Amantes (ChaeLisa)

Capítulo 9 - Thelma e Louise

A loja de Jihyo era quente e aconchegante. Um lado da pequena loja estava cheio de plantas caseiras e samambaias exuberantes. O outro era uma parede de flores coloridas cortadas, de todas as variedades.

Enquanto Lisa parou para olhar uma cesta de suculentas pendurada no teto, Roseanne foi direto para a mulher que estava atrás do balcão. Seu sorriso era tão brilhante quanto seu lenço de seda estampado.

A ideia de Lisa era absurda, mas dadas as opções limitadas, Roseanne concordou que valia a pena tentar. A pior coisa que a pessoa atrás do balcão poderia dizer era não.

"Olá." A atenção da mulher passou de Roseanne para Lisa, que se aproximou dela. "Posso ajudá-la a encontrar algo? Estou sentindo vibrações de acabamos de nos mudar para morarmos juntas, mas não estamos prontas para nos comprometermos com um gato."

Lisa riu, uma risada gorgolejante e nervosa.

"Gostaríamos de falar com o proprietário", disse Roseanne rigidamente.

"Essa sou eu." A mulher franziu a testa, mas não perdeu a expressão amigável. "Você vai me entregar uma intimação ou algo assim?"

"Não, não." Lisa parou na frente de Roseanne e se aproximou do balcão, com as bochechas bronzeadas coradas. "Desculpe. Seu nome é Jihyo?"

Jihyo assentiu, seus olhos castanhos brilhantes curiosos.

"Eu sou Lisa. Esta é Roseanne. Temos uma proposta incomum. Gostaríamos de passar alguns dias na sua loja."

"Passar alguns dias?" Jihyo inclinou a cabeça para o lado.

Lisa começou a dar voltas, tentando chegar ao assunto, e enquanto Jihyo tentava seguir a proposta confusa da garota, Roseanne observava a dona da loja.

Quando Jihyo saiu da cama naquela manhã, ela provavelmente esperava um dia normal, talvez até um pouco chato. Agora ela estava envolvida neste estranho encontro.

Se Roseanne tivesse qualquer outra opção viável, ela a teria escolhido. Mas havia um número limitado de lugares de onde ela poderia vigiar a porta, e ela não havia encontrado nenhuma maneira de fazer contato com a amante de Frederic sem o conhecimento dele, a não ser abordá-la sozinha. Não há como adivinhar o nome dela, a não ser a conhecendo pessoalmente. Até isso era arriscado. Com cada pessoa que confrontava, ela corria o risco de que Frederic descobrisse antes que ela estivesse pronta, mas suas escolhas eram mínimas e o tempo estava correndo.

Roseanne não queria compartilhar seus assuntos íntimos e embaraçosamente complicados com uma estranha. As circunstâncias já eram bastante humilhantes. Mas Lisa estava se debatendo para explicar a razão do pedido. Elas tinham que contar a Jihyo toda a verdade e esperar pelo melhor.

"Meu marido está me traindo", anunciou Roseanne abruptamente, interrompendo Lisa e surpreendendo Jihyo. "Com ela." Ela inclinou a cabeça na direção de Lisa, que respondeu com um aceno estranho. "E com uma mulher que mora naquele prédio." Ela apontou por cima do ombro e saiu pela porta da frente.

Jihyo ouviu atentamente como se desejasse ter pipoca para acompanhar o show. Roseanne poupou poucos detalhes. Ela não viu muito sentido em esconder algo a essa altura.

Vinte minutos depois, a florista as estava levando por uma escada estreita e antiga até o depósito acima da floricultura. Além de fileiras de caixas bem ordenadas, vasos empilhados de todas as cores e tamanhos, e sacos com cheiro de terra, havia uma janela.

Jihyo puxou a cortina e apoiou as mãos nos quadris. "Isso vai servir?"

Roseanne quase conseguiu sorrir. De sua posição acima da linha das árvores, elas tinham uma visão clara e desobstruída da entrada do prédio.