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Esse capítulo contém sexo grupal se não se sentir confortável não leia .

Capítulo com cenas explícitas

Chapter 3

PARTE III

THE CLOWNS

Eu sabia que seria uma tortura. Mas, meu senhor, não estava preparado para como seria horrível ficar com tesão e sem esperanças de alívio.
Eu mantive meu beicinho enquanto seguia Xiao Zhan pela festa. Estava tão estranho andar – entre minha bunda ardendo e meu tesão esmagador, e ainda sem o conforto da minha Boxer, estava constantemente com medo de alguém espiar. Eu tinha que ter usado um short ao invés de uma boxer na festa, mas é claro, não tinha planejado perder minha roupa de baixo e o meu orgulho naquela noite. Apesar do desconforto, continuei perto de Xiao Zhan e tentei o melhor que pude ser obediente – a princípio.
Eu tinha avisado que ser um bom garoto era muito, muito difícil.
Eu queria que ele sentisse a mesma tortura que eu. Como podia aguentar esperar? Tinha ficado excitado batendo em mim, e podia ver o mesmo prazer no rosto dele cada vez que me dava uma ordem. Mas isso significava que ainda mais intenso que seu desejo por sexo, era seu desejo por me fazer sofrer, me deixar desesperado, e me manter em recusa. Isso era aterrorizante.
Eu tentei sim ser bonzinho. Mas minhas tarefas humilhantes me mantiveram molhado, e quanto mais isso continuava, mais minha frustração crescia. Comecei a planejar uma fuga desesperada para o banheiro, onde poderia tocar uma rapidinho e talvez ele não percebesse.
A meia-noite se aproximava. Barris de cerveja foram trazidos, as pessoas estavam sendo jogadas na piscina e tiravam a fantasia na água. Xiao Zhan e eu éramos facilmente as pessoas mais sóbrias ali, não que alguém ligasse. Ele continuava encontrando pessoas que conhecia, parando para conversar, rir e fazer piada. Ele parecia conhecer todo mundo – até as pessoas que não frequentaram a mesma escola que nós. Não só isso, mas todo mundo parecia gostar muito dele. Os rostos das pessoas se iluminavam quando elas o viam, elas falavam mais rápido quando estavam respondendo a ele. Ver o entusiasmo delas, na verdade, me deixou orgulhoso. Era eu quem estava ao lado dele, eu era quem estava buscando bebida para seus amigos.
Mas também era eu quem estava sofrendo de tesão, com a bunda ainda vermelha e ardendo, e tentei de modo desesperado resistir ao impulso de me esfregar na perna de Xiao Zhan como uma cadela no cio.
Eu me sentia orgulhoso quando namorava Bin – desfrutava da inveja das pessoas, bebia dos seus ciúmes. Yu Bin e eu tínhamos sido símbolos de status um para o outro – apesar de sermos símbolos bem porcarias. Era a única coisa que eu tinha de importante no Ensino Médio e isso… isso, era bem patético.
Ao contrário de Xiao Zhan, que aparentemente tinha não apenas amizades, mas adoração.
Alguém tentou convencer o DJ bêbado a tocar uma trilha macabra e assustadora para criar um clima, então ao invés de músicas animadas para dançar o gramado estava subitamente preenchido com o lento som de cordas de violino e tambores retumbantes. O ar gélido havia se tornado absolutamente congelante, e envolvi meu corpo com os braços enquanto Xiao Zhan falava sobre sistemas operacionais de computadores e java alguma coisa com um casal de óculos. Olhando ao redor, esperando encontrar algum lugar perto onde pudesse me aquecer, notei que outro grupo tinha acabado de chegar na festa.
Meu coração despencou para o estômago. Temor frio disparou pelas minhas veias. Sem perceber, eu me espremi com força contra o corpo de Xiao Zhan.
— O que foi? — perguntou, olhando para a direção que eu encarava. — O que tem de errado…
— Palhaços — falei entredentes — tem a porra de palhaços.
Três homens caminhavam pelo gramado vindos do portão lateral, cervejas em mãos, rindo e se empurrando. Eles usavam macacões pretos combinando, e seus rostos estavam pintados com uma pasta branca, com formas pretas preenchendo ao redor dos olhos e bocas, transformando seus lábios em sorrisos largos e sombrios. Eles não eram os típicos palhaços felizes de circo: eram coringas do inferno.
Pior ainda: eu os conhecia. Eu os conhecida porque, assim como fiz com Xiao Zhan, de boa vontade passei meu último ano os atormentando, assistindo YuBin os tratar mal por aí, e desfilando meu status de intocável bem na cara deles só para ver a vontade e a frustração em seus olhos.
