Sentada no meu escritório em casa, imersa em tarefas por resolver no celular, percebo meu filho entrar pela porta com uma expressão de súplica que já se tornou familiar ao longo do dia. Conheço tão bem esse olhar que antecipo o que ele vai pedir - na verdade, implorar - pela quinta vez hoje.
- Mãe, na moral, me leva pro Rio com você? Vai rolar o lançamento da turnê LUME do Ret, lá no Espaço Hall, e eu sei que os donos são seus amigos - disse ele, com um misto de ansiedade e súplica enquanto eu tentava concentrar-me no telefone.
- Por que você não vai com seus amigos? - perguntei, tentando parecer óbvia, embora já suspeitasse que ele encontraria um jeito de me convencer, algo que, infelizmente, ele puxou de mim.
- Não rola, mãe. Nenhum deles curte o som do Ret, só iam ficar tirando sarro e fazendo piadinhas - explicou, claramente irritado com as brincadeiras que seus amigos insistiam em fazer.
- E eu não vou atrapalhar, prometo! Também estarei trabalhando em uma música com um parceiro, eu estou colocando muita fé nesse novo som.
Cedi. Não pude ignorar a paixão dele pela música. - Tudo bem, Natanael, você venceu. Vou te levar comigo - admiti a derrota.
- Mas tem uma condição: eu te acompanho no show do Ret. Vi uns vídeos no TikTok, dele chutando os fãs do palco, não quero você se empolgando e tentando subir lá.
Ele aceitou com um sorriso radiante. - Obrigado, mãe! Você é a melhor, e eu prometo que serei responsável - agradeceu, vindo me abraçar. Ver aquele sorriso em seu rosto, mesmo diante de desafios, sempre faz tudo valer a pena para mim. Ele já é um homem, mas sempre será o meu menino.
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Aos 15 anos, embarquei em um intercâmbio emocionante para Nova Iorque, buscando novas experiências. Naquela época, minha rebeldia me levava às baladas e festas de universitários, frequentemente nas irmandades da cidade. Foi em uma dessas festas que conheci John, um americano 12 anos mais velho do que eu. Na ânsia de parecer mais velha, menti sobre minha idade, afirmando ter 20 anos, mas na verdade tinha somente 16 anos, e aparentemente, isso funcionou.
Naquela noite, compartilhei momentos com John, sem imaginar que aquela conexão resultaria em Natanael. Trocamos números e mantivemos contato, desenvolvendo uma amizade, enquanto escondia minha verdadeira idade, receosa das possíveis consequências.
Quando descobri a gravidez, temi contar a John, receando sua reação e a possibilidade de um pedido para abortar. Porém, para minha surpresa, John revelou um caráter íntegro, apoiando-me e prometendo estar presente em todos os momentos, independente das circunstâncias.
Contudo, quando finalmente admiti minha mentira sobre a idade, ele ficou decepcionado, pois jamais teria se envolvido comigo se soubesse a verdade. Apesar disso, tanto ele quanto sua família continuaram a oferecer apoio incondicional.
Em 14 de Setembro de 2005, dei à luz a Natanael Cauã Brunet Cena no Brasil. Decidi que meu filho nasceria aqui, e para minha surpresa, John e sua família optaram por me acompanhar nessa jornada. John permaneceu ao meu lado até o primeiro ano de nosso filho, quando precisou retornar aos Estados Unidos para trabalhar. Apesar da distância física, ele manteve-se presente na vida de Natanael, cumprindo suas responsabilidades paternas com dedicação.
Nunca tivemos um relacionamento romântico além daquela noite que resultou na gravidez. No entanto, nossa amizade se fortaleceu após a descoberta da gestação, e até os dias atuais, mantemos uma relação de bons amigos.
Apesar dos desafios que a maternidade precoce trouxe, a vontade de buscar um futuro promissor para mim e para meu filho sempre esteve presente. A determinação em não interromper meus estudos foi crucial. Aproveitei minha aceleração acadêmica nos Estados Unidos, onde concluí o ensino médio aos 16 anos, e iniciei minha jornada na faculdade de Advocacia.
A transferência para o Brasil durante a gestação não foi um obstáculo, mas sim uma oportunidade de fortalecer meus laços familiares. Mesmo assim, conciliar os estudos com a necessidade de sustentar meu filho era um desafio constante. John, o pai de meu filho, foi um grande suporte financeiro, mas eu sempre quis contribuir ativamente.
Inspirada pela trajetória empreendedora de minha mãe, decidi seguir seus passos. Com sua orientação como sócia, embarquei na criação da minha primeira marca no ramo da beleza. Foi um desafio e tanto, mas o destaque no mercado veio como reconhecimento de minha dedicação e visão empreendedora. Tornar-me uma empresária de sucesso tão jovem foi uma realização pessoal imensa.
Essa jornada não apenas me permitiu contribuir para o sustento de meu filho, mas também proporcionou uma vida mais confortável para nós dois. Acreditar em mim mesma e persistir nos estudos e no empreendedorismo foi a chave para alcançar meu sucesso financeiro.
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NOTES
• O que vocês acharam do primeiro capítulo? Alguma sugestão? Ou está bom?
• O que vocês esperam do próximo capítulo?
• Favoritem, por favor, ajuda demais.
• Críticas construtivas são bem-vindas!
• Vou sempre avisar no meu perfil quando for o dia de capítulo novo.
