Vocês Duas São Minhas Mães, Não É Óbvio?! - Stellatrix AU

Mamãe está aqui?

"Você é uma ótima atriz, eu devo admitir."

Inclinei minha cabeça para o lado em dúvida, a verdade é que eu estava fervendo de raiva daquela mulher, a arrogância dela chegava em níveis astronômicos os quais eu nunca achei que presenciaria em minha vida, claro, Ellie tinha um ego enorme mas ela sabia reconhecer se alguém era melhor do que ela, e claro, ego e arrogância são meio diferentes.

Me fingir de idiota era uma opção boa, mas o fato dela ter revistado o meu álbum de fotos estragava todas as minhas alternativas, e pensar que qualquer chance minha foi arruinada por uma velha bisbilhoteira, haa, os Deuses devem estar conspirando contra mim.

Os olhos azuis dela me encararam como se estivesse tentando invadir minha mente, talvez o fosse, mas não daria certo, eu sempre tive uma ótima resistência a fadas da mente. Além disso, eu era a aluna destaque no clube de drama, e nunca nem quis fazer parte daquela merda.

Mas o assunto não é esse. Afinal, o assunto estava bem debaixo da palma da mão enrugada daquela mulher.

"Não se finja, por favor, eu sei que você deve estar aqui por algum motivo maior, uma causa nobre, por assim dizer. Foi bom rever a sua mamãe não foi?"

Não pude evitar minha reação fria as palavras irônicas dela, senti meu rosto endurecer como gelo azulado para encará-la, semicerrei meus olhos e a vi estender o álbum em minha direção.

"Pegue, eu sei que você o quer de volta."

Me estico da cadeira com as mãos estendidas e agarro o álbum, trazendo-o para perto do peito, a raiva me invade só de pensar que essa mulher passou os olhos por todas as fotos desse álbum, e leu todas as frases e trechos escritos, coisas pessoais, só minhas e da minha família.

Família essa que se encontra toda morta. Por minha culpa.

Não é hora de pensar nisso. Sacudo a cabeça em uma tentativa de afastar esses pensamentos e me concentro, irritantemente, na mulher à minha frente, que esbanja um pequeno sorriso esnobe.

"Ninguém lhe ensinou que é falta de educação mexer nas coisas dos outros?"

Falei áspera, colocando o álbum deitado em meu colo e cruzando os braços, era uma ação meio inútil já que não causava nenhum pouco de intimidação mas era o que eu podia fazer para tentar parecer um pouco séria. De qualquer forma, a loira platinada não parece se importar e me responde.

"Bom, eu não podia fazer nada, você estava dormindo, e eu precisava tentar descobrir alguma informação sobre quem invadiu o colégio e, por algum milagre ou desgraça do destino, tem a habilidade de abrir portais."

É, realmente, era um fato, como diretora ela precisava se encarregar de descobrir quem havia entrado de modo desconhecido em Alfea. "Ok, eu não posso rebater isso." Decidi apenas acenar para ela sem ter muito o que falar.

"Então, eu gostaria de ouvir uma explicação para as coisas que vi dentro desse álbum."

Ela tremulou os dedos na mesa me olhando profundamente.

"Sinto muito, você quer uma resposta melhor do que a que você mesma viu, com seus próprios olhos?"

Pergunto irônica, e os cantos da boca dela se retorcem em estresse. Foi, na verdade, uma pergunta genuína mesmo, não entendi porque ela ainda estava me perguntando aquilo se já tinha visto as anotações nas fotos do álbum.

"É melhor que a causadora de tanta confusão responda por ela própria, não acha?"

Dei de ombro com cara de poucos amigos.

"Se você acha."

Sem muita vontade, levantei a mão e comecei a traçar desenhos no ar, desenhos esses que tomaram forma feitas de luz pura, e com um simples estalar de dedos, essas formas — sóis, estrelas, luas e flores — começaram a se mexer, pulsando e irradiando brilho, apenas para no final, se transformarem em poeira brilhante.