Matheus

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Fiquei andando na minha sala, olhando para a marca que eu fazia no tapete, completamente perdido, nunca me senti assim em 33 anos de vida. Minha vontade é de esquecer tudo que ela e meu pai fizeram e pegar esse menina pra mim, só que aí eu penso, penso, penso...não conseguiria sabendo que ela afetou tanto meu pai.

Já disse que meu pai tinha um fetiche e costumava fotografar todas as putas que levava para cama, eu descobri isso quando ele ainda estava vivo, tive uma discussão enorme por isso.
Um dia entrei no escritório de São Paulo procurando um contrato de fornecedores da Holanda, estava vasculhando tudo quando me deparei com uma gaveta trancada, como eu não sou idiota imaginei que seria algum contrato sendo feito em "off", chamei um chaveiro e consegui abrir a maldita gaveta foi quando tomei um puta susto.

Ele em várias imagens algumas totalmente pornográficas, fiquei enojado com aquilo, eram muitas fotos com mulheres diferentes, algumas em orgias. Fiquei sentado olhando para aquilo com muita raiva e pensando o quanto minha mãe sofreu na mão desse louco, fui passando as imagens que nunca eram com a mesma mulher até que me deparei com a foto dela.

Fiquei olhando para aqueles olhos azuis lindos e sorriso mais cativante que já tinha visto, virei mais uma pagina e lá estava mais fotos dela, pelo menos 20 fotos mas nenhuma nas posições que ele tirou com outras mulheres, e nenhuma ela olhava para a câmera. Tinha uma no pátio da fabrica onde ela lia um livro, outra parecia ser no refeitório, outra ela estava de costas nua e pensando agora reconheço como sendo o vestiário feminino da fábrica.

Será que me enganei? Será? Fiquei zonzo relembrando por um instante que as fotos dela não eram iguais as outras. Meu pai estava obcecado por ela.
Decidi tirar isso a limpo. Fui à sala da gente de RH.

- Cade a Maria Rita?

Ela me olhou com cara de ódio. Entre na fila , você é só mais uma que me odeia!

- Ela já foi senhor Matheus, assinou a carta de demissão pegou as coisas e foi embora.

Nem respondi, bati a porta da sala dela e fui para o estacionamento, peguei meu carro e sai chispado quando a vi não muito longe dali no ponto de ônibus, estacionei devagar, abri o vidro do lado da passageiro.

- Entra.

- Não.

- Entra logo não me faça descer.

- Já disse que não, não sou mais sua funcionária, não vou a lugar nenhum com o senhor.

Me irritei no nível máximo, estou tão confuso.

Desci fui em sua direção , as outras pessoas que estavam ali aguardando ônibus não entenderam nada, a peguei pelos cotovelos e arrastei até o banco do passageiro. Ela se debatia mas eu sou mais forte não dei chances, batia porta e corri para o outro lado a travando e impossibilitando a sua fuga.

- Seu idiota, não sabe receber um não? Você me machucou. Ela disse esfregando os braços onde vi que tinha marcas da minhas mão, eu gostei disso, de ter minha marca no corpo frágil dela.

- Fique quieta, se você não tivesse resistido a entrar no carro eu não teria forçado.

- Você não pode me forçar a nada, eu aceitei sua sugestão já sai da fábrica agora esta livre de mim, porquê essa insistência?

Não sei, porque eu estou insistindo nisso? Porque eu tenho tanto que ter respostas? Sinceramente não consigo compreender e também não respondi a sua pergunta.

Estacionei na frente do portão dela, dei a volta parta abrir a porta, não porque sou um cavalheiro mas  fiquei com medo que ela saísse correndo , eu entraria de qualquer forma.

Nunca Mais...(Eu e Você) ConcluidoOnde histórias criam vida. Descubra agora