Capítulo 58

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Reconciliação

  A saudade consumia Baris, a vontade de tocar na barriga dela era muito grande. Elis quando foi presa, estava grávida e só descobriu com quase um mês depois que estava presa.
- Por que não mandou me avisar que estava grávida? - Baris perguntou sem desviar os olhos da barriga dela.
- Por que nunca foi me vê, depois que saiu do Hospital? - Elis responde com uma outra pergunta.
- Quando eu acordei, você foi a primeira pessoa por quem eu perguntei. - Baris ponderou por alguns segundos e continuou. - As medicações que eu estava usando, me deixavam muito sonolento e eu não sabia o que tinha acontecido com você. - Baris caiu em um silêncio por alguns segundos, antes de continuar. - Quando Lucas e meu pai suspenderam as medicações, você já estava a quatro meses presa. - Baris fechou os olhos por alguns segundos para organizar suas emoções e continuou. - Eu quase enlouqueci quando soube. - Baris respirou fundo e engoliu o choro. - Então, eu procurei o advogado que me deixou a par de tudo. - Baris direciona as mãos para tocar em Elis, mas recua. - Eu tive que correr contra o tempo para evitar sua condenação por algo que não fez. - O corpo de Baris estava tenso, ele estava muito emocionado com a presença dela e a ideia de ser pai.
- Então, você não sabia de nada? - Elis perguntou cautelosamente, mas a vergonha não permitiu que ela encarasse o marido.
- Não. - Baris respondeu e tentou contato visual com Elis. - Você lembra de alguma coisa do julgamento? - A pergunta de Baris trouxe as lembranças do julgamento na mente de Elis.
- Eu só lembro de quando ouvi a juíza dizer que eu estava livre, levantei a cabeça, olhei em volta, te vi e depois tudo ficou escuro. - Elis respondeu, mas não levantou os olhos para olhar para Baris.
- Eu fiz minha mãe retirar a queixa e reunir provas que você era inocente. - Baris caiu em um silêncio por alguns segundos, antes de continuar. - Lucas e meu pai me ajudaram, por que eu ainda não estava muito bem. - Baris sorriu triste e deu de ombro
- Mas, quem fez isso e me incriminou? - Elis perguntou e olhou nos olhos dele. - Eu não acredito que foi sua mãe, ela não brincaria com sua vida! - Elis exclamou e cruzou os braços na defensiva.
- Não. - Baris falou e negou com a cabeça. - Foi Débora, ela confessou, disse que era apaixonada por mim. - Baris forçou um sorriso e continuou. - Eu, sinceramente, nunca percebi nada. - Baris limpou a garganta e deu de ombro.
- Eu também não. - O corpo de Elis estava tenso, ela estava se sentindo um pouco emocionada, depois de saber a verdade.
- Quando te vi entrar na sala de audiência, naquele estado e grávida. - As palavras tinham um gosto amargo na boca de Baris. - Meu coração se partiu em mil pedaços. - Baris puxou mais uma respiração, mas ela parecia pesar nos seus pulmões. - Ninguém me disse nada sobre sua gravidez! - Baris exclama se sentindo frustrado.
- Eu não queria que ninguém da sua família soubesse. - Elis diz e desvia o olhar.
- Lis me deixa tocar em sua barriga. - Baris pede com uma excreção de tristeza.
  Elis pega a mão dele e coloca em sua barriga, neste momento o bebê mexeu, ele ficou emocionado.
- Você vai me deixar? - Baris pergunta com um apelo no olhar.
- Eu estou tão perdida com tudo o que aconteceu, que nem sei o que fazer da minha vida. - Elis confessa sentindo as lágrimas voltarem aos seus olhos.
- Me desculpe, por não ter te protegido naquele momento. - Baris segura as mãos dela e continua. - Não consigo imaginar o quanto você sofreu. - Ao falar ele se sentiu impotente e frustrado naquele momento.
- São feridas profundas, preciso de tempo para me curar. - As palavras de Elis sai carregada de dor.
- Por favor, não longe de mim! - Baris faz um apelo para a esposa.
