um amigo - Larissa falou deitando-se.
- Pelo menos são amigos agora, já estamos evoluindo.
Sim, para cumprirmos a tal missão, eu já sei.
- Então vamos dormir que de manhã você tem que voltar para casa.
- Verdade, terei que mentir novamente, estou me sentindo mal com isso,mas não tem outro jeito.
- Não mesmo ,sua família te interna se souberem que anda de amizade com o bruxo lindo.
Ambas riram e adormeceram.
Larissa desceu da caminhonete de Cassandra e entrou sendo observada por Gilberto e Tenório

- Bom dia garota da festa!
- Desculpa, não deu para vir à noite eu encontrei a Cassandra na cidade e combinei de voltar com ela daí dormi na casa de uma amiga sua, ela achou melhor que virmos na madrugada sozinhas.
- Fez bem, duas mulheres nessas estradas teria seria perigoso - Tenório falou olhando-a entrar.
Larissa foi direto trocar de roupa e voltou para a sala
- Foi boa a festa?
- Mais ou menos, Maísa, não quero sair mais com elas, bebem muito e ficam homens nos rodeando, como se eu fosse a cereja do bolo, ainda bem que liguei para Cassandra e estava na cidade.
- Fez bem Lari, entre essas bêbadas e a cigana mil vezes a cigana - Nadir disse sentando-se ao seu lado.
- Será que tem problema eu ir nos fins de semana com ela para a cidade às vezes?
- Por mim tudo bem - Gilberto disse.
No fim da tarde Cassandra contou-lhe por telefone que Lorenzo viajou para sua outra fazenda para resolver uns assuntos urgentes .
Os primeiros dias da semana passaram rápido e na quarta-feira Larissa foi para a escola na companhia de Cassandra.
- Quantos dias ele demora para voltar? - Larissa perguntou enquanto tomavam sorvete esperando dar o horário de entrada na escola
- Normalmente nunca volta antes de uns dez ou quinze dias
- Ufa ! Quanto tempo! vou sentir saudades daquele chato irritante.
Cassandra deu risada
- Eu tenho certeza que ele de você também.
- Você já foi nessa Fazenda?
- Nunca, nem sei onde fica, só sei que é bem longe.
- E o ritual vamos fazer só nós duas?
- Sim, nessa sexta-feira eu a busco e digo que vamos para a cidade.
- É melhor, minha família já está se acostumando com a nossa amizade. -
Larissa disse olhando as horas.
- Já está no meu horário, nos encontramos no final da aula?
- Sim, vou comprar algumas coisas no mercadinho aqui da vila mesmo volto busca-la.
- Combinado, tchau - Larissa disse e atravessou a rua entrando na escola.

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