2. shelter.

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Acompanhando Daryl, Esme foi guiada para o asfalto que tanto evitava. Ali, foi apresentada à Rick Grimes e seu grupo. Uma porção generosa de pessoas, era de se observar.

Além desses dois homens, haviam outros onze adultos, e os filhos de Rick: Carl, um pré-adolescente, e Judith, uma bebê que mal devia ter um ano de idade. Reparou que em sua maioria, o grupo era composto por homens, e que as mulheres ali pareciam bastante confortáveis e até seguras com isso. E valia acrescentar que todos tinham armas, uma delas tinha uma katana. Com base nisso, Esme julgou que estar com aquele grupo parecia ser seguro.

Passaram por uma breve discussão sobre as garrafas de água com bilhete, deixadas no meio do asfalto para eles. Esme só se pronunciou para dizer que não era a responsável por aquilo, e que não tinha idéia de quem ou porquê. Compreendia a preocupação do grupo, que ao ter uma decisão se resumiu a voltar a caminhar, rezando que chovesse logo.

Mesmo visivelmente deprimida - tal como Daryl quando Esme o encontrou -, a mulher que Esme lembrava se chamar Maggie estava sendo bastante simpática com ela. Esme queria ficar desconfiada, mas estava bastante ocupada teorizando que pela tristeza que compartilhavam, tinham perdido alguém ou alguns dos deles recentemente. Claro, também não tinham comida, e a fome certamente estava intensificando suas caretas melancólicas.

A mulher de dreads com a katana e Sasha olhavam para Esme regularmente, estudando-a. Esme preferiu andar perto de Carol, que parecia mais neutra em relação a ela, quase a tratando tão bem quanto Maggie. Embora Carol não estivesse falando tanto, optando por observar o comportamento de Esme.

Maggie se aproximou delas, curiosamente após Daryl cochichar algo para ela, bem como Esme o tinha visto fazer com Rick antes. Fingiu não notar, apenas esperando o quê aquilo iria desencadear sobre ela. Não demorou para Maggie começar a puxar assunto:

─ Foram zumbis? ─ Ela olhava descaradamente para os hematomas em Esme.

─ No rosto foi fugindo deles. O pescoço foi a alça do cantil. Quando eu corro ou durmo, ela machuca meu pescoço, mas é melhor do que não ter água. ─ Disse simplesmente, pegando seu cantil na mão e o estendendo para Maggie: ─ Aliás, quer um pouco?

Carol encarou Esme por um momento, analisando as marcas em seu pescoço e voltando a olhar para frente. Maggie balançou a cabeça em sinal negativo, com um sorriso suave no rosto.

─ Não, obrigada. ─ Ela precisava manter a cabeça ocupada, então continuou puxando assunto: ─ Esteve com algum grupo antes?

─ Um grupo pequeno, foram atacados por uma manada dessas coisas faz umas três semanas. ─ Tinha reparado que aquelas coisas não tinha um nome oficial, e que o grupo de Rick se referia a eles da forma mais simples e óbvia: "zumbi". Fazia sentido e, se Esme aderisse a palavra, talvez começasse a passar mais confiança à eles aos poucos. ─ Desde então, eu 'tô por aí.

─ Deve ter sido difícil ficar assim. Sozinha, com tão pouco... Você nem tem uma mochila. ─ Maggie comentou com um olhar empático. Parecia ter sido a primeira a reparar nisso, ou só a primeira a fazer uma observação a respeito.

Ponderou se valia a pena explicar seus motivos, se isso poderia eventualmente ser usado contra si, mas também achava que quanto mais explicações tivesse, melhor. Então Esme deu de ombros:

─ Se eu tivesse uma mochila, alguém mais desesperado ou só menos civilizado tentaria me roubar, mesmo sem ter certeza se o que tem na mochila vale a pena. ─ Admitiu, a seguir, erguendo seu olhar do asfalto para olhar Maggie. ─ Pensei que seria considerada morta e ignorada completamente se não aparentasse ter nada a oferecer.

─ Faz sentido. ─ Maggie franziu as sobrancelhas, processando o que ouviu. ─ Você é esperta.

─ Foi mais difícil também, mas pelo menos não fui espancada por uma lata de ervilhas ou algo assim.

Way Down We Go [TWD]Where stories live. Discover now