𝘈 𝘴𝘦𝘤𝘰𝘯𝘥 𝘤𝘩𝘢𝘯𝘤𝘦

0.2

Segunda chance ༄

Em um recanto afastado, cercado por extensas planícies verdejantes e colinas ondulantes, encontra-se a fazenda dos Tomlinson. O aroma fresco de grama recém-cortada pairava no ar, enquanto árvores centenárias forneciam sombra generosa. O celeiro de madeira desgastada conta histórias silenciosas de anos de colheitas abundantes, enquanto um riacho serpenteante murmura nas proximidades.

— Aqui está ainda mais bonito do que me lembro. — Harry deu seu veredito quando seu pai estacionou na frente da fazenda.

— Sr. Tomlinson é muito exigente com o recanto, ele sempre me chama para cuidar dos animais. — Thomas diz descendo da caminhonete e em seguida ajudando Harry a descer também.

— Então você vem aqui bastante?

— É, eu venho bastante — Assentiu — E-eu conheço bem todos os Tomlinson e o Zayn..

— Zayn? — Harry franziu o cenho lembrando-se da época do ensino médio — Oh, Zayn Malik!

— É.. — Sorriu tímido. — Você pode avisar o Sr. Tomlinson que fui dar uma olhada nas ovelhas?

— Claro, Tom..

— Obrigado, Hazz — Acenou correndo para o celeiro.

E quando ele se deu por si, estava parado em frente a porta da casa dos Tomlinson.

Os nós dos dedos batem de maneira ritmada na porta, o som reverberando pela varanda. Harry, de olhos ansiosos, deslocava o peso de um pé para o outro, enquanto a respiração se tornava mais rápida, totalmente nervoso. O silêncio do outro lado da porta amplifica a tensão, transformando cada segundo em uma eternidade. Finalmente, a porta range ao se abrir, revelando o rosto em que ele desejava ver.

— Harry, vocês chegaram! — Louis praticamente gritou.

— Olá, Lou — Saudou afinando a voz de forma manhosa.

— Tá, o que foi isso? Você literalmente quase ronronou pra mim..

— Não fiz isso, Lou..

— Você fez sim! — Afirmou puxando-o para um abraço apertado — Como está, gracinha?

— Estou bem, mas estou com fome..

— Isso é ótimo, mamãe fez muitas coisas gostosas para comermos — Louis adentrou sua casa segurando a mão de Harry — Pai, os Styles chegaram!

— Oh, finalmente — Mark comentou aproximando-se — Oh, meu Deus, Harry! Você está tão bonito, deixou o cabelo crescer, rapaz?

— Sim, senhor — Harry mordeu os lábios envergonhado.

— Ora, não precisa agir dessa forma, nós somos família. — Jay repreendeu saindo da cozinha com uma torta de frango em mãos — Bom vê-lo novamente, Harry.

— Obrigada, Jay..

— Vamos, sentem-se antes que a comida esfrie — Indicou a mesa de jantar.

— Iam começar sem nós? — Desmond perguntou ao chegar juntamente de sua esposa.

— Jamais, meu amigo — Mark riu apertando fortemente a mão de Desmond. — E Thomas, onde está?

— Aqui, Sr. Tomlinson — Respondeu abrindo a porta de entrada.

— Finalmente, todos reunidos — Jay bateu palmas.

— Está esquecendo de algumas filhas, Johanna — Anne riu.

— Oh, é mesmo — A mulher arregalou os olhos caminhando até a escada — Charlotte, Felicité! — Gritou pelas filhas que estavam no andar superior — Mark, chame pelas gêmeas, elas estão brincando na casa da árvore.

— Tudo bem, amor.

— Fiquem a vontade, esqueci que não coloquei as sandálias de Doris e nem os suspensórios de Ernest. — Abandonou os convidados na sala e subiu para o andar de cima rapidamente.

— Bem.. — Louis iniciou — Harry, lembra-se de Zayn? — Apontou para o amigo que estava sentado na ilha que dividia os cômodos.

— Claro que sim. Olá, Zayn — Comprimentou-o.

— Oi Harry, a última vez que nos vimos, você estava usando uma coroa de flores, o que aconteceu?

— Bem, eu ainda não fiz nenhuma nova pra eu usar. — Brincou rindo — Ah, Zayn, você conhece meu amigo, não é? O Thomas.

— É, conheço-o muito bem. Eae Thomas? — Sorriu ladino.

— O-oi Zayn..

— Crianças, vamos parar de.. como vocês dizem mesmo? — Desmond perguntou confuso.

— Você quis dizer flertar?

— Isso, isso mesmo. Parem de flertar e vamos comer! — Animou-se — E você Tomlinson, tire a mão da cintura do meu filho! — Ameaçou encarando-o com um olhar mortal.

[...]

Louis e Harry, envoltos pela calma da fazenda, entrelaçavam seus dedos enquanto percorriam os caminhos de terra batida. O crepitar suave de seus passos misturava-se ao som distante de galinhas e o mugido suave do gado. Sob o céu aberto, Louis lançava um olhar cúmplice para Harry, ambos perdidos na beleza simples ao seu redor. O sol, pintando o cenário com tons dourados, destacava os traços suaves de seus rostos.

— Obrigada por isso.. — Harry murmurou.

— Pelo o que exatamente?

— Por me convidar para passear, foi gentil da sua parte, Lou..

— Não há de quê, gracinha..

— Sabe, ficar longe por tanto tempo me fez sentir falta daqui e desse ar de tranquilidade..

— Não se encontrou na cidade grande?

— Não me encontrei — Suspirou — Mas encontrei alguém que se tornou especial.

— Um namorado? — Indagou sentindo-se ameaçado por um possível namorado de Harry em Londres.

— Não, claro que não. Eu digo sobre um amigo, um melhor amigo.

— Bem, por alguns minutos me senti enciumado, não brinque comigo, gracinha.

— Não seja tolo. — Riu fraco — Eu prefiro fazendeiros.

— Isso é muita coincidência para ser só uma coincidência. Você sabia que eu sou um fazendeiro?

— É mesmo? — Franziu o cenho — Eu não sabia..

— Está sabendo agora, florzinha.

— Louis? O que estávamos fazendo?.. — Perguntou — O que tá acontecendo entre nós?

— Para ser realista, nem eu sei..

— Não?..

— Não — Foi sincero — Mas, estamos.. acho que, nos conhecendo melhor mais uma vez?..

— É? — Harry o-olhou esperançoso — Estamos, Lou?

— Estamos, gracinha.. se é o que você também deseja.

— Sim, eu desejo — Sorriu tímido.

À sombra de uma antiga árvore na fazenda, o casal se entrega a um abraço caloroso, onde as lembranças da adolescência se entrelaçam com o presente. Os olhos se encontram com ternura enquanto as mãos exploram suavemente os contornos familiares, reacendendo chamas que resistiram ao teste do tempo. Entre risos suaves e suspiros nostálgicos, a proximidade física torna-se um elo poderoso, carregado de emoções que ecoam desde os primeiros momentos de paixão. O ambiente rural, com seus sons tranquilizadores e aromas frescos, amplifica a intensidade desse abraço, transformando-o em um capítulo eterno de sua história compartilhada.

— Estou feliz por nos dar uma segunda chance..

— Eu disse que não me esqueceria de nós, Harry. Se lembra? Eu lhe prometi.

— É, você prometeu, sim — Sussurrou choroso — Obrigada, Lou..

— Não chore, amor. Estamos juntos novamente e desta vez será para sempre..