Era você, não era?
Cada segundo que passei tentando pegar o Livro parecia ser pior que o anterior. Não sentia Rhys do outro lado do laço e os poderes de Amren quase haviam sido anulados. Se não fosse pelos espectros da água... o mero pensamento me arrepiava – estaria morta, novamente.
Não havia uma armadilha dentro das câmaras, mas de alguma forma havíamos acionado todas do palácio.
Rhys havia atravessado com Feyre antes de irmos para o templo, temendo o que poderia acontecer uma vez que ela ainda era humana, – ou ele temia o que eu faria caso ela se machucasse – então quando chegamos em Velaris não me surpreendi ao vê-la jantando com os outros na Casa do Vento.
E mesmo cansada e precisando de uma boa noite de sono, ainda tinha que abrir aquele maldito livro e escutar cada insulto, ou o que fosse, que ele jogava para mim.
Mentirosa.
Desfeita e Feita; Feita e Desfeita.
Semelhante atrai semelhante.
Salvadora do Povo.
Deveria me preparar para meu treinamento com Azriel na manhã seguinte, bem descansada e pronta para usar meus poderes ao meu favor mais uma vez, mas o sono não chegou e meus pés me levaram até o pátio do telhado.
Apenas para encontrar Rhys sentado em uma das cadeiras de ferro pintadas de branco com um dos braços jogado para trás enquanto a outra mão segurava casualmente um copo com algum tipo de bebida, e um decantador de cristal cheio da mesma estava na mesa diante de Rhys.
As asas estavam abertas às costas, até o piso de azulejo, e me perguntei se Rhys estaria aproveitando o dia incomumente ameno para banhá-las ao sol; depois, pigarreei.
— Eu sei que você está aí — disse Rhys, sem dar as costas à vista do rio Sidra e do mar vermelho-dourado além.
É claro que sabia.
— Se quiser ficar sozinho, posso ir.
Rhys apontou com o queixo na direção da cadeira vazia à mesa de ferro. Não era um convite entusiasmado, mas... eu me sentei. E ele me contou de como havia se sentido ao trair a confiança de Tarquin e a ameaça que a caixa que estava em cima de mesa significava: rubis de sangue. Não foi acolhedor saber que a Corte em que eu nascera agora me caçava e me queria morta.
E ver Rhysand na situação em que estava, em um dia pior que o normal... Ele já havia suportado muito sozinho, e havia lutado por mim quando achei que era impossível eu conseguir me recuperar. Esperei por um riso, um comentário, uma brincadeira.
— Nunca soube que illyrianos eram bêbados tão deprimidos.
— Não estou bêbado, estou bebendo — argumentou ele, exibindo um pouco os dentes.
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Corte de Mudanças e Sonhos - Versão Antiga
FantasyA maldição foi quebrada e Amarantha está morta. De volta a Corte Primaveril, Layla tenta viver com seus novos pesadelos e seu novo corpo. Ela só se sente segura em um lugar, mas ela pode ir para lá apenas uma semana em cada mês. Mesmo morta, a Grã-R...