Como uma ventania inesperada, você veio até mim

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Regra número 1:
Não converse ou tente chamar a atenção dele. Haja como se o amor não existe mais.

Serena se lembrava de ter se apaixonado uma única vez durante toda a sua vida

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Serena se lembrava de ter se apaixonado uma única vez durante toda a sua vida. E agora, oito anos depois, receber o convite de casamento de seu primeiro amor parecia ser a oportunidade perfeita para deixar aquilo para trás. Para isso, não hesitou em embarcar em sua primeira viagem para fora de Londres, indo para a França, mais especificamente no litoral dela, na Defânia.

Lembrava-se vividamente de quando vira o príncipe Chase pela primeira vez quando ele fora a Grã-Bretanha acompanhar seu pai em uma reunião de governantes: ele era anos mais velho que ela, cabelo loiro e o rosto masculino mais angelical que seus olhos tiveram o prazer de admirar. Ela tinha dez anos na época, e embora se casar com um homem quinze anos mais velho não fosse incomum, certamente o futuro rei da Defânia se casaria antes dela ter idade para subir no altar... certo?

Ou não, já que tinha idade para se casar e estava indo para o casamento dele com outra mulher naquele momento.

Sua paixão inocente e infantil era completamente infundada e sabia disso. Sempre soube.
Até mesmo na época ela já sabia que era impossível.
Era para ter sido apenas uma obsessão boba e passageira. E por mais que tenha sido, de vez em quando, ao longo dos últimos oito anos, ela se pegava pensando no, agora, rei da Defânia. Algo como: Ele está bem? Conseguiu estabilizar seu país? Como ele deve estar nesse exato momento? O que será que está fazendo?
Perguntas bobas que ela talvez ansiasse a resposta mais do que deveria.

Chase era um amigo querido e aliado de seu país. E por isso não era estranho que ela, como quarta filha do rei, fosse ao casamento de um aliado...
Essa era a sua desculpa perfeita para mascarar um coração tolo que ainda mantinha vestígios de uma paixão infantil.

Ela tinha uma missão ali: assistir o casamento de seu primeiro amor e dar adeus aquele sentimento idiota.

Chase era especial, um anjo não apenas na aparência, mas na alma também.
Ele merecia ser feliz e ela desejava isso a ele.
E também desejava que vê-lo se casar fosse o suficiente para seu coração entender que Chase era de outra mulher e que ela precisava se desapaixonar.

- Lembre-se de respirar quando encontrá-lo. - Petit, sua dama de companhia chamou sua atenção na carruagem, achando graça da expressão pensativa e tensa dela.

Serena, como a princesa mais nova de quatro irmãos, sempre fora a mais anti-social da família.
Especialista em encontrar passagens secretas em castelos, fugir de bailes e interações aristocráticas, a corte tinha lhe apelidado pelas costas de "fantasma das paredes". E essa escolha de estilo de vida tinha lhe ocasionado certas consequências como, aos seus dezoito anos de idade, ser uma perfeita negação na dança ou interações sociais convencionais.

Ela conversava com sua família e amigos, pessoas com que se sentia confortável, mas quando tinha que interagir com outras pessoas sentia que estava cometendo uma espécie de suicídio social da forma mais pura e grotesca já vista.
Era um ciclo vicioso: ela conversava, ria na hora errada, tinha conversas filosóficas repentinas, opiniões impopulares, não sabia continuar assuntos básicos da aristocracia e a conversa morria, tinha gostos que ninguém conhecia e depois ia para a cama, relembrando e odiando cada palavra que tinha dito.

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