The last great american dynasty

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Rebeca subiu no trem da tarde, estava ensolarado

Sua casa em estilo saltbox no litoral

distraiu sua mente de St. Louis

Bill era o herdeiro do nome e da grana da Standard Oil

E a cidade dizia

"Como uma divorciada de classe média conseguiu isso? "

O vento do início da noite de outono batia gélido contra seu rosto. A enorme sala de reuniões estava cheia, toda a família de seu falecido marido presente. E mesmo que quisesse não conseguiria fugir daquele martírio, era hoje a leitura do testamento.

–Todos os beneficiários por favor aproximem-se. -Ela sutilmente se afastou da janela e se aproximou da mesa sentando-se o mais longe possível da família do falecido. A leitura começou lenta e a família comemorava a fortuna deixada para eles, até escutarem o nome dela. –Sra.Brooke, para senhora, como previsto por lei 50% de toda a fortuna é sua por direito, além de 51% das ações da empresa e todo e qualquer bem registrado no nome de seu falecido marido.

–Isso é um absurdo! -Gritou a mãe de Mike. –Essa... essa desclassificada não deveria ter direito a nada! -A ruiva a fitou de cima embaixo com um leve sorriso nos lábios. –Se casou com meu filho por interesse e o afundou na bebida.

–Ainda que me odeie, Margaret, eu era a esposa do seu filho. Eu! Não você. -A fitou de cima embaixo. –Por favor me dê os papeis. -E assim se colocou de pé os fitando uma última vez. –Espero que queimem no fogo do inferno, e que procurem uma nova fonte de sobrevivência, a empresa será vendida na próxima semana. -Margaret até tentou, mas foi impedida pelos outros presentes de voar no pescoço da ex-nora.

A porta fechou atrás de si e ela respirou aliviada, finalmente estava livre daquele inferno, finalmente voltara a pertencer a si mesma, e céus como sonhou com esse momento.

O casamento foi encantador, talvez um pouco desajeitado

É só até onde vai essa nova grana

Eles escolheram uma casa e a chamaram de "Casa de Férias"

Suas festas eram de bom gosto, talvez um pouco barulhentas

O médico disse a ele para se acalmar

Deve ter sido por culpa dela que o coração dele não aguentou

Era engraçado caminhar pelas ruas daquela cidade, que poucos dias atrás chamava de lar e não se reconhecer mais. As malas em sua mão gritavam liberdade, e como era bom finalmente estar indo embora de lá.

O casamento havia acontecido há cerca de oito meses, cheio de toda pompa e circunstância, ela detestava tudo isso, mas aceitou. Mike era o filho do prefeito da cidade, dono de uma grande empresa, milionário, o que ela, uma professora de artes poderia opinar? O namoro havia durado poucos meses, e ele logo pensou em se casar, e o que uma garota recém chegada a américa poderia dizer? Negar a chance do sonho americano? Céus isso estava longe de questão.

Mas seu castelo de cartas desmoronou poucas semanas após o casamento. Mike era um lunático, bêbado, que não a respeitava. O sonho americano era na verdade seu pior pesadelo, e passou a viver um inferno na terra após ter dito "sim".

E ninguém ali estava disposto a lhe prestar socorro.

Cada marca em seu corpo era curada por si só e suas lagrimas, cada noite mal dormida e fuga de medo do marido, resultavam em mais dor e sofrimento, e ainda assim, perante a sociedade ela precisava fingir que eles eram perfeitos. Não queria que sua sogra tivesse razão e fosse taxada como "a mulher mais louca que aquela cidade já viu."

Folklore -Severo Snape Where stories live. Discover now