𝙱𝚊𝚋𝚢 𝚜𝚌𝚘𝚛𝚙𝚒𝚗 - 𝚅𝚒𝚜 𝙰 𝚅𝚒𝚜

𝐹𝑜𝑢𝑟

Zulema Zahir pov's

Saray senta em meu lado com um cara de quem comeu e não gostou.

– Você acha que a Maca gosta da Lila? – Veio com essa agora?

– Ela não namora a Cachinhos? – Pergunto e ela me olha.

– Namora, mas elas tão muito agarradas. – Ela aponta com o olhar e Maca estava com o braço em volta do pescoço de Lila.

– Você tá muito ciumenta por ter feito só uma dedada – Saray me olha. – Não vai se apaixonar por ela né?

– Não sou de fazer sexo só por tesão Zulema, você sabe – Realmente, Saray não era disso e muito menos vai mudar por causa de uma garota, mas não era uma qualquer.

– Pode até ser mas... – Sou interrompida por Fábio me chamando.

– Zulema, você tem visita. – Junto as sombrancelhas e me levanto, não recebo visita a muito tempo, desde que Hanbal morreu.

Caminho do lado de Fábio e resolvo provocar.

– Eai, como vai seu plano de fuga com a sua namorada? – Ele me olha de canto e me ignora.

– Visita. – Ele fala no rádio e a porta se abre. – Sem gracinhas Zulema.

Reviro os olhos e olho para os lados procurando um rosto conhecido e vendo uma mulher com uma burca de costas, engulo seco já sabendo quem é eu caminho em direção a ela e me sento em sua frente.

– Tinha esperança que já estivesse morta – Falo em árabe olhando a mulher nos olhos. – trinta anos sem saber de mim, mudei muito? – Nada sai de sua boca e ela parecia suspirar, mas era difícil de ver por conta de seu véu. – Por que veio, mãe?

Ela tira o véu que tampava sua boca, dando melhor a visão de seu rosto que não havia mudado muita coisa

– Só quero falar com você....– Suspiro olhando para os lados.

– Eu não quero falar com você. – Corto o olhar, olho para o vidro ao meu lado e passo a mão nele. – Você se lembra? Aquele dia, em que uma borboleta entrou no meu quarto? Não podia voar, e tentava sair pela janela, e você entrou e arrancou as suas asas, e deixou o corpo, com vida. E me disse, "Oque não pode ajudar a viver...ajuda a morrer."

– Eu fiz o que tinha que fazer... – Interrompo sua frase já sem muita paciência.

– Quer me dizer porquê diabos você veio? – Falo bufando.

– Lila. – Molho os lábios após lembrar da garota. – Sei que não fui uma boa mãe, mas eu tentei ser uma boa avó. – Rio, ela nunca vai ser nada de bom independente do seu esforço. – Ela... não é como você, pode até ser que ela tenha roubado, matado, mas mesmo assim, eu vim para pedir que a transfira, para uma prisão mais segura, para onde ela não possa descubrir, quem e o monstro que ela iria chamar de mãe, será mais fácil, se você falar com o diretor.

– Eu queria que você tivesse se preocupado comigo mãe, mesmo que você um pouco! – Falo com força.

– Talvez, se não tivesse te feito forte, não teria sobrevivido. – Bufo e sinto meu sangue ferver.

– Não fale o que você não sabe, você não sabe quem eu sou. – Bato de leve na mesa.

– Eu não quero saber! – Altera a voz – Só quero que ajude a Lila. – Engulo seco.

– Você a levou assim que nasceu, você a levou assim que nasceu! – Sinto meus olhos arderem então eu me levanto e saio dali em passos apressados.