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Uma de suas mãos, aperta forte a minha cintura, e a outra o meu pescoço, enquanto me devora com seus lábios.

Seus toques eram brutos, e ao mesmo tempo, intensos.

Empurro-o ao sentir a falta de ar chegar, e com muito esforço, consigo que ele se afaste.

Enquanto me recomponho, tentando normalizar a respiração, Hades me olha totalmente ardente, pronto para atacar-me de novo, a qualquer momento.

— Não devia ter feito isso, garota tola. — Diz entre dentes.

— Isso o que...? Parado o beijo, ou tê-lo iniciado...? — Falo entre pausas, ainda ofegante.

— Os dois. — Dando as costas para mim, Hades se afasta.

— Mas... Você também me beijou, isso mostra que queria, tanto quanto eu.

— Você não entende, não é mesmo!? — Se volta para mim, revelando seus olhos, agora amarelados. — A vontade que eu tive, foi de continuar, e não parar até que eu estivesse saciado! E isso provavelmente te mataria. E sabe o q é pior? Eu quase não me importei com isso.

— Eu estou bem... Você não me fez nenhum mal. — Tento me aproximar novamente, mas sou impedida pelo seu corpo, que ficava em chamas.

— Você é tola e fraca! Igual a todos os humanos.

Isso deveria me ofender, mas pouco me importo com o que ele diz, afinal, só está falando isso para que eu me mantenha o mais longe possível dele.

— E você, Hades, o deus do submundo, está com receio de machucar uma garota tola e fraca... Me responda, por que tem tanto medo de me machucar?

Levo minhas mãos até o seu corpo em chamas para tocá-lo, e mostrar-lhe que eu não tenho medo, mas ao fazer isso, suas chamas se apagam instantaneamente.

— Você me protege até sem querer... — Toco o seu peito. — Por que tem medo de me machucar, Hades...

— Hora de irmos. — Sua mão agarra o meu pulso que estava sobre ele.

— Não me leve de volta... Eu não consigo mais... — Sinto minhas lágrimas descerem.

— Viva a sua vida, mortal, e ao chegar a hora, o submundo lhe aguarda.

— Hades... Me deixe ficar. — Ele não olhava mais para mim.

— Será melhor assim.

— Estamos ligados... Longe ou perto... Pode me sentir...

— Darei um jeito nisso se for preciso. Agora vamos.

— Não... Por favor... — Peço ao vê-lo se aproximar.

Hades toca a minha testa, e aos poucos tudo vai ficando escuro, até se apagar de uma vez.

Acordo sentindo o vento frio no corpo. Estou de volta à vida. A minha vida.

HadesOnde histórias criam vida. Descubra agora