A sede me dominava quando senti minhas forças voltando para o meu corpo, que balançava deitado sobre aquele banco. Tentando abrir os olhos, só vi os riscos das luzes dos postes na rua, que se moviam rapidamente à minha frente. A dor que senti ao tentar me mexer foi indescritível.
— Uhm... – Resmunguei ao tentar me mover.
— Está acordada?
Mas o que mais me assustou foi ouvir a voz de Ivan Bell e perceber que eu estava deitada no banco traseiro de seu carro, quando consegui olhar em volta. Meu coração acelerou e eu me encontrei confusa entre tantas lembranças e pensamentos.
— O que...? – não consegui raciocinar rápido o suficiente, apenas minha atenção foi guiada pelo som de sua respiração pesada — O que aconteceu?
Minha cabeça estava pesada, além de latejar cada vez que eu tentava olhar para os lados, em busca de identificar onde estávamos.
— Você passou mal e Ammy pediu para que eu te trouxesse para casa. – Ele me olhava pelo espelho retrovisor enquanto falava.
Respirei fundo, passando os dedos entre os fios pretos do meu cabelo. Não conseguia lembrar do que havia acontecido, e isso é tão constrangedor...
Ele parou o carro e no mesmo instante olhei para fora, estávamos em frente à minha casa.
— Como você sabe onde eu moro? – Voltei meu olhar para ele.
Ele não me respondeu. Em vez disso, esticou a mão para o banco do passageiro e puxou meu celular, balançando o aparelho em minha frente como resposta. Puxei meu celular da sua mão no mesmo instante.
Odiava a ideia de que invadissem minha privacidade.
— Obrigada pela carona. – Foi a última coisa que falei antes de descer do carro.
Estava um frio danado. Liguei meu celular e vi que eram quatro horas da manhã, o que me deixou ainda mais perdida. Eu tinha ficado muito tempo lá, mas dificilmente consigo me lembrar com clareza dos acontecimentos.
O som de uma porta batendo me fez perceber que ele ainda não tinha ido embora.
— Você estaria se favorecendo ao não frequentar mais esses lugares. – Ouço seus passos indicando que ele se aproximava, mas não me permiti olhar para trás.
Agora consigo me lembrar de Ivan, do jardim, das suas palavras.
— Está dizendo isso porque quer proteger sua irmã? – Perguntei sarcástica, finalmente me virando para ele.
Ivan estava encostado em seu carro, com as mãos nos bolsos da calça jeans preta.
— O que você bebeu? – Ele tombou a cabeça para o lado.
De repente, lembro-me da sacada, lembro do copo que Alan me entregou, mas ele tinha bebido também, então por que só eu passei mal?
— Droga... – Pensei alto, passando a mão pelo meu rosto enquanto respirava fundo.
— Não sei quais são suas intenções, Berger, mas é melhor ficar longe de Alan. – Ele me olhava intensamente enquanto falava com firmeza.
Ivan parece saber de tudo, isso é tão confuso. Eu me sinto tão pequena perto dele, tão incapaz de não deixar suas palavras me abalarem, e isso é sufocante.
Talvez minha cabeça esteja doendo tanto pelo remédio que esqueci de tomar ontem ou pela bebida que Alan me deu.
Droga, minha cabeça está uma bagunça!
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"Querido Diário" de Lana Berger - As verdades
Romance🥀 Dark Romance 𝕷𝖎𝖛𝖗𝖔 l -𝔄𝔰 𝔳𝔢𝔯𝔡𝔞𝔡𝔢𝔰 Lana Berger é uma adolescente de 17 anos que depende de medicamentos controlados devido ao seu transtorno de personalidade antissocial, o qual influencia sua intensa obsessão por um colega de...