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Kiara Soulier

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Kiara Soulier

Entro no prédio com o rosto franzido, ignorando o guarda que parece não se importar com a nossa presença e toda aquela confusão.

Com a preocupação estampada em meus olhos cintilantes, encaro as pessoas ao redor do ambiente que já me era conhecido e toda a música alta.

No primeiro andar dos dormitórios, garotos e garotas bebem suas cervejas, comemorando em sorrisos grandiosos e muito papo jogado fora a vitória do time de Kieran. Apesar disso, o movimento parece tranquilo, e imagino que a loucura de verdade esteja acontecendo no andar dos jogadores.

— Fiquei me perguntando isso quando vim aqui antes, mas... quanto vocês pagam ao cara da supervisão? Ele nem parece se importar com toda essa bagunça, e acredito que esse local tenha regras — murmuro para ele, tentando entender como tudo parece tão tolerado ali.

Enquanto caminhamos até o elevador, Mazore levanta uma sobrancelha, um sorriso malicioso brincando em seus lábios. Ele responde provocativamente:

— Isso por acaso é uma acusação indireta de suborno, meu amor?

— Acusação é uma palavra forte demais — rebato, então aperto o botão para o último andar do prédio. — Só fiz uma observação sobre como as coisas funcionam por aqui. Ou vai me dizer que aquele cara mantém a boca calada somente porque tem um bom coração e acha que todo jovem deve aproveitar a juventude como se não houvesse amanhã?

— Mas todo jovem deve aproveitar a juventude como se não houvesse amanhã, Kiara.

O resquício de sorriso na lateral dos seus lábios me faz bater em seu peito de leve, o que deixa seus dentes à mostra quando o elevador se abre e ele puxa para dentro.

— É sério. Isso não é normal.

— Tudo que precisa saber é que pagamos um bom valor.

— Quanto?

— Você é bastante curiosa, meu amor.

— E você está enrolando demais.

Seus olhos pousam em mim por um tempo, e ele torna a sorrir.

— Digamos que pagamos o suficiente para que o filho dele também consiga concluir a faculdade.

Fico em silêncio por um tempo, absorvendo a informação com certa surpresa.É sempre diferente quando se tem dinheiro de sobra, as coisas fluem mais fácil e o mundo parece girar ao seu redor. Quando não se tem, entretanto, barreiras parecem intransponíveis. É como se o mundo fosse feito para privilegiar alguns e dificultar a vida de outros.

Não estou dizendo que não seja mérito do filho dele concluir a faculdade, mas é injusto que essa oportunidade seja garantida apenas por meio de subornos e favores nos bastidores.

E se a gente se amasse?Onde histórias criam vida. Descubra agora