Eu aceito

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Olá, meninas. Somos um casal de cariocas e vamos retratar muito das nossas vivências nessa estória. Essa é nossa primeira fanfic, qualquer sugestão pode deixar nos comentários, bjss 

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POV Luiza

A madrugada de domingo pairava sobre o Méier, no Rio de Janeiro, e estou exausta depois de uma noitada agitada com Duda, minha melhor amiga. Meus pais sempre demonstraram desaprovação em relação a minha amizade com Duda, pois eram cientes de sua orientação sexual e acreditavam fielmente que ela poderia me influenciar.

Cheguei em casa por volta das 5h da manhã, tomando cuidado ao abrir a porta para não fazer barulho e acordar meus pais. Porém, assim que entro na sala, me deparo com os dois sentados no sofá e logo percebi que enfrentaria mais uma tempestade.

– Bom dia. – Digo passando por eles, a caminho do meu quarto.

– Onde você estava, Luiza? – Sônia, minha mãe, pergunta em um tom elevado, o que me faz parar no meio do caminho.

– Estava com a Duda, na festa de um colega. – Respondo ainda de costas para os dois.

– Quantas vezes eu já falei pra você não sair com essa garota? – Meu pai, Augusto, me questiona gritando e se levantando do sofá.

Nesse momento, respiro fundo tentando, em vão, controlar minha irritação. Estava cansada dessa situação. Desde que entrei na faculdade, há 5 anos, e conheci Duda, essas discussões ocorriam a cada vez que saía com ela.

– Eu não entendo o motivo de vocês implicarem tanto com a Duda, ela é minha melhor amiga! – Digo exaltada, me virando para eles.

– Melhor amiga? – Ele questiona ironicamente. – Essa garota é uma má influência pra você!

– Por que? O que ela faz de tão ruim? – Pergunto já sem paciência.

– Você já sai escondida de casa pra sair com ela, sabe-se lá pra fazer o que. – Diz ele, com aquele tom preconceituoso que já me é familiar.

– Eu não vou ficar aqui ouvindo você falar besteira! – Falo já atravessando a sala, eu precisava sair daquele lugar.

Ao abrir a porta, escuto meu pai gritar – Luiza, volta aqui! – Mas simplesmente o ignoro e saio, batendo a porta com força e correndo em direção a rua, as lágrimas já escorrendo pelo meu rosto.

O céu já estava começando a ganhar cor, pego meu celular na intenção de mandar uma mensagem para Duda e ver se ela ainda estava acordada, sua casa fica a apenas 5 quadras da minha. Mas a lembrança de que ela voltou para casa acompanhada me faz recuar, odiaria estragar o fim de sua noite. Suspiro, e com os olhos embaçados, desbloqueio o celular e decido chamar um uber até o apartamento de Victor, meu namorado, que mora na Tijuca.

Conheço Victor desde meus 8 anos, meu pai e o pai dele, Carlos, trabalharam juntos e nessa época nossas famílias se aproximaram. No entanto, nosso namoro só começou há 3 anos atrás, depois de muita insistência de nossos pais. Sempre tive uma boa relação com Victor, e frequentemente ele demonstrava interesse em evoluir nossa relação, então decidi dar uma chance a ele.

Ao chegar em seu condomínio, cumprimento o porteiro, Seu Antônio, que me reconheceu imediatamente e liberou o meu acesso. Subo até o nono andar, fazendo o caminho familiar até seu apartamento, e aperto a campainha, aguardando pacientemente. Após alguns minutos, a porta se entreabre, e um Victor sonolento aparece, mas logo sua expressão se transforma em espanto ao ver meu estado.

– O que houve, Lu? Entra. – Ele diz, me dando espaço para entrar.

– Victor, eu não aguento mais, não posso mais ficar naquela casa! – Digo com a voz embargada, ao me sentar no sofá.

– Calma, me conta o que aconteceu – Ele senta ao meu lado.

– Meus pais com a mesma implicância com a Duda. Acabamos de discutir por isso novamente – Digo com o olhar fixo no chão.

– Por que você não aceita logo vir morar comigo? – Ele pergunta, segurando minha mão.

– Você sabe que meus pais nunca vão aceitar que eu simplesmente venha morar com você. – Repito o que já disse a ele algumas vezes nos últimos meses.

– Então casa comigo e vamos resolver isso. – Diz ele, convicto.

– Casamento? Mas... – Hesito em responder, surpresa com a sua fala.

– Podemos construir nosso próprio caminho, longe das expectativas que te sufocam.

– Eu... Eu aceito. – Respondo, vendo naquele gesto uma solução para meus problemas. 

Sonho de um CarnavalWhere stories live. Discover now