Capítulo 15

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Londres, Inglaterra.

Abril de 1816.

Já é início de noite quando nosso coche estagna em frente à entrada do palácio. Eu ajeito minhas luvas brancas de cetim até quase metade do braço para me certificar que as marcas do ocorrido com Ethan não esteja visível.

Meu pai me ajuda a descer e dessa vez apenas ele me acompanha. Os criados nos guiam para dentro do palácio e Adam surge no fim do corredor com seu jeito descontraído. Parece ter trabalhado por horas, pois o cabelo estava desalinhado e sua camisa levemente amaçada. Ainda assim ele estava incrível.

— Boa noite, Alteza. — Meu pai o saúda enquanto os reverenciamos.

— Boa noite, Conde Cambridge. Lady Beatrice. — Ele nos cumprimenta e eu retribuo. — Bom, os tesoureiros e todos os outros executivos reais já estão entrando no salão de reuniões. O senhor entrará conosco, mas grande parte dos acordos nós já acertamos quando conversamos, tudo bem? Claro, se ainda restarem dúvidas nós esclareceremos.

— Sem problemas, mais corretos que os papéis monárquicos acredito que não exista, não é? — Meu pai brinca, e ri de si mesmo.

— Papai. — O advirto e ele levanta as mãos em rendição.

— Podemos entrar? — Adam pergunta apontando para as portas de madeira e eu respiro fundo antes de afirmar.

O príncipe dá um sinal para os guardas e eles abrem as portas. Então eu dou meu primeiro passo em direção a minha nova vida.

Todos presentes na mesa tinham ao menos uma medalha em seu uniforme real, eles carregavam além disso uma postura intacta totalmente profissional. Cerca de seis homens me olhavam como se estivessem me avaliando, certamente se perguntavam porquê o Príncipe de Isère me escolheu. Me remexo na cadeira, um pouco desconfortável, mas mantenho minha postura. Preciso aprender a lidar com isso.

— Podemos iniciar com a pauta do noivado, Alteza? — Um homem de pele madura e alguns cabelos grisalhos surgindo, sugere.

— À vontade. Lady Beatrice, esses são oficiais tesoureiros ou executivos reais, somente o Sr. Toulouse e Sr. Lambert vieram da França comigo. — Ele me explica e eu assinto. — Podem iniciar.

— Bom, Lady Beatrice... A senhorita está ciente e de concordância de que todos os assuntos tratados não saíram daqui?

— Sim. — Respondo e eles me arrastam uma folha com um pequeno contrato de acordo de sigilo total. Eu molho a caneta na tinta preta e faço minha assinatura no fim da folha, a entregando de volta.

— Sobre o noivado, Alteza, a data do pronunciamento está marcada para o próximo baile que acontecerá na sexta feira. Sobre isso estão de acordo? — O homem pergunta e Adam me olha para ver se eu concordava, eu sorrio e afirmo.

— Estamos de acordo. Prossiga, por favor. — Ele pede e um outro homem levanta um papel.

— Lady Beatrice, a senhorita terá direito de escolher dois criados seus para morar no Palácio Real de Versalhes. Você e toda sua família irá para o casamento que será feito na França, no interior do palácio, não será preciso se preocupar com a embarcação. Os criados ficarão lá definitivamente. — O homem mais novo explica.

— Sobre sua família, vocês não precisam se separarem se não quiserem... — Adam toma a vez. — Como nós conversamos, Conde Cambridge, vocês serão bem-vindos se optarem por residirem juntamente conosco no Palácio Real de Versalhes. — Ele diz para o meu pai e eu sinto ainda mais orgulho de Adam ser quem é.

— Muito obrigado, Alteza. Ainda estou avaliando a oportunidade, como sabe meu filho Carter é meu sucessor e acredito que seria melhor ficarmos todos em Londres. Por mais tentadora que a proposta tenha sido. — Meu pai responde e o príncipe o devolve um olhar compreensível.

Amor e ResiliênciaWhere stories live. Discover now