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Julie Baker

HANNA NÃO HAVIA GOSTADO muito da ideia, mas disse que como eu tenho dezessete anos ela não vai opinar, a ruiva me deixou duas casas antes da casa da nossa mãe, me despedi e fui em direção a casa.

Toquei a campainha e logo a mais velha se fez presente.

- Julie, o que faz aqui? - minha mãe sorriu.

Enquanto ela estava sóbria estava tudo bem, mas quando ela bebe se transforma.

- Vim passar uma noite aqui. - sorri fraco e a mais velha me deu espaço.

- Hanna te expulsou de casa? - ela pergunta com sarcasmo no seu tom de voz.

- Não.

- Bom, fique a vontade, você conhece a casa. - ela deu um círculo pelo sofá e foi em direção a cozinha.

A casa estava praticamente do mesmo jeito, tinha várias garrafas na mesinha e no chão perto do sofá e alguns cacos de vidro pelo chão.

Por incrível que pareça sinto falta da minha mãe, convivi todos esses anos com ela, não me admiro de um dia falar que não sinto falta dela. Mãe é mãe.

Recebi uma ligação e logo depois uma mensagem, peguei meu celular e abri na conversa.

*Chamada perdida*
"Juliana, onde você está?"

"Na casa da minha mãe, por quê?"

"Na casa da sua mãe?"
"Conta outra"
"Meu melhor amigo disse que te viu na festa"

"Oliver, que festa?"

"Não sei, me diz você"
"Você nunca fez nada por nós"
"Estou cansado"
"Não aceito ser corno, quero terminar"

"Você diz que me ama, mas não acredita em mim?"
"Que amor é esse?"

Quem estava cansada era eu, desde o início do nosso relacionamento pensei que eu ia me abalar bastante depois do término, mas agora percebi que não.

Ele preferiu acreditar no amigo dele do que em mim.

Talvez mais tarde eu tenha um choque de realidade, e ai sim eu vou sentir. No momento estou com raiva por ele não ter acreditado em mim.

Subi as escadas e entrei no meu quarto, estava tudo do mesmo jeito. Me sentei na cama e fiquei olhando ao redor do quarto.

Levantei da cama assim que vi que minha mãe abriu a garagem. Recebi uma mensagem de Hanna.

"Julie, está tudo bem?"

"Por enquanto sim, ela acabou de sair"

"Se acontecer qualquer coisa por favor,
corra para seu quarto, se tranquei no banheiro e
me mande mensagem"

"Ok"
"Boa noite Hanna, até amanhã"
"De um beijo em Christopher por mim"

Desliguei meu celular e me deitei na cama, por um lado eu estava com medo de vim para cá e acontecer algo comigo e por outra lado eu estava feliz pelo mini diálogo que tive com minha mãe.

Fiquei olhando para o teto por alguns minutos, logo peguei no sono.

Acordei com o barulho de vidro sendo quebrado, meu coração acelerou na hora, mas resolvi sair do quarto para ver o que era.

Minha mãe estava chorando e quebrando tudo que havia dentro de casa, minhas pernas congelaram, eu não conseguia me mexer. Assim que ela me viu jogou um copo em minha direção, a única coisa que consegui fazer foi desviar e o copo acertou na parede.

— Desculpa, filha — ela veio em minha direção assim que percebeu seu erro. — Acabei vendo seu pai com a mulher dele e...

— Mãe, isso não tem justificativa. — infelizmente não consegui conter minhas lágrimas.

Eu não conseguia me mexer e minhas mãos tremiam, o vidro acabou acertando na minha bochecha.

Minha mãe nunca conseguiu superar meu pai, ela bate nessa mesma tecla todos os dias. Meu pai já a ameaçou de colocar uma ordem de restrição porque uma vez até ameaçou a mulher dele de morte.

Subi as escadas e ela veio atrás de mim e a todo momento a única coisa que ela conseguia falar era desculpa.

Eram 23:45, com certeza Hanna está dormindo. Foi uma má ideia ter vindo dormir aqui, eu deveria ter seguido os concelhos de Hanna.

— Julie, me desculpa — minha mãe falava do outro lado da porta.

Hanna, por favor, vem me buscar

Julie
O que aconteceu?
Ela te machucou?
Esqueça
Estou indo

Essa é a última vez que eu vou voltar aqui.

Fui ao banheiro e vi que minha bochecha estava sagrando, o corte não foi profundo.

As vezes acho que não posso ficar feliz já que sempre que isso acontece algo de ruim acontece para acabar com meu dia.

Sai do banheiro e pulei a janela, minha mãe começou a arrombar a porta.

Duas casas antes Hanna estacionou o carro e dele Hanna e Christopher desceram.

— Julie — Hanna veio correndo em minha direção, logo a ruiva me abraçou. — Vai ficar tudo bem, ok? Vou chamar a polícia para ela e vou colocar uma ordem de restrição para ela não chegar perto da gente.

— Julie — Christopher veio em minha direção. — Oh, nossa... vamos cuidar disso.

Entramos no carro e Christopher teve que ir digerindo porque Hanna estava muito nervosa, suas mãos tremiam enquanto mexia no telefone.

☆: Estão gostando da fanfic? Aceito críticas construtivas 🫶🏻

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𝐄𝐍𝐂𝐇𝐀𝐍𝐓𝐄𝐃 - 𝐌𝐚𝐬𝐨𝐧 𝐓𝐡𝐚𝐦𝐞𝐬Where stories live. Discover now