Não temos nada

588 47 13
                                    

Raphael Veiga.
São Paulo, Brasil.

- Pelos exames ainda não temos como ter certeza quando você vai voltar mas estamos positivos certo?- O médico do CT disse e eu forcei o melhor sorriso que eu pude.

- Certo.

Me levantei da maca e segui pra fora da sala com a ajuda da muleta. Assim que sai senti meu celular vibrar e o retirei do bolso.

"precisamos conversar depois."

Milena mandou e sem explicação me deixou assim curioso e confuso. A manhã estava tão boa, o que havia acontecido no período de sei la 20 minutos.

Mandei algumas mensagens e quando vi que ela não iria respondeu resolvi esquecer isso e ir em direção ao auditório onde Abel iria iniciar mais uma palestra. Ele começou a falar sobre o próximo jogo da Libertadores, o qual eu não iria participar, e logo nos liberou da "reunião".

- Eai Mi.- Escutei Scarpa falar e me virei para trás vendo ela me olhar.

- Oi Gu, como você ta?- Ela perguntou e eles trocaram mais algumas palavras antes de ela vir até mim.

- Aquela sua mensagem me deixou confuso.- Eu falei me encostando na parede do corredor e ela suspirou.

- Temos um problema.- Falou com o semblante triste.- O chefe da Luisa veio falar comigo hoje e disse que não podemos namorar.

- E quem é ele pra decidir isso ?- Eu falei confuso.

- Bem, ele é meu chefe Raphael.- Milena disse.- Você é jogador não vão te demitir é óbvio. Mas eu sou apenas uma estagiária.

- Eu posso falar com ele.- Eu disse e ela negou.- Podemos pedir ajuda pro seu pai.

- E aumentar mais ainda os boatos de que eu entrei aqui só por causa dele?- Ela respondeu brava.- Eu não quero terminar com você ta, não entenda de outra maneira. Eu vou pensar em algo.

- Me deixa resolver isso amor.- Pedi e ela me olhou brava.

- Melhor eu resolver. Ate mais tarde. - Ela se despediu e eu bufei irritado.

Como as pessoas podem ser tão intrometidas assim. Eu iria pensar em algo, mas apenas quando estivesse mais calmo.

Fui em direção ao campo e me sentei no banco que estava disponível. Apenas alguns jogadores estavam treinando e estar ali sem poder fazer nada me matava. Era a primeira vez que eu tinha uma lesão nesse nível e só de pensar em deixar o time na mão já me deixa com uma sensação terrivel no peito.

- Ficar encarando não vai te fazer melhorar mais rápido.- A voz de Abel se fez presente com aquele sotaque forte.

Eu ri amargamente e falei:

- Me faz lembrar do porque eu preciso melhorar logo.

- Sabe que nós vamos dar um jeito.- Ele disse sentando ao meu lado.- Fico feliz em te ver bem, dentro do possível é claro.

- Vir aqui me faz bem.- Eu disse, Abel não disse mais nada e seguiu até o resto do time.

Durante o resto do treino eu fiquei pensando em Milena, pensei ter escutado ela e a equipe do marketing mas me enganei. Tudo me lembrava ela para falar a verdade.

Não queria dar um fim a nossa relação, não agora quando ela finalmente quis ficar comigo. Eu iria lutar e tentar pensar em algo. Nossa opção seria fingir que terminamos e manter tudo as escondidas, era arriscado mas ainda assim a melhor das opções.

Antes que todos saíssem do campo eu sai primeiro e fui até o refeitório torcendo para que Milena estivesse lá. Entrei no local e entre os funcionários que me olhavam la estava ela. Peguei uma bandeja e preparei meu prato e mandei uma mensagem para Milena quando me sentei.

Bᥱιjᥲ Fᥣ᥆r; Rᥲρhᥲᥱᥣ VᥱιgᥲKde žijí příběhy. Začni objevovat