Shakespeare

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- Então... De toda sua família de originais, você escolheu uma garota de dezoito anos para guardar a única arma que pode matar você? - Suellen questionou, um tanto abismada. Estava chegando no final da história, iria fechar justamente com essa parte.

- Bem... Josie é a única pessoa que posso confiar com isso. Também é um jeito dela se proteger caso... Eu venha a me perder novamente. - Admitiu. - Claro que posso confiar em meus tios, óbvio. Só... Só pareceu certo deixar com ela, me deixa mais confortável que ela tenha como se defender. - Suellen achou aquilo bastante intrigante.

Por fim, a tríbrida e agora também o ser mais poderoso da terra, decidiu preservar e não destruir a arma que pode matá-la--

Não coloque isso no livro, porra! - Hope falou, de repente. Recebendo um olhar abismado da loira. - Desculpe o palavrão. - Pediu.

- Certo.... E por que não? - Questionou.

- Não é óbvio? Eu tenho muita gente querendo meu pescoço, isso iria colocar a vida da Jô em perigo. Ninguém pode saber disso, entendeu? - Agora Hope estava apreensiva por ter dito aquilo a mulher. No entanto, não tinha como mentir por causa do soro da verdade.

- Certo, não precisa ficar alterada. Vou achar uma maneira de escrever sem liberar grandes informações. - Hope assentiu, suspirando.

Sendo assim, a guardou no lugar mais seguro, um lugar leal, confortável e justo. Com todo cuidado que alguém poderia ter com sua própria vida, Mikaelson confiou sua existência naquilo. Deixou em aberto a possibilidade de um dia ser morta, mas fez isso sem pestanejar, já que, caso um dia a arma fosse usada para matá-la, sabia que seria a decisão que ela mesma tomaria, somente para proteger quem ama. Morrer pelas mãos dela, seria como morrer pelas suas próprias, iria ao encontro da fina e pontiaguda lança de peito aberto, sabendo que o fez em nome da proteção e devoção a qual lhe oferece.

Que porra é essa? Foi mais profundo do que Shakespeare com Romeu e Julieta. Pode refazer isso e dizer apenas que eu guardei num lugar seguro? - Hope estava incomodada com a profundidade da escrita, porque na verdade o "lugar" ao qual ela tinha enviado a arma, foi para Josie. Josie era o lugar e muita gente sabia disso, como Caroline, Lizzie e Wade.

- Olha... Eu não escrevo nada mais do que a verdade, o tempo inteiro você se preocupa mais com a segurança da Josie do que com a sua. E digamos que mandar a arma que pode matá-la a alguém com problemas de dupla personalidade e infectada com magia proibida é bem arriscado. Mas você parece nem lembrar disso. Estou errada? - Hope permaneceu calada. - Temos que ser justas aqui, eu já cedi demais a suas pressões para ocultar o óbvio. Se eu fosse escrever mesmo o que eu pretendo, de acordo com o que você fala, sairia muito mais "meloso" do que isso. - Contra aquilo Hope não tinha argumentos.

Depois daquilo, Hope saiu da sala pensativa, imaginando o que Josie teria feito com a arma, não gostaria de saber, se soubesse disso, seria pior caso desligasse, saberia exatamente onde estava e a destruiria.

Depois de tomar banho e auxiliar Caroline com algumas tarefas diárias na escola, Hope finalmente teve algum tempo para si mesma. Tempo para pensar, principalmente sobre essa manhã. Ela havia acordado mais cedo do que Josie...

Josie abriu os olhos, esticando os braços e pernas, quando finalmente sentou na cama, arregalou um pouco os olhos ao ver Hope Mikaelson parada no meio do quarto, enquanto a encarava. Finalmente lembrou que tinha adormecido na cama de Hope.

- Hope... Eu sinto muito e--

- Tudo bem Jô. - Hope a interrompeu rapidamente.

- Eu... Eu preciso da sua ajuda para esconder... Sabe, as manchas. - Hope franziu o cenho e viu Josie lentamente colocar o cabelo de um lado só do ombro, pôde ver claramente duas manchas enormes e roxas no pescoço de Josie e duas feridas pequenas de seus dentes.

Depois do Fim - Hosie Onde histórias criam vida. Descubra agora