𝙈𝙚𝙪 𝙥𝙖𝙨𝙨𝙖𝙙𝙤 𝙣𝙤 𝙥𝙧𝙚𝙨𝙚𝙣𝙩𝙚

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 Pov Wanda

Aquele insulto contra minha aparência foi bastante motivador. Assim que a senhora Dona-de-si de cabelos ruivos se trancou no palácio, corro até o meu carrinho de compras (porque, sim, agora ele era meu e ninguém ia levá-lo embora) e começo a revirar as caixas atrás de uma roupa decente. Depois do que pareceram horas, consigo encontrar minha calça jeans favorita de lavagem clara, uma sobrevivente do Katrina, de tão velha e rasgada que estava. Ué, está na moda, não está? Pego uma camisa com babado azul-marinho, minhas sapatilhas preferidas e minha maleta de maquiagem. Encontro também uma calcinha que até minha avó se recusaria a usar por ser grande demais e, para minha surpresa, os vidros de shampoo e condicionador. Quem empacota os vidros de shampoo do banheiro quando está se mudando em situações de emergência? Se você respondeu minha mãe, acertou na mosca. Se eu procurasse bem, também encontraria talheres, utensílios domésticos e meu travesseiro. Até o pó do meu antigo quarto devia estar empacotado em uma das caixas.

Corro pelo corredor como quem foge de um serial killer e pulo dentro do chuveiro. Eu tenho exatos dez minutos para fazer um serviço perfeito que calasse a boca daquela idiota.

Para quem não tomava banho havia alguns dias, consigo sair limpa do chuveiro em exatos dois minutos e meio, um recorde. Visto a roupa e faço uma maquiagem básica e clara, que me deixa com um aspecto saudável, e confiro o resultado no espelho enquanto desembaraço os cabelos com os dedos. Droga, esqueci de procurar pelo pente.

Até que fiquei feliz com o resultado. Quando meu cabelo secar, eu ia parecer um poodle, mas o resto estava apresentável. Chego à sala antes dela e sentei no sofá como se estivesse ali há horas, pronta para inventar alguma piadinha sobre sua demora. Estou tão entretida nas minhas opções, que só reparo que ela já estava lá, quando falou comigo.

- Precisa de um pente emprestado?

Inferno.

- Não, estou bem assim.

Empino meu narizinho e me dirijo para a porta sem esperá-la, parando no caminho apenas para recuperar minha bolsa do meu carrinho de compras super útil.

- Se você diz... - rebate, dando risada de algum lugar atrás de mim. Considero profundamente a opção de lhe dar uma bolsada.

Descemos para o subsolo em silêncio.

- Vamos com seu carro ou com o meu? - Pergunto.

- Vamos com o meu. - Responde, enquanto se distancia de mim em direção a uma vaga perto da qual eu tinha parado. Onde uma Land Rover prata a espera.

- Por quê? - Estaco no lugar.

- Wanda, com base no carrinho de supermercado que eu vi lá em cima, se você cuida do seu carro como cuida das suas coisas, eu sinceramente prefiro não descobrir qual tipo de animal já fez ninho e constituiu família aí dentro.

Touché! Ela não espera pela minha resposta e eu sinceramente não consigo pensar em nada para responder, pois meu carro é realmente uma zona de guerra. Apenas a sigo e a observo enquanto ela aperta o alarme e abre a porta do passageiro para mim. Era bom ela não estar esperando um agradecimento ou coisa do tipo.

Natasha fecha a porta e dá a volta no carro, se posicionando atrás do volante e engatando a ré. Existe alguma coisa de muito sexy em ver uma mulher realmente bonita dirigindo, ou eu é que sou meio tarada?

- Quer ir a algum lugar específico? - Pergunta sem se virar na minha direção. Hum, apenas uma das mãos no volante, dirigindo um pouquinho mais inclinada para a direita, sua outra mão fuça no botão do rádio. Sexy, sexy, sexy... - Wanda?

𝙍𝙚𝙙 𝙃𝙖𝙞𝙧 - [𝘞𝘢𝘯𝘵𝘢𝘴𝘩𝘢]Where stories live. Discover now