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Kiara Soulier

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Kiara Soulier

Nós comemos o hambúrguer feito por Briz dentro do bar, mas nos despedimos do casal logo em seguida, pois já estava ficando tarde, e Kieran explicou que a volta demoraria um pouco mais de uma hora.

Ele fez questão de pagar pelas coisas que consumimos, o lanche e algumas bebidas, entretanto, Valéria negou, informando-o que era por conta da casa, mas desejava que ele voltasse mais vezes e, se possível, me trouxesse consigo.

Não conversamos muito depois disso, e quando a mulher se aproximou de mim, logo após Kieran sair para ligar a moto e entregou minhas roupas dobradas dentro de uma sacola, as palavras que saíram de seus lábios ressoaram em mim de um jeito diferente.

"Normalmente, Kieran tem uma forma atípica de demonstrar que se importa, querida. E às vezes, isso pode levar à insegurança de muitos. Ele não costuma demonstrar e é quieto. Ainda assim, aquele garoto parece se importar com você. Parece querer deixar as coisas claras e nítidas. Deveria dar uma chance a isso. O namoro, quero dizer."

Com um sorriso, tudo o que consegui fazer foi agradecer e responder que ele não havia feito o pedido oficial, em uma brincadeira interna, consciente de que, na verdade, eu também não aceitaria.

Se eram esses os meus pensamentos por ele, aversão e desconfiança, por que estava andando pelos corredores do décimo andar de um prédio com a aparência requintada demais para uma pobretona como eu, acompanhada de Kieran Mazore, e prestes a dormir em seu apartamento?

Ele me deixaria na casa de Sam se eu pedisse. Mesmo que não fosse o caso e Mazore se recusasse, eu ainda conseguiria me virar e voltar para lá, se necessário.

Só que eu disse sim. Aceitei ao seu pedido por vontade própria, e não, não foi apenas pelas palavras dele. Não foi apenas porque Kieran Mazore disse que imploraria, se necessário, eu sabia.

Fiz aquilo por escolha própria. Vontade própria.

Ao chegarmos no prédio, o capitão estaciona a moto no térreo e caminhamos até o elevador. Ele aperta o último andar assim que a porta se fecha e tento evitar encarar o espelho a nossa frente, pois sei que sua atenção está presa em mim.

Quando ele se abre, no décimo andar, Kieran me guia pelo corredor até a porta de seu apartamento. Ele retira a chave do bolso com calma e a destrava, abrindo a maçaneta e em seguida dando passagem para que eu entrasse primeiro.

Caminho três passos e pisco, observando ao redor.

Em comparação ao dormitório da universidade, o apartamento de Kieran exala uma atmosfera mais sombria a qual que me intriga.

As paredes estão pintadas em tons profundos de cinza e preto, absorvendo a luz que envolve cada canto e o chão é revestido por um carpete espesso e escuro. Na sala de estar, as cortinas são pesadas e escuras, com mobiliários de couro negro ao redor do ambiente. Tudo parece muito mais sombrio, embora a organização se mantenha.

E se a gente se amasse?Onde histórias criam vida. Descubra agora