Planos

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Acordo com o barulho de uma buzina, olho para a janela e ainda está amanhecendo, vejo o horário e são seis horas da manhã. Viro e  de lado e fico observando o Dong dormindo com a boca aberta e o cabelo bagunçado, eu não aguento e dou risada, ele é lindo, mas nesse momento ele está muito feio. Eu arrumo o seu cabelo e seguro o seu queixo com cuidado, fecho a sua boca e beijo.
- Bom dia!
- Bom dia! Não queria te acordar...
- Está tudo bem?
Eu sorrio e aceno.
- Sabe que dia é hoje?
Ele pensa um pouco e nega.
- Você fez eu esperar seis meses por esse dia e nem lembra?
Consigo ver a confusão no seu rosto e também o sorriso que vai aumentando conforme ele vai percebendo o que quero dizer.
- Acabou os seis meses?
Eu concordo e ele senta.
- Acabou os seis meses!
- Acabou, fala baixo, o Ben vai acordar!
Ele concorda e deita novamente, vira de frente para mim e continua sorrindo sem parar.
- O que nós vamos fazer?
- Quando?
- Hoje, precisamos comemorar!
- Dong, é terça feira, o Ben tem aula, você tem que trabalhar e eu vou ajudar o Bank com os cartazes.
Quando ele suspira eu seguro a sua mão e beijo.
- Vamos fazer alguma coisa a noite, beber ou algo assim, o Bank está precisando encher a cara.
- Aconteceu alguma coisa?
- Você é muito sem noção as vezes!
- O que?
- Nada... Agora vem aqui que temos alguns minutos antes de levantar.

Eu desço as escadas com o Ben, quando saio pra fora o Dong  vem correndo.
- Esperem por mim!
- O que aconteceu?
- Eu vou com vocês.
Ele segura a minha mão e aperta, isso me pega de surpresa, ele nem olhou para os lados, mas é o Dong, já foi estranho ele ter se segurado nós últimos meses, claro que ele não via a hora de fazer isso.
- Ben, hoje nós vamos levar você no parquinho depois da aula.
- Dong, você tem que trabalhar.
- A minha mãe me libera por algumas horas. Você quer Ben?
O Ben sorri e olha pra mim.
- Papai?
- Ok, vamos no parquinho.
- Eba!
Nós deixamos ele na escola e o Dong me acompanha até a casa do Bank, quando chegamos na frente ele me abraça e me beija.
- Agora nós podemos casar?
- Ainda não.
Ele fica surpreso e um pouco chateado.
- Dong, semana que vem é aniversário do Ben e logo são as eleições, não vamos chamar muita atenção para nós por enquanto, temos que apoiar o Bank.
- Você acha?
- Acho sim.
- Por mim tudo bem, mas vamos nos casar antes do nosso aniversário.
Eu dou risada e concordo.
- Ok, antes do nosso aniversário.
Ele me abraça mais uma vez, quando vê um flash se afasta assustado, o Bank vem dando risada e tira mais uma foto.
- Vocês são estranhamente fofos fazendo planos juntos.
- Fofos minha bunda!
- Eu já vi a sua bunda, Tong, ela é fofa mesmo e meio murcha.
- Hey!
- É verdade, Dong, a sua é durinha, mas é pequena, nenhuma chega perto da bunda gostosa do Mai.
O Dong finge que está vomitando e o Bank fica sério de repente, acho que ele falou tudo sem pensar.
- Os seis meses do meu contrato acabou, o que você acha de comemorar com a gente?
Ele concorda sem ânimo nenhum, o Dong sendo o Dong vai até ele, abraça o seu ombro e começa a andar.
- Vamos comemorar a liberdade e o amor!
Eu suspiro e vou até ele, seguro o braço do Dong e faço ele parar.
- É melhor você ir trabalhar, não dá pra pedir pra sair antes chegando atrasado.
- A minha mãe não liga.
- Mas eu ligo, vai.
Ele revira os olhos e me beija, então sai correndo e gritando bom dia para as pessoas que passam por ele.
- Você está bem?
- Sem conselhos amorosos hoje, Tong!
- Ok, pra onde vamos?
- Pra perto do rio.
- Ok, então vamos lá.

