SLOW BURN + GRUMPYXSUNSHINE + CHEFE E FUNCIONÁRIA
Matteo Di Rienzo é calado, reservado, frio, insensível e parece ter uma pedra de gelo no lugar do coração. Ao menos é assim que todos o enxergam.
Analice Genebra é como o próprio sol, ilumina todo l...
Esse capítulo contém relatos de abuso sexual, físico e psicológico.
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Se eu estou pronta para ouvir a história dele?
Não, definitivamente não.
Já acompanhei o suficiente da sua dor e dos seus pesadelos para saber que seu passado envolve o pior lado do ser humano. E eu odeio lembrar como como humano pode ser cruel.
Mas eu quero ouvir.
Quero ser a pessoa em quem ele mais confia. Quero ser a pessoa em quem ele irá se refugiar quando seus demônios o atormentarem. Quero ser tudo o que ele precisar e para isso preciso conhecer sua história.
Então...
— Sim, Matt, eu estou pronta.
Ele assente, apertando as mãos uma na outra. Seu peito começa a subir e descer de forma pesada, fico um pouco preocupada, mas quando ele fecha os olhos percebo estar fazendo um exercício de respiração.
Me inclino, segurando suas mãos. O contato o faz abrir os olhos.
— Não precisa contar se não estiver pronto.
— Eu quero contar. Quero que você me conheça completamente, quero que conheça minha história e saiba onde está se metendo. Se decidir ficar, quero que seja uma escolha totalmente consciente. Da última vez que mantive isso oculto as consequências foram desastrosas. Se ele conseguir entrar em contato com você é melhor que já esteja ciente da verdade para não tomar o choque que Liana tomou.
— Ele quem?
— William Hayes.
— O pai da Brittany?
Assente, o olhar ficando ainda mais duro.
— Para ela ele era o pai amoroso, para os vizinhos era o simpático Bill Hayes, para mim era meu monstro particular, aquele que não fazia questão de se esconder no armário.
Um arrepio gelado sobe por minha espinha quando todas as minhas teorias começam a parecer verdadeiras demais.
Os braços vermelhos após banhos longos...
Todas as vezes que afirmou ser sujo...
A mudança de expressão quando me explicou que não tinha o mesmo pai que Brittany...
— Tem certeza que quer ouvir a história? Eu nem comecei e você já está pálida.
— Sim, eu quero ouvir sua história, quero saber tudo sobre você — aperto suas mãos trêmulas. — Mas apenas se você estiver pronto para me contar, não se obrigue a nada.
Meneia a cabeça em negação.
— Não quero adiar, quero contar hoje. Eu só... Não é... Não é fácil. Eu conheço sua essência e determinação, mas... Mas ainda tenho medo de te perder — sua última frase sai em um sussurro frágil.
