Giorgio Marcino, o homem mais poderoso do mundo e líder da maior máfia italiana, encontra seu destino cruzado com Scarlett Ross, uma letal e implacável assassina de aluguel, durante sua estadia em Las Vegas. Em um mundo onde o poder, a luxúria e a g...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
— Como está o andamento da missão? — A voz de Benjamin no outro lado da linha fazia perguntas sem parar.
Nos comunicamos apenas uma vez por semana, normalmente passamos vários minutos no telefone. Relato cada passo que damos ou qualquer estratégia que pensamos, ele faz uma análise e nos diz a direção que devemos seguir. Apesar de ter um caráter extremamente questionável, Benjamin tem uma mente brilhante e perversa.
— Está se encaminhando devagar, sabe que estamos em uma situação delicada, a máfia italiana não é para principiantes. Porém, a oportunidade perfeita para nos infiltrar caiu de paraquedas em nosso colo: amanhã, Monica e eu vamos ao casamento de um dos primos de Giorgio Marcino. — Revelei a novidade e o escutei arfar, satisfeito.
— Caramba, isso é mais do que ótimo. Já tem em mente o que vai fazer para conquistar a confiança do Rei da Máfia? — A pergunta me fez estremecer por não haver uma resposta concreta, estou apostando minhas fichas que Giorgio cairá em meus encantos mais uma vez. Caso isso não aconteça, as coisas podem ir por água abaixo.
— Sou habilidosa em seduzir homens, conhece meu histórico. Convenhamos que é difícil resistir a uma ruiva tão bonita e gostosa como eu. — Repliquei, vagamente, vendo ele soltar um breve riso pela chamada.
— Disso não tenho a menor dúvida.
— Há mais alguma coisa que queira perguntar? — Questionei, receosa que ele quisesse conversar algo além do profissional. Apesar de ter ficado evidente que não desejo trocar palavras com Benjamin em nosso último diálogo, teimosia é um traço marcante de sua personalidade.
— Não, nada. Imaginei que seria mais complexo do que planejamos, mas você nunca desaponta, Scarlett. — Elogiou, com o tom aveludado, como se suas palavras ainda tivessem o dom de mexer comigo. Respirei fundo antes de desligar o telefone sem me despedir.
Repousei o celular no apoio sobre a cômoda e permaneci imóvel por alguns segundos, coçando a cabeça, numa tentativa falha, de acalmar os pensamentos. Ter que lidar com o fantasma de Benjamin é sempre uma tarefa difícil, quando acho que finalmente estou preparada para enfrentá-lo sem lembrar o passado, o destino mostra que me enganei.
É uma droga que ele esteja mediando esse serviço, especialmente porque jurei a mim mesma que nunca mais me envolveria com ele. Quebrei mais uma promessa. Sempre digo a mim mesma que a partir de tal dia as coisas vão mudar, que não cometerei as mesmas atrocidades, no entanto, todas as vezes me ponho em situações indesejadas. Me recostei na parede do quarto, decepcionada com minhas atitudes. Afastei os pensamentos e resolvi descer para tomar café da manhã com Monica, que provavelmente já tinha posto a mesa.
Deixei o quarto, caminhando pelo corredor mal iluminado. As paredes de tom azul pastel não contavam histórias, não havia nenhum porta-retrato, nenhuma foto de De Gennaro ou de sua família. Sua vida pessoal continua o mesmo mistério. Desci as escadas para o térreo e fui até a cozinha, totalmente em silêncio. Os raios solares atravessavam as janelas e se chocavam contra minha pele, aquecendo os poros. Ao lado da bancada estava minha colega, concentrada na máquina de café.