Deixo o Ben na casa da minha mãe e vejo o horário, o Bank grita e eu desço abrir a porta pra ele.
- Trouxe whisky e cerveja.
- Vamos pedir pizza.
Nós subimos e o Bank abre umas das garrafas de whisky e começa a beber.
- Cadê o Dong?
- Deve estar chegando, ele disse que tinha alguma coisa pra fazer.
- O que?
- Não sei.
Eu ligo pra pizzaria e pego uma cerveja, o Bank deita no sofá e fica olhando para o teto enquanto bebe.
- Bank...
Ele olha pra mim de cara irritada e eu suspiro.
- Espera a pizza chegar, nós andamos o dia inteiro, você está de estômago vazio.
Eu desisto quando ele mostra o dedo do meio, bebo a minha cerveja e ligo a televisão, graças a Deus tem jogo hoje.
Vinte minutos depois o Dong entra sorrindo e apaga a luz.
- O que você está fazendo?
Ele vai até a televisão e desliga também, volta para a porta e eu tento ver o que está fazendo, de repente ele começa a tocar flauta, eu dou risada, ele sempre faz isso quando vai se declarar ou é uma data especial, só que pra minha surpresa alguém entra com um violão e outra outra pessoa cantando, não dá pra ver direito, mas com certeza são o Mai e o Pao.
Eles se aproximam cantando e eu olho para o Bank que encara eles sério, quando estão na minha frente o Mai se ajoelha e o Dong acende a luz.
- Bank, não sei porque você não está falando comigo, mas eu não quero ficar assim, eu sinto a sua falta, não me afasta, por favor.
O Bank olha surpreso e não fala nada, idiota, eu falei pra ele ligar!
O Mai pega alguma coisa do bolso e coloca na mão dele, todos olhamos para a caixinha de joalheria surpresos. Péssima ideia Mai, vocês precisam conversar primeiro.
- Bank, eu sei que você vai ganhar e vai ter que se mudar para a cidade de vez, um prefeito não pode morar com a mãe, não pega bem, então eu comprei uma casa para nós.
- Nós?
- Claro! Eu sei que não vou poder morar com você por enquanto por causa das eleições, mas assim que acabar eu me mudo.
Eu olho para a cara chocada do Bank e não sei o que fazer. Péssima ideia, Mai, está indo rápido demais! O Mai abre a caixinha e para o meu alívio não é uma aliança, mas sim uma chave.
- Bank, você quer morar comigo?
- Você não ligou...
- O que?
- Você não ligou...
- Você sempre liga, como não estava ligando achei que tinha desistido de nós por causa da distância, fiquei com medo de ligar e você me dispensar.
- Você não ligou porque eu não liguei?
O Mai levanta os ombros e olha chateado.
- Eu não quero te perder...
- Você é um babaca! Seu idiota filho da puta!
Ele levanta e o Mai cai de bunda no chão.
- Bank...
O Bank se abaixa, segura o rosto dele e o beija.
- Seu idiota!
- Estamos bem?
O Bank levanta e olha irritado.
- Não, não até você aprender a pegar a  porra do telefone e me ligar!
Ele caminha em direção a porta e eu vou atrás, o celular dele toca, ele para e olha na tela, atende e coloca no ouvido.
- Por favor, mora comigo?
Eu olho para o Mai que está em pé atrás de mim, o Bank continua parado no mesmo lugar, não fala nada, nem se move.
- Eu te amo, Bank!
O Bank virá devagar e olha atrás de mim.
- Eu também te amo, babaca!

My Precious: Verdadeiro Amor Where stories live. Discover now