Periquita

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POV Luiza

A brisa do mar acaricia meu rosto enquanto observo as ondas quebrando suavemente. As palavras de Duda ecoam em minha mente, fazendo-me questionar por que insistir em buscar respostas imediatas. Por que não me permitir viver esse momento, mesmo que envolva enfrentar incertezas?

Permaneço sentada na areia, imersa em silêncio, contemplando a paisagem que se desdobra diante de mim, e lá está ela, serenamente sentada em sua prancha, trocando palavras com Bruna, que está ali próxima a ela. Nossos olhares se cruzam, e um sorriso se desenha em seus lábios, sendo inevitável não retribuir.

- Ai, Luiza. Que tortura. - Duda comenta, me dando um leve susto.

Sem resposta, continuo fixando o olhar nela, e ela faz o mesmo para mim. Após alguns minutos, elas saem da água e se juntam a nós na areia.

- A água tá uma delícia, meninas. Vocês não vão dar um mergulho? - Bruna pergunta, agachando-se na frente de Duda e lhe dando um selinho.

- Eu vou. E você, amiga? - Duda pergunta, já se levantando da canga.

- Vou sim, a Valentina só precisa passar protetor em mim antes.

- Co-como? - Valentina, que estava bebendo água, se engasgou ao me ouvir.

- Respira, Valen! - Bruna gritou, gargalhando, já seguindo para a água junto com Duda.

- Você não se ofereceu antes? - Perguntei, segurando o riso.

- Claro. - Ela sorri, e seus olhos brilham com uma intensidade que não passa despercebida por mim, enquanto pega o protetor que estava no chão.

Estendo-me de bruços sobre a canga, deixando que os raios do sol aqueçam suavemente minha pele. Ao desfazer o nó do meu biquíni, sinto o olhar de Valentina sobre mim, sem disfarces. Quando nossos olhos se encontram, percebo uma intensidade diferente em seu olhar, um matiz mais profundo que faz meu coração acelerar.

- Quando quiser... - Digo, piscando um olho para ela.

- Agora! - Ela responde, sorrindo.

Enquanto Valentina aplica o protetor, sinto uma energia diferente no ar, uma vibração que parece fluir entre nós. Seu toque é suave e firme ao mesmo tempo, sua proximidade causa uma leve agitação dentro de mim.

Quando ela termina, sinto minha respiração levemente alterada. Me levanto da canga e nossos olhares se cruzam novamente, trocando uma cumplicidade silenciosa. 

- Vamos lá? - Digo sorrindo para ela.

- Vamos. - Responde, correspondendo o meu sorriso.

Chegando à beira-mar, Valentina pega a prancha e me convida a acompanhá-la. Com um misto de emoção e nervosismo, aceito, subindo na prancha enquanto ela se posiciona atrás de mim, envolvendo minha cintura com firmeza enquanto começo a remar, nos afastando suavemente da costa.

No início, minha coordenação é um pouco desajeitada, mas com as instruções de Valentina, começo a encontrar meu equilíbrio. Ela me ensina a remar suavemente, a sincronizar meus movimentos com as ondas, e logo estamos deslizando pela água com mais fluidez.

- Você tá se saindo muito bem, Luiza. - Valentina diz, com um sorriso encorajador. - Mas eu sinto que ainda preciso te segurar, sabe?

Seu tom suave e brincalhão, soando perto do meu ouvido fazendo meu corpo inteiro se arrepiar.

- Você tem razão. - Respondo, devolvendo-lhe a provocação.

Sinto ela soltando um suspiro atrás de mim e não consigo conter o sorriso de satisfação. Ela se aproxima um pouco mais de mim, nossos corpos estão próximos, e sinto a proximidade dela me envolver, criando uma sensação de conforto e excitação ao mesmo tempo.

Sonho de um CarnavalWhere stories live. Discover now