Calmantes

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Pergunta difícil aqui: quantas fics da Bill envolvida em crimes tem nesse site?

Deve ser mais fácil contar as estrelas do céu!

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Um momento de vulnerabilidade era tudo que precisávamos pra pegar a garota.

- Tudo certo? Ela saiu daqui faz 15 minutos, o Jay não para de me encher!

- Vi ela. É agora. Fala pra ele deixar comigo.

...

Ela passa com a garrafa d'água, o fone estourando algum pop depressivo enquanto volta da academia sempre às 22:40. Ela vai três vezes na semana, sempre em dias alternados, exceto quando tem feriados ou festas.

Ela para em frente ao portão, olha pros lados preocupada enquanto pega as chaves e depois suspira olhando pro céu. 3 minutos.

Previsível... Pra caralho.

Daí sobe as escadas, entra no apartamento e vai tomar um banho. Ela ouve música enquanto toma banho também, quando não é algo extremamente triste, é sobre sexo. Música internacional sensual, sabe?

Isso dura sempre 15 minutos, uns segundos a mais ou a menos, depende do humor.

- Dezenove, vinte.. - contava os minutos cuidadosamente.

Então ela sai, desliga o som, envolve o próprio corpo em um roupão e o fecha com cuidado. Se as contas estiverem certas, ela fica uns 3 minutos se olhando no espelho, passa a mão direita na cicatriz no olho, depois vai até a sacada e respira fundo, todos os dias, por exatamente 10 minutos.

-  Quarenta. - Terminei a contagem e sorri satisfeita ao ver a loira aparecer na sacada, como esperado, vestida apenas com o roupão e uma toalha no cabelo, ambos brancos. - As vezes até eu duvido da rotina dessa garota.

Me levantei de onde estava - sentada no chão, encostada numa árvore - indo discretamente até o portão do que ela chama de prédio, uma senhorinha me cumprimentou e eu sorri. 2 minutos.

O que foi? Achou que eu estaria em um uniforme foda de espiã, escondida atrás de um arbusto e com um monóculo? Sinceramente, mais previsível que a loira baixinha ali, só essa sua imaginação. É bem mais comum ver uma pessoa encostada numa árvore lendo um livro do que uma doida atrás do arbusto.

- Cinco, seis.. - contava enquanto esperava a garota voltar pro quarto. 15 minutos.

Então ela volta, se veste, pega o primeiro copo de vidro no porta-copos, enche d'água e vai pra sala antes de tomar um calmante ou antialérgico pra ter sono, aí ela senta no sofá e liga o notebook pra... Fazer uma coisa legal. 9 minutos.

Bati com força no portão de ferro três vezes, o suficiente pra estressar a loira e fazer ela descer pra ver o que era.

Ela vai colocar o notebook encima do sofá, fechar a aba aberta e se levantar, bufar e, em seguida, descer as escadas. 5 minutos.

- Boa noite, desculpa incomodar. - disse com um sorriso gentil. - Gostaria de falar com a senhorita O'Connell, sabe se ela está?

- Depende de quem pergunta. - ela disse e seu olhar desceu, me olhando dos pés a cabeça. Ela segurava algo atrás do próprio corpo, provavelmente um canivete, mas tentava esconder. - Tudo bem, sou eu. O que quer falar? - falou de forma mais amigável, dessa vez.

- Me chamo Kelly, vim em nome do seu pai. Ele pediu pra te atualizar sobre a situação da empresa e, tem uma proposta pra você. - digo tentando manter a postura, mesmo assim não tendo muito sucesso. Ok, me julguem a vontade, mas já viram aquela mulher? Com aquele shortinho, então...

- Meu pai? - ela perguntou e bocejou, é agora que o sono começa a bater.

- Sim, será que podemos...

- Falar num lugar mais reservado, claro. - ela fala e abre o portão, finalmente me dando liberdade pra olhar pra ela direito. Nunca tinha visto a loira de tão perto. - Entra. - falou sorrindo ao concluir que não tinha perigo. 1×0 pra mim.

Ela é insignificante e previsível, mas é valiosa.

Quando foi que eu disse isso mesmo? Eu não sei, acho que não fui eu. 7 minutos.

Subimos e entramos em seu pequeno apartamento. Sinceramente, se eu não soubesse sua idade, diria que ela tem uns 60 anos - e eu fui gentil em dizer 60. Os móveis antigos e o cheiro de casa de vó sempre presentes, junto com um toque dela. Pôsters e desenhos colados nas paredes, em lugares estratégicos, dando vida ao apartamento que é todo em tons de cinza, um branco amarelado - pelo visto pela idade - e marrom.

Na sala tem uma fogueira de tijolos, encima dela um toca-disco e um vaso com algumas rosas de cor marsala obviamente falsas. No centro, uma mesinha com o copo que ela usou pra tomar o calmante e em sua frente, um sofá de dois lugares com algumas almofadas bonitinhas decorando.

Aquele lugar cheirava a papel velho, mas também a biscoitos.

- Desculpa pela péssima recepção, eu não recebo visitas. - ela disse se jogando no sofá e eu me sentei ao seu lado.

- Tudo bem, senhorita O'Connell. Seu lar é realmente aconchegante. - bom, mentindo eu não estou.

- Obrigada, eu faço meu melhor. Inclusive, pode falar meu nome. - ela falou e eu olhei pro chão. Não sabia seu nome.

- Eu prefiro o modo formal, senhorita.

Agora o remédio começa a fazer efeito.

Estranhou ela ter me deixado entrar fácil, assim? Sem uniforme, nada. Ela já sabe, e você também deveria ter percebido.

- Olha só, chega, ok? Quem te mandou? - ela pergunta de uma vez apontando a arma pra mim e eu apenas sorri.

- Agora sim, a O'Connell que me falaram a respeito. - disse cruzando as pernas, vendo a mulher me encarar confusa. - É um prazer te conhecer também.

Não demorou pra que a loira caísse no sofá, ainda consciente. 11 minutos, contando com os segundos perdidos. 2×0 pra mim.

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Ok, isso aqui foi um surto, mas já tem uns 3/4 capítulos prontos então eu vou postar.

Beijo na bunda do cês, fiquem bem.

Fatality - Billie Eilish || G!P Where stories live. Discover now