𝚂𝙴𝙻𝚅𝙰𝙶𝙴𝙽𝚂 |10

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 capítulo com mais de 3k de palavras

  Erick já estava aqui há meia hora, devido ao atraso dela, mas não tinha reclamado nem insistido para que eu simplesmente fosse embora, o que passava pela minha cabeça a cada cinco minutos.

  Até que avisto a Porsche branca se aproximando com o volume do som altíssimo.

— Obrigada por esperar comigo. Até amanhã. – Olhei para Erick antes de me afastar.

  Ammy estava fumando um cigarro enquanto balançava a cabeça no ritmo da música, e quando me viu, sorriu abertamente.

— Pronta para curtir a noite? – Perguntou, animada.

— Defina "curtir". – Eu abri a porta e entrei no carro, jogando minha mochila para o banco de trás.

  Não sabia o que estava fazendo ali. Poderia estar em casa dormindo ou assistindo ao mesmo filme de terror pela décima vez, enquanto desfrutava de um bom café. Esse maldito pensamento apenas aumentava o arrependimento que se fazia presente em meu peito.

— Música, jogos e pessoas diferentes! – Ela definiu.

  Ammy pisou fundo no acelerador enquanto falava. Ela estava realmente muito empolgada, e isso, por algum motivo, não me trazia alívio. Na verdade, ficava até mais desconfiada, já que os gostos dela para diversão eram um tanto duvidosos.

Flashback on

  As pessoas ao nosso redor gritavam escandalosamente com o som pesado que ecoava nas caixas de som.

  Estávamos ali, no meio da floresta mais densa de Frederick, cercados por adolescentes selvagens, jogando bebidas uns nos outros, dançando, pulando e desaparecendo nos arredores escuros.

  Assim como eu, que não aguentei ficar completamente perdida no meio daquela bagunça e me escondi entre a penumbra das árvores por, pelo menos, alguns minutos.

  Havia muitas pessoas, algumas até falavam outras línguas. E todos pareciam igualmente assustadores.

  Mas então comecei a ouvir sons estranhos, semelhantes a gemidos, ficando cada vez mais altos e discerníveis. Uma garota, uma garota estava gemendo alto e muito perto de onde eu estava escondida.

  Quase automaticamente olhei ao redor no local mal iluminado e foi assim que vi a silhueta de duas pessoas entre as árvores logo à minha frente, a poucos metros de distância. Estavam transando, fazendo muito barulho e tornando a paisagem perturbadora.

  Levantei-me e corri dali, voltando para o meio da multidão e sendo esbarrada por garotos bêbados que viravam seus rostos na minha direção quando percebiam que era uma garota perto deles e sorriam, murmurando palavras indecifráveis, provavelmente tentando me cantar.

— Lana! – Ammy é quem puxa minha mão — Vamos para a roda do desafio!

   Não tive tempo para protestar, fui arrastada pela multidão até chegar a uma área que não havia visto antes, onde as árvores não eram tão presentes, quase um campo aberto. Ali havia uma roda de muitas pessoas e, no meio, uma garrafa de cerveja. Em questão de segundos, eu me tornei uma daquelas pessoas, vendo a garrafa girar, desejando que não parasse apontando para mim. Respirei aliviada quando a garrafa apontou para outra menina.

"Querido Diário" de Lana Berger - As verdades Where stories live. Discover now