©apítulo 17

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ANGELINE ANTUNES

Com o coração batendo depressa, percebi que o Tom fez um movimento com a cabeça e a Madre superiora Laysla levantou-se da sua cadeira e andou até a porta atrás de mim

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Com o coração batendo depressa, percebi que o Tom fez um movimento com a cabeça e a Madre superiora Laysla levantou-se da sua cadeira e andou até a porta atrás de mim. Eu a olhei alarmada, ela também estava com uma expressão preocupada. Minha boca se moveu em um pedido mudo para que ela não me deixasse sozinha com ele, minhas mãos queriam segurar ela, contudo, não consegui fazer nada. A vi saindo silenciosamente e a porta
fechou com um ruído leve.

O silêncio que se seguiu só era cortado pelo pulsar do meu coração que se assemelhava a tambores dentro do meu peito. Eu não conseguia olhar para ele, contorcia as mãos uma nas outras em busca de coragem para lhe dizer que agora era uma freira e nada ele poderia fazer sobre isso.

- Não tem nada para dizer, Angeline Antunes?

O som da voz dele atingiu-me como um chicote batendo em minha pele. Pulei assustada e olhei em sua direção. Ele ainda estava no mesmo
lugar, com todo seu porte altivo, superior. Suas mãos estavam no bolso das calças, nenhum sinal do seu estado emocional, apenas frieza como se fosse um ser das trevas. Minha alma e corpo reagiram de maneiras distintas, enquanto eu negava e tentava, desprezá-lo, meu
corpo se acendia em reconhecimento. Sensações que não quero sentir, mas que insistiam em se manifestar. Meu Deus! Eu preciso reprimir, ele é um monstro e é nisso que tenho que me agarrar. Havia uma escuridão sobre ele e um abismo sombrio entre nós.

E seu olhar... Aquele cintilar intenso e estranho nas pupilas dele me assustou. Não acreditava em almas perdidas, nem em solidão ou em
sofrimento que não pudesse ser afastado com amor e carinho. A escuridão noturna sempre se transformava em luz quando amanhecia. Essa era minha grande fé. Por isso, reunindo toda coragem e a fé falei tentando o máximo parecer firme e decidida.

- Não há nada para falar ou explicar, já viu com os seus próprios

olhos, agora sou uma freira, Senhor Kaulitz e nós não temos nada para conversar.

Em uma fração de segundo, o homem moveu-se em minha direção com rapidez, me segurou nos braços e me sacudiu com fúria. Sua boca ficou
centímetro da minha.

- Você acha que vestida assim me impedirá de alguma coisa?

- Não é só a questão da vestimenta, eu realmente me tornei freira, fiz

os votos e não tenho pretensão nenhuma de quebrá-los, senhor Kaulitz, me solte agora! - enfatizei as palavras.

O estalar do tapa no meu rosto foi alto, a força do golpe me fez virar a
face e cambalear pra trás. As lágrimas desceram como cachoeira, não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Ele foi capaz de me bater. Levei uma das mãos ao rosto no lugar que me atingiu, mas senti que ele me puxou com força. Eu estava aterrorizada sem
saber o que ele fará em seguida. Como se eu fosse uma pena ele me
suspendeu com um dos braços, com a outra mão, segurou em meu maxilar e apertou, falou com ódio.

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