He Peng , Wang Zhuocheng e Liu Haiukan. Os melhores amigos do Xiao Zhan.
Eu me virei e parei de encará-los, abraçando a mim mesmo. Fiz inimigos demais no ensino médio, mas esses garotos com certeza estavam no topo da lista.
— Vamos pra dentro — falei rapidamente. — Xiao Zhan! — mas ele já estava se afastando. Não de volta para a casa, merda, mas em direção aos palhaços que se aproximavam.
— Qual a boa, rapazes? — Eles apertaram as mãos, sorrindo e se abraçando. Até por baixo da maquiagem, conhecia seus rostos. Peng, com seu longo cabelo castanho solto e selvagem ao redor de seu rosto. Cheng com aqueles olhos claros e ainda mais claro o cabelo azul raspado. E Haiukan – Haiukan que nunca sorria, que parecia que queria te comer vivo, cuja minúscula tatuagem caseira de carinha sorridente ainda podia ser vista vagamente através da tinta sob seu olho direito.
Estremeci. Memórias de mim mesmo felizmente tornando a vida deles um inferno pairava sobre mim, o espectro do carma, rindo maldosamente. Tentei continuar de costas para eles, esperando que eles fossem embora sem me reconhecer, mas a sorte não estava comigo nessa noite.
— Ora, ora, ora — reconheci a voz grave de Haiukan pela forma como me arrepiou a espinha — se não é a porra do Wang Yibo.
Me virei de braços cruzados, fazendo cara de desprezo. Xiao Zhan me assistia, algo que não era nem aviso e nem diversão fazendo o canto de sua boca tremer. Mas não era possível ele esperar que eu não erguesse meus escudos ao encarar a pior das aberrações da escola.
— E aí — disse friamente, fingindo desinteresse. Encará-los de frente era como ver Xiao Zhan de novo após mais de um ano. Escancarou mais algumas caixas de memórias enterradas e vergonhas escondidas. Os garotos que eu provocava eram homens agora, musculosos e tatuados com amargura pesando em seus ombros. O desdém divertido em seus olhos deixava claro que eles não tinham esquecido o vadio que fui com eles.
Eles não esqueceram, e eles não perdoaram. O carma ria e puxava os pauzinhos, e os garotos palhaços lentamente me cercaram, seus olhos absorvendo minhas roupas curtas. De novo, estava subitamente, horrivelmente consciente do quanto estava molhada. Porra, não conseguia mais aguentar isso. Estar cercada por três homens que com certeza me odiavam deveria ter me enchido de temor, mas, ao invés disso, fantasias intrusivas de me ajoelhar para eles ficavam cutucando meu cérebro.
— Onde tá o YuBin, Yibo? — Cheng perguntou casualmente, examinando os anéis prateados cintilantes em seus dedos. Eu me lembrava de quando ele começou a usar aqueles anéis grossos, e o porquê: as feridas que eles deixavam em uma briga eram bem mais substanciais do que as de seus dedos delgados sem nada.
— Fora de cena — disse descontraído, e os garotos se entreolharam.
— Quem é que poderia ter previsto? — He Peng falou, e Haiukan deu um sorrisinho pretensioso. Aquele sorrisinho – porra. Cruel e gélido, tão amargo quanto chocolate 70% e tão tentador quanto.
— Não tem mais o cabeça oca pra te defender então. — Haiukan estendeu uma mão e tirou uma mecha de cabelo do meu rosto. — Se sentindo um pouquinho vulnerável, Yibo?
— Calma, garotos — Xiao Zhan passou por eles, e todo ar fugiu de mim. Ele passou um braço por cima dos meus ombros, me deixando pequeno debaixo dele, e deu um beijo possessivo na minha têmpora. — Ele está comigo hoje.
As sobrancelhas de Haiukan se ergueram de surpresa, e Zhuocheng riu.
— Bom, puta que pariu, cara, você não vai dividir?
Dividir. Ai meu Deus. O pensamento de ser dividido entre os quatro, receber suas ordens, ser degradado, punido – apertou meu estômago, lentamente sendo estrangulado por um nó de ansiedade e desejo. Os mesmos homens que eu havia atormentado, eu queria. Era tão apropriadamente humilhante. Mas meu deus, aquela maquiagem de palhaço estava me dando arrepios.
Eu podia sentir o cheiro do perfume do Peng, algo forte e cítrico que se misturava com o cheiro de especiarias de Xiao Zhan. Os olhos de Zhuocheng eram como agulhas pinicando minha pele tão suavemente, procurando um lugar macio. E Haiukan – maldito Haiukan – era o Lobo circundando a matilha, ansioso por uma mordida, parecendo mais agitado a cada momento. Eu me senti encurralado, caçado: um coelho prestes a ser disputado e despedaçado no processo.