- Será que devemos ficar juntos depois de tudo? - A mágoa ficou evidente nas palavras de Elis. - Eu sinto como se fosse proibida a nossa união. - Elis desabafa com muita tristeza no olhar.
- Não fale assim, você é minha esposa e sempre será. - Baris se aproximou mais dela. - Eu amo muito você, vem cá. - Baris pediu, a colocou no colo e matou a saudades do cheiro dela.
  Ele desejava sentir seu bebê mexendo novamente dentro dela. Eles ficaram um tempo abraçados em silêncio.
- Você não vai embora, não é? - Baris quebra o silêncio.
- Eu preciso de um tempo. - Elis diz com a voz embargada.
- Lis, eu não vou deixar você sair de casa, ainda mais grávida. - O tom das palavras de Baris eram firmes e suas intenções eram claras.
- Eu sinto como se tivesse um vazio dentro de mim. - Elis confessa com a mão no peito.
- Entendo, eu tenho uma amiga que é psicóloga, você fará um tratamento com ela. - Baris beijou a testa dela e continuou. - Temos que iniciar o pré-natal, você já deve estar com quase dezoito semanas de gestação. - Baris acaricia a barriga de Elis e continua. - Precisamos ver como nosso bebê está. - Baris conclui e beija a barriga de Elis.
Mara bateu na porta do quarto, abriu e colocou a cabeça para o lado de dentro.
- Oi, vou precisar esperar, Li? - Mara perguntou com um sorriso em vê Elis no colo do marido.
- Pode ir Mara e muito obrigado. - Baris responde dispensando Mara.
- Estou à disposição. - Mara faz um legal com o polegar. - Vocês sabem que eu shippo muito meu casal favorito. - Mara diz e abre um sorriso amplo demais.
- Obrigada, Mara, você é uma verdadeira amiga. - Baris agradeceu e piscou para Mara.
  Mara foi embora e Elis ficou observando os dois cheios de intimidades. Em que momento Mara e Baris ficaram tão amigos?
- Espera aí, como você soube que eu estaria aqui? - Elis perguntou espreitando os olhos.
- Mara me avisou que vocês viriam aqui hoje. - Baris riu e abraçou Elis, escondendo o rosto com os cabelos dela. - Nós estamos nos comunicando desde que você foi solta. - Baris deu de ombro e continuou. - Eu precisava saber como você estava. - Baris pegou uma mecha dos cabelos dela e enrolou no dedo. - Então, combinei com Lucas para atender meus pacientes na parte da tarde, eu não podia deixar você ir embora. - A resposta dele aqueceu o coração dela.
- Como vai ser agora? Sua família vai querer uma ex-presidiária entre eles? - - Pela primeira vez Elis se sentiu inferior a alguém. - Principalmente sua mãe que não gosta da minha cor e agora ex-presidiária. - As palavras de Elis, fez Baris naquele momento, sentir vergonha da mãe.
- Você foi acusada injustamente, meu tio é um juiz muito influente e está providenciando para que sua ficha fique limpa de novo. - As palavras de Baris deixou Elis mais tranquila.
- E como está sua saúde? - Elis perguntou e pela primeira vez ela acariciou os cabelos dele.
- Estou bem, ainda usando medicação. - Baris estudou o rosto dela por um tempo, antes de responder.
- Eu soube da sua avó, a Sra Dilara, eu fiquei muito triste, gostei muito dela. - Elis comentou e pressionou os lábios.
- Infelizmente nem pude ir ao sepultamento dela. - Ele deu de ombro e sorriu triste.
- Eu sinto muito. - A voz de Elis era triste e ela ainda parecia muito deprimida.
- Não vamos mais falar de coisas tristes, precisamos escolher o quarto do nosso bebê e decorar. - Baris mudou de assunto para animar Elis.
- Você sempre pensa em tudo, eu sentir muito sua falta. - Neste momento Elis o abraçou. - O que mais me fez sofrer, quando estava presa, foi sua ausência, a saudade do seu cheiro. - As palavras de Elis fez Baris soltar um suspiro de alívio.
  Depois de um tempo, Elis começou a colocar suas roupas de volta no closet. Quando acabou, ela resolveu tomar um banho.

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Entre o Amor e o PreconceitoWhere stories live. Discover now