Hospedeiro - QSMP

Fear might be the death of me

Avisos para discussão sobre morte, e a típica angústia.

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Temperature is dropping

I'm not sure if I can see this ever stopping

Shaking hands with the dark parts of my thoughts

No, you are all that I've got, no

Don't forget about me

(Doubt, Twenty One Pilots)

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Porque da angústia e da fraqueza ele foi feito. Porque não existe nada neste mundo que cause mais dor do que uma alma quebrada. No meio daquele vendaval e dos gritos cheios de pavor, ele renasceu como algo criado para consumir aqueles que procuram pelo perdão.

A primeira coisa que ele sente é dor. Não é novo, não é único. É aquela sensação familiar de algo rastejando pela sua pele, criando raízes nas partes em que mais doem, nas partes que ele mais teme que não possa ser consertado. Tudo. Seu peito, seu coração, sua cabeça, sua mente, seu subconsciente. Há algo mais diferente dessa vez. Aquela voz que você sempre escuta quando está lendo ou imaginando algo, que não é a sua voz, mas também não é diferente o suficiente para que você preste atenção o nela, é a voz dele. Ele está lá, bem no fundo, como se tentasse não ser visto, ou reconhecido.

Porém, ele não se importa que Forever saiba que ele está lá. Ele não se importa o suficiente para isso. Ele só se afastou um pouco, como uma tempestade que está esperando para cair ao tempo certo.

Durante um tempo no Nether ele nunca, nem por um segundo, questionou se ele realmente deveria estar fazendo tudo o que ele estava disposto a fazer. Ele não pensou duas vezes, ele não se perguntou se iria se arrepender, ele não tentou ir atrás de outras opções. Não. Ele nem mesmo hesitou.

Não, se você está pensando que ele se arrepende agora, você está errado. Ele nunca poderia se arrepender. Ele fez tudo o que podia para trazer as crianças de volta. Isso não pesa em sua consciência, ele sabe que fez o melhor que pôde, então ele não morrerá com essa culpa, pelo menos.

Forever olha para suas próprias mãos. Por um segundo, um pensamento se destaca na sua cabeça. Não são suas mãos. Mesmo que ele esteja no controle agora, não são as mãos dele. Ele reconhece isso agora. Nada mais é dele. Seu corpo, sua mente, quem ele é. Não é apenas dele, e talvez nunca mais seja.

No momento em que aquela coisa consumiu e controlou tudo o que ele fez durante os últimos dias, ele deixou de ser apenas ele. Agora ele era Forever, e ele também era essa gosma preta, essa infecção, o lado ruim, a versão rejeitada e temida dele mesmo.

Ele sempre seria relacionado ao mal.

E isso não é nada mais do que justo.

Ele nunca poderia ficar chateado com isso, apesar de absolutamente já estar, porque isso não é ele, não é culpa dele, ele nunca faria nada de ruim–

Mas ainda sim. É seu rosto, sua aparência, sua voz, seu corpo. É 80% do que define o que e quem ele é.

Tente explicar para as crianças que o ser que estava usando seu rosto, sua voz e seu corpo na verdade não era o Tio Forever. Tente explicar que ele nunca faria isso, tente e veja como elas nunca mais iriam se aproximar dele novamente.