Queen of My Pitiful Soul - James Patrick March | PT-BR

VII. the veil of solitude

A Condessa estava sentada em um poltrona no salão principal do Hotel Cortez, seu olhar penetrante fixado em James enquanto ele se aproximava. O salão estava imerso em uma penumbra misteriosa, iluminado apenas pelos candelabros dourados que pendiam do teto alto e pelas luzes fracas que dançavam nas paredes de veludo escuro. A movimentação suave dos convidados ecoava no ambiente, criando uma atmosfera de intrigas e segredos.

James, com sua postura impecável e porte elegante, adentrava o salão com uma expressão de calma polida. Seus passos eram lentos e calculados, cada movimento carregado com uma elegância sinistra. Ele vestia um elegante terno sob medida, com um colete de seda e uma gravata borboleta perfeitamente amarrada. Seu olhar frio, porém respeitoso, refletia a firmeza que mantinha em seu interior.

"Condessa", ele saudou, sua voz tingida com um leve tom de desdém. "O que a traz a me procurar hoje?"

A Condessa estava vestida com um vestido longo e elegante, feito de seda negra que envolvia seu corpo como uma sombra sinistra. Seus movimentos eram fluidos e graciosos, cada gesto carregado com uma elegância inata que a definia como a figura dominante no salão. Seu cabelo branco estava preso em um coque elaborado, adornado com uma tiara de diamantes que reluzia sob a luz fraca do salão. Seus olhos profundos, envoltos em mistério, observavam James com interesse calculado.

"Precisamos ter uma conversa, James", disse ela, sua voz suave e perigosa como o sussurro de uma serpente.

James arqueou uma sobrancelha, mantendo sua compostura impecável. Seu sorriso era cortês, mas carregado com um toque de malícia sutil que revelava sua verdadeira natureza sombria. "Estou ouvindo", respondeu ele, seu tom carregado com uma confiança inabalável.

A Condessa inclinou a cabeça, um sorriso sutil brincando em seus lábios. "Tenho observado você, James", disse ela finalmente, sua voz suave e perigosa. "Observando como você olha para Melinda."

James permaneceu impassível, mas por dentro sentia uma faísca de desconforto. Ele não gostava de ser observado, especialmente quando se tratava de assuntos pessoais.

"Melinda não é da sua conta, minha Senhora", disse ele, sua voz fria e controlada. "Ela e eu temos nossos próprios assuntos para tratar."

A Condessa estudou James com um olhar perspicaz, como se estivesse tentando decifrar seus pensamentos mais íntimos. "Oh, mas James", disse ela, sua voz suave e perigosa. "Eu acredito que ela seja exatamente da minha conta."

James sentiu uma onda de desprezo crescendo dentro dele. Ele sabia que a Condessa não se importava com Melinda ou com seus verdadeiros sentimentos. Tudo o que importava para ela era o controle e o poder.

"Melinda é uma mulher formidável", disse ele, sua voz mantendo-se educada, mas carregada de desdém. "Ela e eu somos iguais, em alma e espírito. Veja bem, isso eu não consigo controlar."

A Condessa observou James com um olhar penetrante, sua expressão indecifrável. "Você sabe que não pode confiar nela, James", disse ela finalmente, sua voz um sussurro sinistro. "Ela é uma ameaça para tudo o que construímos aqui."

James respirou fundo, mantendo sua compostura impecável. Ele sabia que estava em uma encruzilhada, preso entre a lealdade à Condessa e seus sentimentos por Melinda.

A Condessa o estudou por um momento, seus olhos brilhando com uma mistura de admiração e desdém. "Muito bem, James", disse ela finalmente, sua voz suave como seda. "Veremos o que o futuro reserva para você e sua querida Melinda."

James se virou e saiu do salão, sua mente girando com pensamentos e emoções. Enquanto se afastava, seus passos pareciam ecoar em uma trilha de incertezas. Sua mente, outrora tão sólida e inabalável como as muralhas do próprio Hotel Cortez, agora se assemelhava a uma tempestade furiosa, com pensamentos e emoções colidindo em uma dança caótica. Como Melinda tinha conseguido desenterrar uma humanidade que ele acreditava há muito perdida, enterrada sob camadas de indiferença e crueldade?