Epílogo

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Eu deveria pegar sua mão e fazer você vir comigo
Longe de todo esse barulho e impureza
Porque eu sinto que você é perfeita demais
E eu não digo só superficialmente
Então não tenha medo, eu também estou
Porque essa química entre eu e você
É demais para simplesmente ignorá-la
Então eu vou admitir agora, eu estou me apaixonando
Maybe

Berna, Suíça

Tempo atual

― Senhorita Kopler, espere!

Parei na porta do hospital e me virei para ver quem gritava por mim.

O jaleco estava dentro da minha bolsa, já que eu ainda não era formada e aprendi na minha primeira faculdade que meu jaleco não precisava ser mostrado para ostentar.

A enfermeira se aproximou de mim com uma ficha nas mãos.

― Preciso do parecer do estado mental desse paciente. - ela falou ofegante ― E o outro médico disse que está ocupado demais para falar com o paciente.

Arqueei as sobrancelhas.

― Ele está fumando. No terraço.

Suspirei e sufoquei um sorriso contrariado.

― Por isso que o mundo não vai pra frente. - falei e vi a enfermeira comprimir os lábios. ― Onde ele está?

Ela sorriu aliviada.

― Ele está em observação, mas está em um quarto. Número 516. - ela explicou.

Respirei fundo.

― Vamos lá. - falei.

― Perdão, senhorita Kopler. Não queria atrapalhar seus planos.

Sorri para a menina.

― Tudo bem, eu não tinha nada importante, só preciso mandar uma mensagem para minha amiga. - falei já procurando meu telefone para mandar a mensagem.

"Ei peste, vou me atrasar para o jantar. Ocorreu um imprevisto aqui no hospital, preciso ver um paciente, mas logo logo eu estarei aí. Quando estiver saindo mando mensagem pra você pedir o melhor vinho pra mim.
Beijos, LK."

Guardei o aparelho na bolsa e vi que a enfermeira já estava com a porta do quarto aberta, apenas me esperando.

― Obrigada. - falei a ela e passei pela porta, vendo um homem debilitado na cama.

Obriguei-me a não agir como uma estudante de medicina para não fuçar o prontuário daquele paciente.

― Quem é você? - o homem perguntou quando deixei minha bolsa em cima de uma mesinha que tinha no quarto.

― Boa noite, senhor. Eu sou a senhorita Kopler, e fui chamada para conversar com o senhor. Você se importa? – falei ficando em frente a sua cama.

― O que você é? Psiquiatra? Eu não sou louco. - ele se sentou.

Sorri compassiva.

― Não sou psiquiatra, e todos temos um pouco de loucura, não?

O homem me mediu com os olhos.

― Como posso saber se você é médica se não usa o jaleco?

Concordei com a cabeça e a enfermeira me deu minha bolsa.

Tirei de lá o jaleco branco e o vesti por cima da roupa preta que eu trajava.

Ajeitei a roupa e olhei para o homem.

Sem VocêWhere stories live. Discover now