Sempre o primeiro

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- FAÇAM AS SUAS DOAÇÕES! FAÇAM AS SUAS DOAÇÕES! BANK PARA PREFEITO!
Eu olho para o Dong gritando com uma placa no meio da praça e dou risada, ele realmente nunca vai crescer, é uma das coisas que eu amo nele, ele é a prova viva que não existe nada de errado em um homem ser imaturo.
- Aqui, filho.
O tio Bak, dono do bar,  senta na minha frente e me dá um envelope, não é muita coisa, mas espero que ajude.
- Vai ajudar, tio, eu agradeço muito.
- Como vocês estão indo?
- Nós já arrecadamos quase tudo o que o Bank precisa.
- Que bom, garoto!
- FAÇAM AS SUAS DOAÇÕES!
- Tio, desculpe pegar o seu dinheiro e sair correndo, mas está quase na hora do Ben sair da escola.
- Claro. Trás ele aqui pra comer um sorvete.
- Ele vai adorar, obrigado tio!
- De nada, vai lá.
Eu me despeço e vou até o Dong, quando vê que estou me aproximando ele para de gritar, abaixa o cartaz e sorri.
- Vamos buscar o Ben?
Ele chega a abrir a boca de tão surpreso que ficou.
- Tem certeza?
- Tenho sim, vamos buscar o nosso filho.
Ele dobra o cartaz e coloca embaixo do braço e eu seguro a sua mão, ele olha para os lados assustado e eu reviro os olhos.
- Você tem que parar com isso, Dong, vai ficar tudo bem, sem contar que o prazo já está quase acabando, não precisa mais se preocupar.
- Vamos esperar até o prazo acabar só pra garantir, duas semanas, só mais duas semanas.
Eu suspiro e concordo, solto a sua mão.
- Só mais duas semanas!
Eu ando em direção a escola e ele corre atrás de mim.

Deixamos o Ben com a minha mãe e encontramos o Bank que está na lanchonete conversando com várias pessoas tentando arrecadar doações para a campanha, quando chegamos ele já está um pouco bêbado, então assim que ele me vê levanta e acena.
- Venham aqui! Venham aqui! Meus amigos incríveis!
Quando entramos na lanchonete ele me abraça.
- Tong, você é incrível! Dong, vem aqui! Você é incrível! Todos nessa cidade são incríveis!
- Você também é incrível, mas é melhor parar por hoje e descansar um pouco.
- Não, não, eu estou conversando com os meus eleitores, Tong.
Ele pega um copo e levanta.
- A nossa cidade!
- A nossa cidade!
O Dong dá risada e corre até eles, pega um copo e levanta também, grita e bebe tudo de uma vez, eu vou até eles e pego um copo, mas bebo só um pouco, alguém vai ter que levar eles pra casa depois.
Nós passamos as próximas três horas bebendo e nos divertindo, os vizinhos se juntaram a nós e pagaram várias rodadas, mas quando o Bank começou a dizer que amava todo mundo, mais especificamente quando começou a falar sobre o Mai eu decidi encerrar a noite.

Ando carregando o Bank nas costas enquanto tento acompanhar o Dong que tropeça pelo caminho.
- Dong, vai com calma!
Ele faz um jóia pra mim e cambaleia até um poste, segura e eu ando mais rápido.
- Dong?
- Alarme falso!
- Me coloca no chão! Me coloca no chão!
Eu solto o Bank que cai no chão e vou até o Dong.
- Está enjoado?  Respira fundo, não vomita!
Ele acena e coloca a mão na barriga.
- Alô, Mai? Não tem o meu número salvo? Um mês longe e já excluiu o meu número, babaca?
Eu olho para trás e corro até o Bank, pego o telefone da sua mão e olho para a tela.
- Graças a Deus!
Ele deita no chão e dá risada.
- Não tem bateria, mas o desgraçado deve ter esquecido o meu número, porque não me liga há três dias.
E vejo o Dong encostado no poste sentando no chão e sento ao lado do Bank.
- Você ligou pra ele?
- Já não basta eu ter me apaixonado primeiro, ter me declarado primeiro, ter dado primeiro, agora eu tenho que ligar primeiro? Por eu sou sempre o primeiro?
- Ok, informações demais. Quer que eu ligue pra ele?
- Não, foda-se ele! Eu vou ser prefeito! - Ele senta e pega o celular da minha mão. - Está ouvindo babaca? Eu vou ser prefeito, então foda-se!
- Tudo bem, não ligue então, tenho certeza que tem um motivo para ele não ligar.
- Ele é um babaca! A porra de um filho da puta!
Eu nem sei o que dizer, nem sabia que eles estavam com problemas.
- Posso fazer alguma coisa por você?
Ele nega, então olha pra mim e sorri.
- Você luta! Você pode dar uma dar umas porradas nele pra mim?
- Se vocês não se acertarem eu faço isso.
- Sério?
- Sério, eu avisei pra ele que ia fazer.
- Mas ele não vai se machucar?
- Você não quer que eu dê umas porradas nele?
- Sim! Mas não machuca ele.
Eu dou risada e levanto.
- Ok, prometo que vou ser delicado, vamos embora, não pega bem o futuro prefeito andando bêbado por aí.
- Tem razão!
Ele levanta e eu vou até o Dong, abaixo na sua frente e levanto o seu rosto.
- Como você está, amor?
Ele acena meio mole e eu o ajudo a se levantar.
- Bank, consegue andar?
- Tranquilo!
- Então vamos.

Depois de deixar o Bank em casa, eu levei o Dong pra casa e fui buscar o Ben, quando me viu correu e eu peguei no colo.
- Está tarde, porque você esta acordado?
- Esperando o papai.
- Está com sono?
- Um pouco.
- Vamos dormir então?
- Tá bom...
Ele me abraça e deita no meu ombro.
- Obrigado por ficar com ele mãe.
- Conseguiram o resto do dinheiro?
- Conseguimos sim, amanhã quando o Bank estiver sóbrio nós vamos atrás de uma gráfica para fazer o material da campanha.
- Que bom, pode deixar que eu pego o Ben na escola e fico com ele.
- Obrigado!
Eu vou até ela e a abraço.
- Eu vou pra casa, o Dong bebeu demais.
- Tudo bem, descansa.
Eu me despeço e saio, chego em casa, dou um banho rápido no Ben e coloco ele pra dormir.
- O papai não vem contar história?
- Hoje não, ele foi dormir mais cedo, tudo bem se eu contar?
Ele concorda e eu conto a história da tartaruga e a lebre, quando chega na parte que a lebre senta para descansar ele dorme, eu beijo a sua testa e apago a luz, vou para o nosso quarto e tiro a roupa do Dong, estou o arrumando na cama quando ele segura a minha mão e me puxa.
- Dong, me solta.
- Deve ser gostoso, né?
Ele beija o meu rosto, me abraça e começa a roncar, eu me solto e sento, olho pra ele e sorrio.
- Isso não é nada gostoso!

My Precious: Verdadeiro Amor Where stories live. Discover now