II

0 0 0
                                    

Quando cheguei no local onde nós estávamos morando, Rafa estava sentado próximo a uma das pilastras do local e sorriu acusador ao me ver.

- senti que você teve alguma coisa haver com o que aconteceu_ cruzou os braços.

Me fazendo de sonsa falo_ eu? O que eu fiz dessa vez? Se estiver falando dessa chuva maluca, certeza que não fui eu_ me defendo.

- como se eu fosse acreditar nessa sua carita de sonsa_ eu me sento perto dele_ como foi seu dia?_ pergunta interessado.

- legal, eu dei uma lição em uns idiotas, trabalhei, ah e fui despedida_ dou de ombros.

- porquê que isso não me surpreende?_ ele não estava bravo e nem decepcionado.

- sei lá, mas eu vou achar outro emprego, não se preocupe_ me adianto em prometer.

Sorrindo com ternura, ele passa a mão em minha cabeça_ na verdade eu ia propor para você, vir trabalhar na casa dos Smith, lá você iria trabalhar como jardineira, passaria seu tempo com as plantas e não sofreria assédio, como nós 3 iremos trabalhar lá, poderemos morar na casa dos empregados e seria bem melhor do que morar aqui, nesse lugar_ ele aponta para o edifício abandonado, o qual o governo não se importa em demolidor ou arrumar, e agora está cheio de sem tetos (isso nos inclui)_ sem contar que o salário é bom e assim poderemos finalmente comprar uma casa para nós_ fala animado.

Observando a animação do meu irmão, concordo em ir com eles na manhã seguinte, me apresentar a senhora Smith, e tentar conseguir um emprego novo, minutos depois Michel chega com nosso jantar e finalmente vamos para dentro do prédio comer e dormir.

•••

Antes do sol nascer, Michel me ressuscita dos mortos e vamos atrás de algum banheiro público para tomar banho e trocar de roupa, depois que o fazemos, pegamos um ônibus e vamos até a casa dos Smith.

- aqui nós não roubamos_ Michel fala enquanto esperamos o portão abrir.

- nem pode usar sua magia para machucar ou dar uma lição em ninguém, apenas nas plantas_ Rafa acrescenta.

- não seja rude com os patrões, por favor_ Michel implora.

- e não suje de terra ou molhe nenhum dos amigos de quem quer que seja_ fala Rafa.

- ok. Eu já entendi, eu sei me comportar_ reviro os olhos e cruzo os braços.

- linda menina_ Michel da um beijo minha testa, enquanto Rafa passa sua mão por meus fios brancos, os bagunçando levemente.

Seguimos para dentro assim que o portão é aberto, os rapazes cumprimentam seus colegas e eu me limito a assentir como resposta aos cumprimentos direcionados a mim. Na cozinha, onde meus irmãos me levam, tem uma mulher muito simpática, que oferece café da manhã para nós 3 e não negamos, ela me fala que o jardim quase não tem brilho e até dúvida que alguém o consiga revitalizar, fala que eles tem um labirinto que também parece estar morrendo, fala dos vasos e me deseja sorte pra conseguir o emprego, uns minutos depois, meus irmãos vão para seus postos de trabalho, Rafa como motorista da herdeira da casa, e Michel como motorista do herdeiro.

- cadê o Rafa?_ uma garota morena, entra na cozinha perguntando pelo meu irmão, ou por outro Rafa que tenha nesse lugar.

- ele está lá fora, próximo a garagem, esperando por si_ a mulher simpática diz.

- obrigada nana_ ela sorri_ quem é ela?_ pergunta para a mulher, como se eu nem estivesse aqui.

- ela veio pela vaga de jardineira_ responde.

- ela não é muito jovem para isso?_ me analisa de baixo a cima.

- ela pode até ser, mas precisa do trabalho, ela é irmã do Michelangelo e do Rafael.

- ah, então muito prazer, eu sou a Martina_ ela se aproxima e estende a mão para mim.

Fico tentada em ignorar, como ela fez desde que chegou aqui, mas me controlo e aperto sua mão_ sou a Magia_ forço um sorriso.

- Magia? Que nome peculiar_ soltamos nossas mãos e ela se afasta_ foi um prazer conhecê-la, mas agora eu tenho que ir_ me dá as costas e vaza antes que eu sequer processe o que ela disse.

- ela é uma boa menina, só não gosta muito de estranhos_ Miranda, a mulher boazinha, justifica.

- deu para perceber_ levanto ambas sobrancelhas e as abaixo em sinal de claro que sim.

Antes que alguém dissesse mais alguma coisa, a patroa da casa chega e me entrevista para o cargo de jardineira, e mesmo não acreditando que eu tenha a disciplina necessária para cuidar de suas plantas, ela me dá um voto de confiança, apenas pelos meus irmãos. De seguida ela me leva para o jardim de rosas e me deixa lá, para testar minhas capacidades e saí.

- oi pequenas_ falo para as flores enquanto pego nas ferramentas e com a ajuda da magia elementar da terra, consigo trabalhar e fazer as flores mais felizes.

•••

Depois de terminar com as rosas, elas estavam mais vivas do que no início, então sorri para elas_ eu não quero que vocês fiquem tristes novamente_ falei recolhendo os instrumentos.

- certeza que se você continuar cuidando elas não ficam_ me assusto com a voz, e dou um pulo, quase esmagando um insecto e perdendo meu coração_ desculpa, eu não quis assustá-la_ se desculpa_ eu sou o Martin_ estende a mão para mim, mas não a pego.

- Magia_ mostro para ele minha mão suja, então ele recolhe sua mão.

- seja bem vinda magia, soube que a irmã do Ângelo estava aqui e quis passar para cumprimentar_ sorriu amigável.

- obrigada, não precisava se incomodar.

- bom, vou deixá-la trabalhar_ ele se vira, e nesse instante eu percebo uma coisa em seu pescoço. Exatamente o mesmo símbolo que eu possuo no mesmo local, o símbolo da magia, mas não tão idêntico ao meu, pois consigo ver umas escritas diferenciadas em latim.

- bela tatuagem_ ele para de caminhar e se vira_ é o símbolo mágico animal não é?

- muito observadora, como sabe qual símbolo é?_ cruza os braços.

- eu já li alguns livros sobre símbolos antigos_ dou de ombros.

- eu gosto de símbolos antigos, por isso tatuei um_ sorriu.

- tatuou? Wau, seu tatuador é muito profissional, se você não o dissesse, eu acreditaria que tatuou, acharia até que surgiu em seu pescoço magicamente, tal como uma daquelas história antigas_ pego o balde com os materiais e passo por ele.

- você parece saber muito mais do que aparenta Magia_ sussurra e eu posso ouvir, mas mesmo fingindo não ouvir, fico preocupada que ele seja mágico tal como eu.

MagiaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora