Trinta Dias Em Atlântida

01 TRAGÉDIA

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Imagens inspiradas nas obras de Joseph Zbukvic.

Dedico a minha amiga de infância. O melhor da vida era brincar na rua de trás de casa e conversar na calçada, por várias horas, embaixo daquela árvore.

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"É lamentável, os humanos não deveriam jogar suas vidas fora dessa maneira..."

O submarino Princesa Isabel está em missão de rotina por águas internacionais. Embora esteja tudo calmo por fora enquanto o submarino está envolto na imensidão azul. Por dentro a tripulação está agitada tentando resolver uma pane elétrica e sobrecarga no motor, sem conseguir mandar sinal de socorro no rádio.

A calmaria de fora acaba. Uma implosão arrebenta parte da carcaça. Toda área se comprime e a água invade as cabines abertas. O submarino começa a afundar. A base recebe a ultima mensagem do submergível, um pedido de socorro interrompido pelo estrondo de água ao fundo.

Imediatamente equipes de resgate são enviadas. Embarcações próximas são notificadas para ajudar e resgatar sobreviventes. Mas o mar acima está com uma terrível tempestade. O local do acidente não é certo e com a tempestade fica impossível efetuar buscas.

Dois dias se passam e a mídia internacional está comentando o caso. Foi confirmado o som da implosão e determinado uma área por triangulação.

Mas a região é grande e muito profunda, com vales tortuosos que dificultam o reconhecimento dos destroços por ondas.

As buscas foram paradas e o submarino encontrasse alojado na ponta de um precipício. Metade dele está destruído e tubarões estão nadando por perto.

Restos de uniformes rasgados e equipamentos danificados estão deitados no areia fina do fundo do mar.

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Se aproxima do local um pequeno submarino com designer inovador. O casco circular com janela de material transparente permite ao navegador uma vista privilegiada do mar. 

Mas a aproximação dele não e notada, pois está com camuflagem e é bem silencioso. Sua propulsão é nuclear-elétrica. Parando poucos metros do local.

O observador solitário desse submarino está em escuridão total com as telas à frente sendo a única luz. O painel possui visão noturna e aproximação em zoom.

— É lamentável, os humanos não deveriam jogar suas vidas fora dessa maneira. — Comenta o observador solitário.

Enquanto esta ali parado, o submarino destruído se movimenta, ameaçando cair do pico em que se encontra para o abismo ainda mais escuro, nas profundezas do Atlântico.

No interior do submarino ainda existe uma sobrevivente. Vestida em seu traje de mergulho resistente a pressão e com sua cabine quase completamente tomada pela água ela se prepara para a fuga.

Marina respira fundo aguardando para ficar completamente submersa. Seus cabelos castanhos curtos e pele bronzeada são cobertos pela mascara. Os olhos verdes estão fechados em uma prece. Um terço está enrolado no pulso com o crucifixo firmemente seguro na mão.