001. Día de los Muertos

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ATO UM - MARGARIDAS

CAPÍTULO UM - Día de Los Muertos

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O SOM ANIMADO dos instrumentos dos mariachis na praça central chamava a atenção das crianças que passavam por lá, algumas paravam e ficavam ouvindo, outras começavam a dançar de um lado para o outro com algum amigo ou familiar. Até mesmo Juan parou na porta de sua casa para observar, embora já estivesse velho demais para ficar admirado com coisas que tinham feito parte de toda sua criação enquanto ainda morava no México.

¡ Padre ! — ouviu a vozinha da criança e se virou para ela — A abula está pedindo o restante da decoração, vamos logo !

Ele observou o filho por uns segundos. Martín segurava uma das velhas caixas da decoração que utilizavam para enfeitar o altar. O menino, embora estivesse acostumado com aquilo, parecia irritado, como se não estivesse em um bom dia; secretamente, Juan agradecia por ele não ter comentado nada, porque ele também não estava se sentindo bem, era como se estivesse prestes a vivenciar algo ruim.

Hijo, você está misturando inglês e espanhol.

— O senhor também, papai. — o menor franziu as sobrancelhas — Vamos, por favor, a vovó vai ficar irritada.

— E isso nós não queremos de jeito nenhum. — exclamou, era assustador ver sua mãe irritada, mesmo depois de tantos anos — Me deixe te ajudar com isso.

E pegou a caixa das mãos do filho, se dirigindo para a capela que havia sido feita exclusivamente para colocarem as fotos de entes queridos que já haviam partido durante a comemoração do Día de los Muertos, era tradição do seu povo e da família. Mas, desde que teve que se mudar para Manhattan, só conseguia passar aquele feriado reunido com sua família, era uma maneira que usava para não deixar o filho esquecer de suas raízes.

Mas além disso, ele podia ter certeza de que seu filho estaria mais seguro quanto mais perto estivesse de Long Island. Juan sentia um calafrio subir por sua espinha cada vez que pensava em como iria conseguir explicar para seu filho a verdade sobre ele.

O homem estava tão perdido em seus pensamentos que mal conseguiu ver quando o filho começou a colocar as fotos e as decorações no altar, enquanto ele estava parado ali, com a caixa na mão e olhando fixamente para um ponto na parede. Ele balançou a cabeça, afastando aqueles pensamentos ruins de sua mente e começou a retirar as velas e flores de dentro da caixa, ajudando a criança. Juan sentia que havia cumprido um dever como pai ao manter as tradições de sua família ligadas ao pequeno Martín.

 Juan sentia que havia cumprido um dever como pai ao manter as tradições de sua família ligadas ao pequeno Martín

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PEARLS AND SHELLS, luke castellanWhere stories live. Discover now