( 🍫 ) 𝓟𝗨𝗥𝗘 𝗜𝗠𝗔𝗚𝗜𝗡𝗔𝗧𝗜𝗢𝗡, 𝗐𝗂𝗅𝗅𝗒 𝗐𝗈𝗇𝗄𝖺

𝟬𝟭𝟳, 𝗀𝗈𝗈𝖽𝖻𝗒𝖾

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❛ O amor é a luz que transforma as
sombras da vida em poesia. ❜

meta para uma maratona de
cinco capítulos consecutivos! ↷
" 40 estrelinhas"

CAPÍTULO (017)
"tchau"

Não consegui ficar nem um segundo dentro daquela loja depois de ouvir o que ouvi. Tudo estava indo tão bem. As vendas estavam nas alturas e os clientes estavam felizes com as fórmulas de doces que eu mesmo inventei, com a ajuda da Char, é claro.

Mas toda a felicidade se desfez em questão de segundos quando os doces começaram a causar efeitos colaterais ruins em crianças e adultos.

A confusão se instalou, as pessoas quebravam janelas, derrubavam prateleiras, destruindo tudo o que eu e meus amigos tínhamos construído com tanto esforço. Meu coração se partiu de todas as formas imagináveis. Xingamentos eram direcionados a mim e tudo o que vi foi a porta aberta, como se estivesse me chamando.

Senti meus pulmões se fecharem e uma dor no peito se instalar. A angústia de ver todo o meu trabalho desmoronando me atingiu em cheio, e tudo o que eu queria era chorar nos braços da minha mãe.

— Willy, você está bem? — olhei para cima e vi Charlotte. Ela estava vestida diferente, mas não importava. Me afundei em seu abraço, chorando como um bebê. — Tudo está acabado, Char. Meu sonho, seu sonho, o sonho do seu pai.

— Willy, tenha calma — Charlotte acariciava meus cabelos. Mas não era a mesma sensação de quando nos abraçamos na praia. Havia uma angústia que me afastava.

Senti que alguém me observava e, ao olhar para cima, vi... Charlotte. Aquela era Charlotte, e a garota que me abraçava agora havia se transformado em uma mulher loira que não conhecia, mas a segundos atrás eu podia jurar que se tratava de Charlotte, era ela, tinha a voz dela....Parecia magia.

Assustado e confuso, me afastei da garota, mas antes que pudesse me aproximar, vi Charlotte entrando em um táxi.

— CHARLOTTE! — gritei, mas era tarde demais. — Quem é você? — encarei a loira, perplexo. Não havia como confundir, eram completamente diferentes. Não podia estar ficando louco.

— Quem sabe um dia, gatinho — ela riu e desapareceu na multidão. Fechei os olhos e me preparei para enfrentar o que vinha pela frente.

Depois da confusão na loja, eu me senti perdido e desamparado. Minha mente estava uma bagunça, tentando processar tudo o que havia acontecido. Enquanto as pessoas continuavam a sair do estabelecimento, eu me forcei a recuperar a compostura e enfrentar a situação de frente.

Fui até o balcão e comecei a ajudar a limpar os destroços, trabalhando lado a lado com meus amigos. Cada vassourada parecia uma tentativa de afastar a dor e a confusão que tomavam conta de mim. Eu não podia deixar que tudo aquilo me derrotasse.

Depois de horas de trabalho árduo, finalmente conseguimos arrumar a loja o suficiente para fechar as portas. Sentamo-nos ao redor de uma mesa no fundo da loja, exaustos e em silêncio. Ninguém sabia o que dizer.

Foi então que Charlotte apareceu. Seus olhos transmitiam determinação e uma pitada de tristeza, mas ela permanecia firme e calma.

— Charlotte, eu preciso te explicar o que aconteceu — comecei, mas ela me cortou.

— Agora não, Wonka — ela se sentou em uma das cadeiras restantes, evitando meu olhar.

— Não consigo acreditar que tudo deu tão errado logo na inauguração. E o pior é que não foram só um ou dois casos. Todo mundo que provou qualquer um dos doces acabou com o cabelo colorido ou alguma parte do corpo deformada...

A expressão de Charlotte era uma mistura de frustração e desapontamento. Eu sabia que ela esperava mais de mim, assim como eu esperava.

— Eu sei que estragamos tudo, Charlotte. Mas precisamos descobrir o que deu errado e consertar isso. Não podemos deixar que isso destrua tudo o que construímos juntos.

— Tarde demais — Ela levantou um papel e o colocou sobre a mesa. — Deixaram isso no correio, é a carta que o governo nos enviou...Nos proíbe de abrir qualquer comércio e vender qualquer produto. Pelo menos aqui na Alemanha.

Ela se levantou com um sorriso irônico .

— Talvez, Willy, você devesse parar de flertar com duas pessoas diferentes ao mesmo tempo e começar a prestar mais atenção no que coloca nos seus doces. Não seja tão egoísta. Não era só o seu sonho que estava em jogo.

Sem palavras e com lágrimas nos olhos, observei-a ir embora. Não sei de onde tirei forças, mas me levantei e corri atrás dela.

— Char! — gritei, sentindo o vento noturno bater em meu rosto. — Por favor, me escuta, aquilo foi um mal-entendido.

— Mal-entendido? — ela respondeu, virando-se para mim. — Primeiro você me leva para a praia, age como alguém importante para a minha mãe, faz um piquenique incrível, me beija e age como se eu fosse a única mulher do mundo...No dia seguinte, você está abraçado com outra garota enquanto o meu sonho, o seu sonho, o sonho do meu pai se desmorona ao nosso redor.

— Por favor, Charlotte, me escuta! — tentei, mas fui ignorado mais uma vez.

— Não. Você não está errado, Willy. Não somos nada, você não me deve nada. Só me esquece, está bem? — seus olhos se encheram de lágrimas, assim como os meus. — Charlotte! Eu juro que te vi lá, no meio daquela bagunça. Juro que te vi!

— Mágicos costumam mentir? — ela riu. — Willy, viva a sua vida. Apesar de toda a história com nossos pais, percebo agora que isso foi apenas um delírio, um grande delírio que não passou disso.

— Por favor, me escuta! — minha voz elevou junto com a angústia em minhas palavras.

— Eu vou embora.

Ela olhou para baixo, seus cabelos ao vento aumentando a melancolia em seus olhos.

— Espanha — disse ela, sem olhar para cima.
— É para lá que eu vou, Wonka.