Eu não estava acostumado a ser a presa. Sempre tomava as decisões e tinha a matilha me apoiando. Não tinha dúvidas de havia feito cada um dos que me cercavam agora se sentirem igualmente desamparados.
Era justiça, de certa forma. Poética, talvez.
Passei a língua pelos lábios, ainda suaves com o gosto de morango do meu brilho, e tentei pensar em alguma resposta antes que meu desejo se estampasse no meu rosto.
— Não sou um pedaço de carne, Cheng — retruquei, e senti uma risadinha vibrar o peito de Xiao Zhan. Eu me fazia de durão, mas certamente não estava fazendo nenhum esforço para sair do lado dele. Ao invés de passar mal de medo, a sensação de ser encurralado pelos três estava me deixando chapado de endorfina.
— Hmm, ele tem razão — Peng disse, pensativo, dando um empurrãozinho no Cheng. — Um pedaço de carne estaria amarrado e pendurado do teto, embora eu certamente possa providenciar isso.
— Peng gosta de restringir — Xiao Zhan explicou secamente — como você pode perceber.
Visualizar o exato cenário que He Peng havia descrito para mim não estava me ajudando. Mudei o peso de um pé para o outro desconfortavelmente, procurando um jeito de escapar antes do gemido subindo pela minha garganta conseguir se libertar. Que porra de problema eu tinha? Desde quando eu gemia para homens – qualquer homem?
— Você parece um pouco distraído — Cheng surgiu bem acima do meu ombro, a proximidade súbita de seu sorriso de coringa me fazendo dar um gritinho e pular contra Xiao Zhan. O garoto de cabelo azul sorriu. — Aaawn, não se assuste. Nós não mordemos.
— Não minta pra ele — Haiukan riu. — É claro que mordemos.
— Não precisam se preocupar se estão assustando-o, rapazes — disse Xiao Zhan, me dando um apertozinho. —, é um bom treino. — Zhan sorriu em resposta ao meu olhar penetrante. Queria bater nele: por me recusar, por me bater, por me fazer esperar, por me fazer ficar ali e enfrentá-los. Consegui segurar meus punhos, mas não minha língua.
— Xiao Zhan… a gente não pode… não pode só…
— Você não é sabe que é falta de educação sussurrar na frente dos amigos? — Xiao Zhan me repreendeu, com um tom de voz que me informava como estava gostando de poder me dar uma bronca na frente deles. — A gente não pode o quê? Entrar pra você finalmente poder ser fodido?
Eu devo ter ficado vermelho da cabeça aos pés. Meus olhos correram pelos palhaços que riam. Só algumas poucas pessoas da escola haviam descoberto sobre meu casinho com Xiao Zhan – mas esses três coringas estavam entre elas. Eles estavam lá quando tentei avisar Xiao Zhan para manter distância da escola, para manter a distância de YuBin.
— Vamos só voltar pra dentro — choraminguei. — Por favor, Xiao Zhan… você já me fez esperar o bastante… — minha mão escorregou descendo seu peito e por cima do seu jeans. Senti sua rigidez e apertei, olhando para ele com olhos arregalados e suplicantes.
Ele nem mesmo vacilou.
— Você é mais esperto que isso, anjo — avisou. — Isso vai acontecer no meu tempo, não no seu. E você não está se dirigindo a mim da forma correta.
Eu não podia dizer aquilo na frente dos amigos dele, não podia. Tentei não olhar para eles, mas meus olhos se moveram: Haiukan estava me assistindo faminto, o lobo que avistou um coelho que ele particularmente odiava. O olhar quieto, desconcertantemente claro de Cheng prendeu meus olhos no momento em que se aproximaram dele e me travaram ali por mais tempo do que eu gostaria. E He Peng ainda sorria, balançando nas pontas dos pés, um monstro escandalosamente satisfeito de Stephen King ganhando vida.
Eles amavam me ver sofrer.
— Não posso dizer isso aqui — sussurrei, desejando que de alguma forma somente Xiao Zhan me ouvisse. — Quero entrar. Vamos — minha voz soava petulante e absolutamente pirracenta, até para meus próprios ouvidos.
— Está mais preocupado com o que eles pensam de você do que com me agradar, Yibo? — Xiao Zhan disse, e estalou a língua em desaprovação.
— Não é assim que bons garotos se comportam.
Eu podia sentir um castigo iminente, e o pivete em mim começou a fazer birra. Furioso, contorci meu corpo para longe do dele e cruzei os braços, suspirando. Não aguentava mais. Precisava de alívio. Agora.
— Preciso usar o banheiro — murmurei, antes que Xiao Zhan pudesse continuar com a bronca.

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