[🏰 + 0] - Prólogo: Desbravador.

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A chuva caía em abundância sob os fios longos e delicados

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A chuva caía em abundância sob os fios longos e delicados. A água manchava as roupas caras e embaçava a visão do Ômega, deixando-o atordoado.

Há dias o pequeno e destemido Ômega cruzava norte e sul, em busca de algum nobre (ou até mesmo um plebeu) que lhe oferecesse uma singela ajuda. Na condição em que se encontrava, não reclamaria em ficar nos estábulos dos cavalos ou nos chiqueiros dos porcos, só queria um teto para se abrigar e se proteger das prováveis tempestades que já ameaçavam aparecer no céu.

De onde vinha, a chuva era escassa. Por ser um reino conhecido pelas terras geladas e névoas que tomavam o lugar, os rios eram pedras de gelo e apenas neve caía por sua cabeça. E naquele momento, chovia. O Príncipe de Frostia nunca tinha visto chuva em toda sua vida, e em outras circunstâncias, aquilo seria uma experiência única.

O clima mudou drasticamente e a tonalidade do céu passou de um alaranjado para um mais rosado, mesclando-se com o lilás. Quando o azul escuro surgiu no horizonte, o frio começava a bater na porta e a fome fazia morada.

Os suprimentos — os quais lhe foram dados às escondidas por uma serva muito querida — já beiravam o fundo das cestas e as cabaças não restavam mais nenhuma gotinha sequer d'água.

Agradeceu a chuva recente, que apesar do frio pôde saciar sua sede. Não estaria reclamando do ar gélido pois de onde vinha, só o branco da neve era visto, já estava acostumado àquela temperatura. Mas em sua viagem, teve um imprevisto, onde acabou perdendo a capa que o protegia

Caminhou por mais alguns quilômetros, sentindo suas pernas darem nós. Sua visão ficou embaçada devido a chuva que caía forte e as lágrimas que manchavam as bochechas cheias e vermelhas. Não sabia onde estava ou se sequer chegaria a algum lugar.

Uma forte tontura lhe atingiu e as palavras de seu progenitor o golpearam como fortes adagas perfurando seu peito.

“— Tu és um bastardo! — proferiu as palavras com ódio — És uma vergonha para o meu reino! Eu deveria tê-lo jogado aos ursos quando nasceu!

— Pa-papai, por favor n-não diga isso! — ajoelhou-se o Ômega, pedindo por piedade ao Rei Alfa.

Como se atreves a chamar-me de pai, seu insolente?! — desferiu-lhe um tapa estalado no rosto belo que imediatamente adquiriu a coloração avermelhada fazendo o Ômega cambalear caindo de bruços no chão — Tu és uma aberração para o meu povo, um Ômega bastardo que nem ao menos sabe tricotar! — agarrou-lhe os fios loiros com a mão áspera, o fazendo erguer a face coralina, coberta por lágrimas — Como esperava cuidar dos filhotes do Eun-Woo? A única coisa que tinha que fazer era preservar a tua pureza para o Alfa que escolhi para ti! E o que eu encontro? Encontro-te enlaçado aos braços de outro Alfa tão repugnante quanto você!

— N-não é verdade! Meu p-pai-, — engoliu em seco e prontamente se corrigiu: — Meu Rei! Isso não é verdade! H-houve um engano, a-aquele Alfa dopou-me! Eu estava inconsciente! — disse-lhe a verdade, atraindo ainda mais atenção para si.

Entre Reinos [🏰]; - Jikook. Onde histórias criam vida. Descubra agora