𝙋𝘜𝖱𝖤 IMAGINATION
( 𝒘𝒊𝒍𝒍𝒚 𝒘𝒐𝒏𝒌𝒂 𝒇𝒂𝒏𝒇𝒊𝒄𝒕𝒊𝒐𝒏 )
Onde 𝐂𝐇𝐀𝐑𝐋𝐎𝐓𝐓𝐄 𝐄𝐋𝐋𝐄𝐑 enfrenta a iminência do fechamento de sua cafeteria. Entretanto, sua sorte muda quando o renomado mágico chocolateiro, 𝐖𝐈𝐋𝐋𝐘 𝐖𝐎𝐍𝐊...
Os acontecimentos daquela noite tumultuada ecoavam em minha mente, como um redemoinho de mistério e caos. Caminhar pelas ruas silenciosas, fugindo dos guardas, enquanto Willy tentava me proteger de um perigo que eu mal compreendia, tudo isso parecia surreal. A sensação de estar fora do meu elemento só aumentava, e o calor do blaser que ele me ofereceu ainda estava fresco em minha memória.
Tentando me concentrar em algo cotidiano para distrair minha mente. A cozinha sempre foi meu refúgio, um lugar onde podia controlar cada ingrediente e cada passo. Comecei a preparar uma refeição simples, mas minha mente continuava voltada a noite anterior.
Liguei para minha melhor amiga, Ginny, ansiosa para desabafar sobre todos aqueles eventos extraordinários. Assim que ela atendeu, minha voz saiu apressada, despejando palavras e tentando dar sentido a tudo.
— Ginny, você não vai acreditar no que aconteceu ontem à noite! Eu saí para um encontro com Willy Wonka, o cara do cemitério, e... bem, foi uma confusão. Guardas, perseguições, sociedades secretas de chocolateiros! Parece coisa de filme!
O silêncio do outro lado da linha foi seguido por uma risada incerta.
— Você está brincando, certo? Isso parece um enredo maluco demais até para um filme de ficção científica.
Suspirei e comecei a contar todos os detalhes, tentando articular a insanidade que se tornou minha vida desde o encontro com Willy. Ginny, por mais incrédula que estivesse, ouvia com atenção.
— Charlotte, você está bem? Isso tudo não parece... real. Quer dizer, o cara do cemitério e uma sociedade secreta de chocolateiros? Talvez você devesse viajar por um tempo em algum lugar paradisíaco, relaxar um pouco. Está muito agitada. — ela sugeriu, provavelmente desacreditada, tentando aliviar a tensão com um toque de humor.
— Eu sei, Ginny, parece absurdo. Mas, você não imagina o quão sério eu estou falando, e havia algo nos olhos dele, algo que... me fez acreditar, mesmo contra a razão. Ele me protegeu, Ginny, e não sei por quê.
Ginny permaneceu em silêncio por um momento antes de finalmente responder.
— Se até você, que não confia facilmente nas pessoas, pensou dar um voto de confiança a ele, algo significativo deve estar pra acontecer. E, por favor, antes de se relacionar com mais alguém que você encontrar no cemitério, reflita bem, e pense duas vezes.
Ri nervosamente, agradecendo a Ginny por seu senso de humor. Desliguei o telefone, sentindo-me um pouco mais leve, mas o enigma de Willy ainda pairava sobre mim.
Caminhei até o espelho, olhando para meu reflexo como se esperasse encontrar respostas nos meus próprios olhos. A imagem de Willy me oferecendo seu blaser ecoava em minha mente. A mão quente, o gesto cavalheiresco, como se estivesse disposto a sacrificar sua própria proteção por minha segurança.
Num impulso, peguei meu telefone e liguei para o hotel onde Willy estava hospedado pois eu não havia tido tempo para pedir seu próprio contato. As batidas do meu coração aceleraram enquanto esperava que alguém atendesse, mas desliguei o telefone antes que alguém pudesse chegar a atender.
Corri para cozinha para terminar o que eu havia começado. Enquanto eu mexia a massa, o calor do forno aquecia a cozinha, proporcionando uma sensação de conforto. A cada amassar da massa, eu tentava amassar também as complexidades que invadiram minha vida na noite anterior. Willy Wonka, o homem do cemitério, tornou-se um ponto de interrogação ambulante em minha existência.
Joguei o tabuleiro com a massa já pronta dentro do forno e decidi cuidar de outras coisas para desviar minha mente do redemoinho de mistério. As revistas estavam empilhadas na mesa de centro, e eu as folheava, tentando encontrar algo para afastar os pensamentos intrusivos. Porém, mesmo enquanto as cores vibrantes das páginas disputavam minha atenção, os eventos da noite anterior continuavam a se manifestar na minha mente. Um pensamento inquietante se infiltrou: o que eu realmente sabia sobre Willy? E por que acreditara nele tão prontamente?
Voltei para a cozinha, agora preenchida com o aroma delicioso de algo recém-assado. Peguei o prato do forno e sentei-me à mesa, tentando encontrar consolo na rotina diária. A cada garfada, ponderava sobre os próximos passos em que daria para ajeitar minha vida. Após terminar a refeição, decidi me entregar a alguns momentos de cuidado pessoal. Fazer as unhas com mais atenção, um toque de cor para contrastar com a tempestade que assolava meus pensamentos. Folheei mais algumas revistas, mas, mesmo com as dicas de moda e os artigos de beleza, a mente insistia em retornar a ele.
A noite caía, e a solidão da minha cozinha parecia aumentar. O telefone permanecia silencioso, sem chamadas ou mensagens. A incerteza sobre o que estava por vir pairava no ar, mas uma coisa era certa: Willy não era apenas um encontro casual. Ele trouxera consigo um enigma, um que eu estava determinada a resolver, mesmo que isso significasse mergulhar ainda mais nas complexidades do desconhecido.
